meu amor é ouro bruto

Belo Horizonte, 26 de março de 2023

☼ 32° – 19°

Dia do Mercosul, dia do Livro em Portugal. Aniversário de Porto Alegre. Neste dia, em 1871 a Comuna de Paris é estabelecida formalmente. Em 1956 Jonas Salk anuncia sua vacina contra a poliomielite. Em 1997, 39 corpos são encontrados no suicídio coletivo da seita Heaven’s Gate. Em 1904 nascia Joseph Campbell, mitologista e meu escritor do coração. Em 1905 nascia Viktor Frankl. Em um 26 de março de 1976 morria Lin Yutang, e em 1980 perdemos Roland Barthes.

Não sou matrona, mãe dos Gracos, Cornélia,
sou é mulher do povo, mãe de filhos, Adélia.
Faço comida e como.
Aos domingos bato o osso no prato pra chamar o cachorro
e atiro os restos.
Quando dói, grito ai,
quando é bom, fico bruta,
as sensibilidades sem governo.
Mas tenho meus prantos,
claridades atrás do meu estômago humilde
e fortíssima voz pra cânticos de festa.
Quando escrever o livro com o meu nome
e o nome que eu vou pôr nele, vou com ele a uma igreja,
a uma lápide, a um descampado,
para chorar, chorar e chorar,
requintada e esquisita como uma dama.

Adélia Prado – Bagagem

Em 1535, num dia que bem poderia ser 26 de março, escreveu Catarina de Aragão a última carta para seu marido, o Rei Henrique VII:

Meu Senhor e Amado Marido,

Entrego-me a vós. A hora de minha morte se aproxima célere, e sendo essa minha situação, o terno amor que vos dedico me obriga a, em poucas palavras, lembrar-vos da saúde e salvaguarda de vossa alma, que deveis colocar acima de todas as questões terrenas e antes do cuidado e gratificação de vosso próprio corpo, pelo bem da qual causastes a mim muitas dores e a vós próprio muitas preocupações.
De minha parte, sim, perdoo-vos por tudo e peço devotadamente a Deus que Ele também vos perdoe. 
No mais, entrego a vossos cuidados vossa filha Mary, suplicando que sejais para ela um bom pai, como sempre desejei. Peço também, em benefício de minhas servidoras, que concedeis a elas dotes matrimoniais, o que não é muito, pois são apenas três. Para todos os meus outros servos, solicito um ano de pagamento além do que lhes é devido, para que não fiquem sem recursos.
Por fim, juro que meus olhos vos desejam acima de todas as coisas.


Oráculos da Semana

Esta semana nos encontraremos com a Rainha de Ouros no Tarô e com a carta 36 do Oráculo da alma, que é a carta “Tenha fé”.

Estas duas instâncias do destino pedem que estejamos atentos à jardinagem. Sim, cuidarmos do jardim pessoal, cuidarmos do que é abundante em nós e em nossa vida. E cuidarmos do que ainda precisa crescer. Existe uma ideia que talvez não esteja muito na moda que é a do auto aperfeiçoamento. Auto aperfeiçoamento real, não somente auto elogios e auto complacências. Uma noção mais antiga, talvez desatualizada, de que precisamos e podemos nos cultivar também, nos auto aperfeiçoar, melhorar. Mas esse esforço pressupõe que não somos perfeitos e que, mais uma vez, podemos e precisamos melhorar. Sim, melhorar, sermos melhores do que somos agora! Não estamos acabados, não somos as personas bem acabadas e sem falhas que mostramos no instagram. Somos ruins e falhos, mas o caminho está aí, sigamos. A viagem de auto aperfeiçoamento é uma delícia, é isso que as duas cartas juntas ensinam.

A carta da fé pede para abandonarmos todo vitimismo, todo sentimento de que o mundo nos deve algo. É preciso ter atenção com as pessoas que estão mais próximas e perceber: qual delas é a Rainha de Ouro que chega essa semana? Essa combinação também pede uma crença inabalável, o jardim está florescendo, ficando viçoso e em breve será o momento da colheita, se não formos miseráveis, egoístas ou sovinas. Se formos melhores.

Olhe bem pra dentro de si, de qual mesquinharia você precisa se livrar agora? É hora de continuar plantando, e principalmente é hora de não ser mofino. Vamos praticar a generosidade, a abundância e o trabalho paciente do plantio, da poda e da rega. Sem pequenez, por favor. Melhoremos. Só assim teremos algum futuro. E entre o sol e o mar, descansa a dor.

Boa semana


A rainha de ouro representa estabilidade e segurança financeira. Ela é uma protetora daqueles que trabalham duro e alcançam o sucesso material, mas também é uma conselheira sábia que ensina que o dinheiro não pode comprar a felicidade. Ela é uma líder justa, que valoriza a honestidade e a integridade. Ela não tolera a ganância ou a exploração, e sempre procura maneiras de apoiar aqueles que trabalham com ética e respeito.

A rainha de ouro é uma figura que encoraja o autodomínio e a disciplina, ensinando que colher qualquer fruto exige esforço e paciência. Ela é a mentora que inspira os que buscam prosperidade a persistir em seus esforços, mesmo em momentos difíceis. Mas também é uma figura que exige que sejam feitas escolhas sensatas. Ela ensina que a riqueza deve ser usada com sabedoria e responsabilidade, para o bem maior da comunidade.

Sendo multifacetada, ela representa tanto a prosperidade material quanto a prosperidade interior. Uma rainha de ouros sabe ser uma líder sábia e justa, que inspira outros a alcançar a estabilidade financeira, mas também ensina que a verdadeira riqueza vem do interior. A Rainha de ouros é mãe generosa e cuidadora. É figura poderosa e influente, mas é gentil e compassiva. Entende que a riqueza pode ser bênção ou maldição, dependendo de como é usada, e está comprometida em usar sua riqueza para o bem maior.

Essa carta é um símbolo de estabilidade e segurança financeira, e muitas vezes aparece quando estamos enfrentando decisões importantes relacionadas ao dinheiro e às finanças. Ela nos lembra que precisamos ser cuidadosos e prudentes ao tomar decisões financeiras, mas também que precisamos ser generosos e caridosos com aqueles que estão em necessidade, sempre e em primeiro lugar. Isso mesmo, o bem comum vem antes do ganho individual. A rainha de ouros representa a prosperidade material e emocional. Ela ensina que não precisamos escolher entre ter uma vida materialmente rica ou espiritualmente satisfatória. Podemos ter ambas, desde que dispostos a trabalhar, sermos gratos pelo que temos e ajudar os outros ao longo do caminho.

Não interessa o que possa parecer na superfície, ou o quanto a vida possa parecer injusta, confie que a Justiça Divina está trabalhando o tempo todo. 

A lição para a alma: Refreie a autocomiseração e o ressentimento e aceite que a sua jornada é o que é por alguma razão. O que o desafia hoje pode ajudá-lo a se tornar espiritualmente mais forte amanhã. Por exemplo, onde você é levado a trabalhar mais? Onde estão lhe pedindo para ter fé e deixar de lado o controle? Que qualidades estão se desenvolvendo em você pelas dificuldades que estão próximas? Adapte-se ao momento e o aceite com boa vontade e dignidade. A fim de fazer o melhor, peça ao seu Eu Superior para que lhe dê os recursos para seguir adiante.

Do Oráculo da Alma


Um texto para a semana em que somos todos súditos da fé

Tendo Deus, é menos grave se descuidar um pouquinho, pois no fim dá certo.
Com Deus existindo, tudo dá esperança: sempre um milagre é possível, o mundo se resolve. Mas, se não tem Deus, há-de a gente perdidos no vaivém, e a vida é burra. É o aberto perigo das grandes e pequenas horas, não se podendo facilitar – é todos contra os acasos. Tendo Deus, é menos grave se descuidar um pouquinho, pois no fim dá certo. Mas, se não tem Deus, então, a gente não tem licença de coisa nenhuma! Porque existe dor. E a vida do homem está presa encantoada – erra rumo, dá em aleijões como esses, dos meninos sem pernas e braços. Dor não dói até em criancinhas e bichos, e nos doidos – não dói sem precisar de se ter razão nem conhecimento? E as pessoas não nascem sempre? Ah, medo tenho não é de ver morte, mas de ver nascimento. Medo mistério. O senhor não vê? O que não é Deus, é estado do demônio. Deus existe mesmo quando não há. Mas o demônio não precisa de existir para haver – a gente sabendo que ele não existe, aí é que ele toma conta de tudo. O inferno é um sem-fim que nem não se pode ver. Mas a gente quer Céu é porque quer um fim: mas um fim com depois dele a gente tudo vendo. Se eu estou falando às flautas, o senhor me corte. Meu modo é este. Nasci para não ter homem igual em meus gostos.

João Guimarães Rosa – Grande Sertão Veredas


Ler & Assistir sobre as Rainhas Douradas e a fé que move o imóvel

Hoje vou ficar com a maior rainha de ouros da história do Império: Chica da Silva (Ou Xica da Silva). A mais apaixonante das mulheres da nossa história colonial. Uma pessoa incrível, inacreditável, não sei como nós brasileiros não a veneramos muito mais. Ela é uma personagem muito, mas muito além da novela e do filme, responsáveis pelo que temos dela no nosso imaginário.  Conheçam Francisca da Silva, conheçam essa mulher incrível, essa Rainha de Ouro plena. Deixem em suspenso a novela, o filme, o livro do Agripa Vasconcelos. Recomendo 3 livros sobre ela. Também falo de um outro filme que não tem a ver com Xica, mas que mostra uma Rainha de Ouros moderna em ação.

Livro

Chica da Silva e o contratador dos diamantes – Júnia Ferreira Furtado. Este livro é uma obra que busca desmistificar a imagem de Chica da Silva como uma mulher sensual e libertina, que teria seduzido o rico contratador dos diamantes João Fernandes de Oliveira e vivido uma vida de luxo e ostentação no arraial do Tejuco, atual Diamantina, em Minas Gerais, no século XVIII. A autora se baseia em uma ampla pesquisa documental, realizada em arquivos do Brasil, de Portugal e dos Estados Unidos, para reconstruir a trajetória de Chica da Silva como uma mulher que nasceu escrava, mas que conseguiu sua alforria e se inseriu na sociedade mineira colonial por meio da relação com João Fernandes, com quem teve treze filhos.

O livro se divide em três partes: a primeira trata do contexto histórico da mineração dos diamantes em Minas Gerais e da figura do contratador João Fernandes de Oliveira, que era o responsável pela exploração e pelo comércio das pedras preciosas na região; a segunda parte se dedica à biografia de Chica da Silva, desde seu nascimento até sua morte, passando por sua infância como escrava, sua relação com João Fernandes e seus filhos, sua participação na vida social e religiosa do arraial do Tejuco, sua condição de senhora de escravos e seus conflitos com as autoridades locais; a terceira parte analisa a construção do mito de Chica da Silva ao longo dos séculos XIX e XX, por meio de romances, filmes, novelas e músicas que retrataram a personagem de forma estereotipada e distorcida.

A autora defende que Chica da Silva não foi uma exceção, mas um exemplo entre muitos de escravizados forros que procuravam diminuir o estigma da cor e da condição de ex-escravos na sociedade colonial brasileira. Ela também mostra que Chica da Silva não foi uma heroína abolicionista nem uma megera devoradora de homens, mas uma mulher que soube aproveitar as oportunidades que se apresentaram em sua vida e que buscou garantir a educação e a ascensão social de seus filhos. O livro é uma contribuição importante para o conhecimento da história das mulheres, dos negros e das relações raciais no Brasil colonial.


Livro

Xica da Silva: A Cinderela Negra –  Ana Miranda é um livro da escritora cearense Ana Miranda, publicado em 2016 pela Editora Record. O livro é uma biografia romanceada de uma das personagens mais admiráveis e controversas da história brasileira: Francisca da Silva de Oliveira, mais conhecida como Xica da Silva.

Xica da Silva foi uma escrava alforriada que se tornou companheira do contratador de diamantes João Fernandes de Oliveira, no século 18, na região do Tijuco (atual Diamantina, em Minas Gerais). Com sua beleza, inteligência e ousadia, Xica conquistou o poder e a riqueza, desafiando as convenções sociais e raciais da época. Ela também se tornou uma mecenas das artes e da cultura, patrocinando artistas e obras que enriqueceram o patrimônio histórico brasileiro. Ana Miranda reconstitui a trajetória de Xica da Silva com base em extensa pesquisa histórica, mas também com muita imaginação e sensibilidade. A autora revela as diversas facetas e interpretações que envolvem a figura de Xica: da sedutora que dominava os homens com sua astúcia e sensualidade, à concubina amorosa que era fiel ao marido e dedicada aos filhos; do papel de dona de cem escravos e administradora da maior riqueza de seu tempo, à mulher vitoriosa que superou sua condição de escravizada, criando a lenda de uma Cinderela Negra. O livro tem um estilo que mistura o erudito e o popular, o poético e o crítico, o factual e o ficcional. A autora utiliza diversas fontes e referências para compor o cenário histórico e cultural do Brasil colonial, como documentos oficiais, cartas, relatos de viajantes, cantos dos escravos, lendas e mitos. O resultado é uma obra rica em detalhes e nuances, que retrata com fidelidade e criatividade a vida e a época de Xica da Silva. Xica da Silva: A Cinderela Negra é um livro delicioso, que mistura estilos, vozes, tempos e merece ser lido por todos que se interessam pela história do Brasil e pela história das mulheres. É um livro que resgata a memória de uma personagem que foi estigmatizada, mitificada e romantizada por muitas mãos, mas que ainda tem muito a nos ensinar sobre a resistência, a liberdade e a identidade do povo brasileiro. É a história de uma das nossas personagens mais interessantes, mais fascinantes e diferentes. 


Livro

Chica da Silva: Romance de uma vida de Joyce Ribeiro. Este livro é um livro da jornalista Joyce Ribeiro que conta a história de uma das mulheres mais famosas do Brasil colonial. Chica da Silva foi uma escrava que se tornou amante de um rico e poderoso homem branco, João Fernandes de Oliveira, com quem teve 13 filhos e viveu uma vida de luxo e influência em Diamantina, Minas Gerais.

O livro é uma narrativa romanceada, baseada em fatos históricos, que busca retratar a personalidade, os sentimentos e os desafios de Chica da Silva em um contexto de escravidão, racismo e machismo. A autora mostra como Chica da Silva usou sua inteligência, sua beleza e seu carisma para conquistar seu espaço e sua liberdade, enfrentando preconceitos, invejas e perseguições.

A obra também explora o relacionamento de Chica da Silva com João Fernandes de Oliveira, que foi um dos maiores contrabandistas de diamantes da região e que se apaixonou por Chica desde o primeiro momento que a viu. O casal viveu um amor proibido e escandaloso para a época, mas que também foi marcado por cumplicidade, respeito e admiração.

Além disso, o livro apresenta o cenário histórico e social do Brasil no século XVIII, mostrando as condições de vida dos escravos, dos senhores, dos comerciantes, dos religiosos e dos governantes. A autora descreve com riqueza de detalhes as paisagens, as festas, as tradições, as intrigas e as revoltas que aconteceram na época.

Chica da Silva: Romance de uma vida é um livro que mistura ficção e realidade para contar a trajetória de uma mulher extraordinária, que superou as adversidades e se tornou um símbolo de resistência e ousadia. É uma leitura envolvente, emocionante e inspiradora para quem gosta de história, romance e biografia.


Filme

Joy: O Nome do Sucesso. Esse é um filme de 2015 dirigido por David O. Russell e estrelado por Jennifer Lawrence, Robert De Niro e Bradley Cooper. O filme conta a história real de Joy Mangano, uma empreendedora e inventora que se tornou milionária com suas ideias. O filme mostra um pouco da infância de Joy, que desde cedo demonstrava criatividade e talento para inventar coisas. Porém, sua vida adulta foi marcada por dificuldades financeiras, problemas familiares e frustrações pessoais. Joy teve que conciliar a jornada de mãe solteira com a de inventora, enfrentando vários obstáculos e desafios para realizar seus sonhos.

Uma das principais invenções de Joy foi o Miracle Mop, um esfregão mais prático e seguro que ela criou após se machucar com um esfregão comum. Joy teve que investir todo o seu dinheiro na produção do produto e tentar vendê-lo em lojas e feiras, sem muito sucesso. Sua grande chance veio quando ela conseguiu uma oportunidade de apresentar seu produto na QVC, um canal de vendas pela televisão. Com a ajuda do executivo Neil Walker (Bradley Cooper), Joy conseguiu conquistar o público e vender milhares de unidades do seu esfregão. O filme também mostra as dificuldades que Joy enfrentou para manter o controle da sua empresa e da sua propriedade intelectual, tendo que lidar com traições, processos e concorrência desleal. Joy teve que provar sua capacidade e sua determinação para se tornar uma das empreendedoras de maior sucesso dos Estados Unidos.


Link

O Sequestro de Chica da Silva.  Essa história é inacreditável. É incrível o descaso que nosso povo ainda tem com a história e o patrimônio.

Uma gota de mitologia real

As Yabás

As yabás da mitologia africana são as orixás femininas que representam diferentes aspectos da natureza e da vida humana. Elas são poderosas, guerreiras, sábias e maternais, cada uma com sua personalidade e seus domínios. Yabá é um termo que vem do iorubá e significa “mãe rainha”. Na África, supõe-se que esse nome se restringia a Iemanjá e Oxum, as duas orixás mais importantes na hierarquia divina. Já no Brasil, o termo se estendeu às outras orixás femininas, como Iansã, Nanã, Obá e Ewá. As yabás são reverenciadas nas religiões de matriz africana, como o candomblé e a umbanda, e no sincretismo religioso com o catolicismo. As yabás são as filhas de Olorum, o ser supremo na mitologia africana. Foram criadas para governar diferentes aspectos da criação, como as águas, os ventos, a terra e a fertilidade. Elas também são responsáveis por proteger e orientar os seres humanos em suas jornadas. Cada yabá tem sua história, seus símbolos, suas cores, suas oferendas e seus dias de celebração e representam a porção feminina dos orixás.

Radio Relógio

Uma curiosidade: João Fernandes de Oliveira, o pai do contratador amante de Xica da Silva e de mesmo nome, foi um dos homens mais ricos de todo o império português. Não havia nem aqui nem nas terras de ultramar ninguém mais rico do que ele, nem nobre, nem plebeu.


26 de março é o 85.º dia do ano no calendário gregoriano (86.º em anos bissextos). Faltam 280 para acabar o ano.


Post com a colaboração da @laismeralda

“Ter fé é muito simples. Difícil é acreditar nela.”

Sofocleto

Se você leu até aqui, obrigada! Esse é o meu almanaque particular. Um pedaço do meu diário, um registro de pequenas efemérides, de coisas que quero guardar, do tempo, do vento, do céu e do cheiro da chuva. Os Vestígios do Dia, meu dia.

© Nalua – Notas da vida comezinha, nos morros de Minas Gerais, no auge do verão, embora outono, e num calorão que parece o bafo do capeta.