pedra sonhando com britadeiras
para ler ouvindo
Belo Horizonte, 21 de maio de 2023
☼ 14° – 21°
Véspera do aniversário do meu irmão, que jamais vai ler este almanaque. Às 04h09 de 21 de maio de 2023, o Sol entra no signo de Gêmeos. Dia Mundial da Diversidade Cultural. Dia da Língua Nacional, do Afilhado e do Profissional de Letras. Em 1932 Amelia Earhart é forçada a pousar em um pasto na Irlanda do Norte, tornando-se a primeira mulher a voar sozinha pelo Oceano Atlântico. Em 2001 é promulgada a lei francesa Taubira, reconhecendo oficialmente o tráfico atlântico de escravos e a escravidão como crimes contra a humanidade. Em 1933 nascia a poeta Olga Savary, por quem Carlos Drummond era desesperadamente apaixonado (e eu também). Em 1949 nasce Hermes Aquino. Em 1960 era melhor que Jeffrey Dahmer não tivesse nascido. Em 1962 Frejat chegou a essa doideira de mundo, em 1974 o mundo ficou mais bonito com a vinda de Maria Fernanda Cândido. Certamente muitas pessoas importantes morreram num 21 de maio, mas eu não sei de ninguém. Maio já me trouxe desde sempre muitos sustos, fiquemos por aqui.
Mapa de esperança
Vinha pisando sobre toda a praia,
o sangue quieto — ou quase quieto —,
os pensamentos leves como espumas
e os cabelos soltos como nuvens.
Trágica como princesa de elegia,
meu estandarte é o desespero,
minha bandeira, indecisão.
Ainda assim, alegria, te festejo.
♥️
Olga Savary
Em 21 de maio de 1984 Al Berto registrou em seu diário:
Quebro os dias na consistência frágil dos espelhos
nada se me revela no estilhaço de ausência
dentro de sonho nenhum encontro esconderijo
posso olhar-te daqui e é tudo
o que acontece no entardecer da idade
acreditar na perenidade da desolação
*
Está tudo tão sossegado. De noite
sopra, há dois dias, um vento leve, frio,
inquietante, contínuo.
flores abrem.
Ninguém
me veio visitar, ninguém me telefonou.
Olho horas a fio as pétalas brancas das
flores agitarem-me imperceptivelmente.
Está tudo tão sossegado, que irá acontecer?
Al Berto – Diários – Ed. Assírio & Alvim
Oráculo da Semana
Sete de Copas ♥️
Alguns estudiosos dizem que o Tarô é o Livro da Vida, ou o Livro do Mundo. Que em suas 78 cartas estariam guardados todos os aspectos da vida. Tudo que é humano estaria ali. Assim, cada carta teria em si um rol quase infinito de assuntos. Não seriam assuntos aleatórios, claro, cada carta tem seu espírito, sua alma. E o Sete de Copas é uma destas cartas que tem um espírito definido, mas abriga assuntos diversos. Acontece que o oráculo soprou essa semana o assunto sonho. Fantasia, devaneio. As cartas querem falar sobre sonhar acordado, sobre inventar realidades, sobre as histórias que contamos a nós mesmos.
O psicanalista Juan D. Nasio define assim a fantasia:
É um pequeno romance de bolso que carregamos sempre conosco e que podemos abrir em qualquer lugar sem que ninguém veja nada nele, no trem, no café e o mais frequentemente em situações íntimas. Acontece às vezes de essa fábula interior tornar-se onipresente no nosso espírito e, sem nos darmos conta, interferir entre nós e nossa realidade imediata. Concluímos então que muita gente vive, ama, sofre e morre sem saber que um véu sempre deformou a realidade dos seus laços afetivos. (J. D. Nasio – A Fantasia)
Todos nós temos fantasias, várias fantasias, em geral derivadas de uma fantasia primordial. E como uma das coisas que nos definem como humanos é a nossa capacidade de contar histórias, obviamente contaríamos a nos mesmos nossas próprias histórias particulares. Contamos essas histórias todos os dias. Somos narradores de nós mesmos. Tudo é possível suportar com uma narrativa, já disse alguém bem mais sábio por aí. A fantasia do Sete de Copas entra neste ponto, que às vezes é cego como uma porta. Aquelas anedotas que nos contamos intimamente, em que somos protagonistas, mesmo que não sejamos heróis. Este arcano quer falar sobre a fantasia. E não do ponto de vista psicanalítico, ou filosófico, mas do senso comum mesmo, que é de onde parte o tarô.
Neste sentido não é sempre que a fantasia é ruim. Fantasiar ajuda a suportar o dia. Sonhar acordado nos ajuda a aumentar o mundo, é também parte do que nos faz humanos. É o que cria quase toda arte. Por isso, nesta semana, o Sete de Corações não vai pedir para que desistamos de nossos devaneios. Não vai pedir para que separemos a fantasia da realidade, não vai pedir para que equilibremos fantasia e realidade. Essa semana é tempo de liberarmos o sonho dos dias, das tardes frias perto do pôr do sol.
Ao invés de ver a fantasia como um mal, como aquilo que nos afasta do nosso centro, de alguma essência esquisita e imutável de nós mesmos, vamos só aumentar nosso mundo por meio de devaneios, como ensinava Manoel de Barros, expandindo nossos horizontes. Vivemos uma crise de imaginação coletiva e precisamos começar de algum lugar a resolver essa parada. O Sete de Copas traz uma oportunidade para exercitar a imaginação. Uma sociedade de pessoas imaginativas, sonhadoras só não agrada aos fascistas e autoritários. Sonhar pode fazer a revolução, heim? Quem sabe. Não custa sonhar (risos).
Sei que alguns de vocês podem achar que não têm imaginação suficiente, que não sabem devanear nem sonhar acordado, ou que não têm tempo para isso, mas não é verdade, todos nascemos sabendo sonhar. Se no fim dessa semana sonhante você puder identificar o enredo de alguma fantasia sua, ganhamos todos nós, autoconhecimento é ouro e o mundo fica mais bacana de se viver quando mais pessoas se conhecem.
É tanto sonhar hoje que só temos um oráculo. Sonhar dispensa companhia.
A lua cheia convida para um longo beijo queridos. Boa semana.
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A carta de tarô Sete de Copas é conhecida por representar sonhos, desejos e ilusões, e é muitas vezes interpretada como um aviso para não se deixar levar por fantasias e ilusões. A imagem na lâmina mostra sete taças flutuando em uma nuvem, cada uma delas contendo um objeto diferente. Estes objetos podem variar de uma coroa ou um castelo a uma serpente ou uma caveira. Esta variedade de objetos é o que torna a carta tão intrigante, pois cada um deles pode ter um significado diferente.
O Sete de Copas é frequentemente associado a sonhos e desejos, e é muitas vezes interpretado como um aviso para não se deixar levar por fantasias e ilusões. É fácil se perder em sonhos e desejos, mas nem sempre eles são realistas ou alcançáveis. É importante lembrar que a vida real é muito diferente dos nossos sonhos. Por outro lado, a carta também pode ser vista como um convite para explorar a nossa imaginação e criatividade. Às vezes, sonhar com coisas impossíveis pode nos ajudar a encontrar soluções para problemas difíceis ou a descobrir novas possibilidades em nossas vidas. O Sete de Copas também pode ser interpretado como um aviso para não se deixar levar por ilusões e enganos. Às vezes, as coisas não são o que parecem e é importante estar atento aos sinais que nos cercam. Nem tudo o que brilha é ouro, e nem todas as oportunidades são boas para nós. Mas esqueça tudo isso e vá dançar na chuva.
Para ler se o sono não chegar
Daqui onde estou posso ouvi-lo pensando da lucidez de um instante à opacidade de infinitos dias, posso ouvi-lo pensando nas diversas formas de loucura e suicídio. A loucura da Busca, essa feita de círculos concêntricos e nunca chegando ao centro, a ilusão encarnada ofuscante de encontrar e compreender. A loucura da recusa, de um dizer tudo bem, estamos aqui e isto não basta, recusamo-nos a compreender. A loucura da paixão, o desordenado aparentando ser luz na carne, o caos sabendo à delícia, a idiotia simulando afinidades. A loucura do trabalho e do possuir. A loucura do aprofundar-se depois olhar à volta e ver o mundo mergulhado em matança e vaidade, estar absolutamente sozinho no mais profundo. Amós está? Daqui onde estou posso ouvi-lo pensando como devo matar-me? Ou como devo matar em mim as diversas formas de loucura e ser ao mesmo tempo compassivo e lúcido, criativo e paciente, e sobreviver?
♣
Hilda Hilst – Uma Superfície de Gelo Ancorada no Riso (tem nome mais interessante que este?)
Ler & Ouvir & Assistir de manhã |
Livro
Crônica do Pássaro de corda – Haruki Murakami
Murakami é um autor que cria climas oníricos deliciosos em seus livros. Crônica do pássaro de corda é um livro em que esse clima de sonho está presente durante toda a leitura. Eu indico um pouco para ir contra a crítica da “alta literatura”, que não gosta muito desse autor. Eu adoro. Acho encantador esse clima de sonhos que ele cria, adoro as histórias, adoro a delicadeza. Eu indico esse porque é meu preferido, mas tem outros livros mais curtos dele que se encaixam também nessa categoria.
Crônica do Pássaro de Corda, do escritor japonês Haruki Murakami, é uma mistura de realismo mágico, romance, suspense e filosofia, que conta a história de Toru Okada, um homem comum que vê sua vida mudar drasticamente quando sua esposa desaparece sem deixar rastros. O livro é dividido em três partes, cada uma com um título diferente: O Vento Subterrâneo, O Pássaro de Corda e O Pássaro que Vira o Mundo de Cabeça para Baixo. Cada parte tem um clima e um ritmo próprios, mas todas estão interligadas por uma série de personagens misteriosos e acontecimentos estranhos que envolvem sonhos, poços, gatos, prostitutas, políticos, soldados e, claro, o pássaro de corda do título. É uma delícia nesse livro a forma como o autor cria uma atmosfera envolvente e surreal, que questiona a realidade e o sentido da vida. O livro é cheio de simbolismos e referências culturais, que vão da música clássica ao cinema italiano. O estilo de escrita de Murakami é simples e fluído, mas ao mesmo tempo profundo e poético. Ele consegue criar personagens complexos e carismáticos, que nos fazem sentir empatia e curiosidade por suas histórias. A história tem muitas camadas e subtramas que exigem atenção e reflexão.
Documentário
Só Dez Por Cento é Mentira – Pedro Cezar – 2010.
Manoel de Barros é um poeta que todos nós brasileiros devíamos conhecer e reverenciar. Esse documentário é uma das coisas mais incríveis que já vi. É daquelas obras que mudam a vida, mudou a minha, de verdade. Até hoje ecoa em mim e já vi faz muito, muito tempo. Vejam, revejam, aproveitem, pois é uma lindeza sem fim. E leiam a poesia do menino Manoel, que é maravilhosa também, como ele.
Só dez por cento é mentira é um documentário brasileiro de 2010 que retrata a vida e a obra do poeta Manoel de Barros. Dirigido por Pedro Cezar, o filme combina entrevistas, imagens de arquivo e animações para criar um retrato poético e inventivo do autor mato-grossense. O título do documentário faz referência a uma frase de Manoel de Barros, que dizia que só dez por cento do que escrevia era mentira, e o resto era invenção. O filme explora essa ideia de invenção como uma forma de resistência e de criação de uma linguagem própria, que desafia as convenções e as normas da língua portuguesa. O documentário é dividido em três partes: infância, maturidade e velhice. Em cada uma delas, o filme mostra como Manoel de Barros foi influenciado pelo ambiente em que viveu, pela sua família, pelos seus amigos e pelos seus mestres. O filme também destaca alguns dos temas recorrentes na sua obra, como a natureza, os animais, as coisas simples e os seres marginalizados. O documentário é uma homenagem ao poeta, que faleceu em 2014, aos 97 anos. É também uma forma de divulgar a sua obra para o público mais amplo, que talvez não conheça a sua importância e a sua originalidade. Só dez por cento é mentira é um filme que celebra a poesia como uma forma de ver o mundo com mais beleza e mais liberdade.
Animação
A Viagem de Chihiro – Hayao Miyazaki – 2001.
Outra obra que me impactou de um jeito que não sei como explicar. Foi a primeira coisa que vi do Estúdio Ghibli e me apaixonei nos primeiros minutos. É completamente onírico, é um grande sonho acordado, é lindo demais. Não espere entender tudo, é um sonho animado, nem tudo faz sentido. Mas é um devaneio encantador.
A Viagem de Chihiro é um dos filmes mais icônicos da história do cinema japonês. Dirigido por Hayao Miyazaki, é uma obra-prima da animação que conquistou milhões de pessoas em todo o mundo. Lançado em 2001, A Viagem de Chihiro conta a história de uma menina de 10 anos chamada Chihiro, que se perde em um mundo mágico habitado por espíritos e seres fantásticos. Para salvar seus pais, que foram transformados em porcos, Chihiro precisa trabalhar em uma casa de banhos para espíritos, onde conhece personagens incríveis e vive aventuras emocionantes. O filme é uma obra de arte, que combina elementos do folclore japonês com uma narrativa envolvente e personagens cativantes. A animação é impressionante, com uma atenção aos detalhes que é simplesmente incrível. Cada cena é cuidadosamente desenhada e animada, criando um mundo mágico e fascinante que prende a atenção do espectador do início ao fim.
Mas A Viagem de Chihiro não é apenas uma animação bonita e bem-feita. O filme é também uma reflexão sobre temas importantes. Chihiro é uma heroína forte e determinada, que não desiste mesmo diante dos maiores desafios. Ela aprende a se adaptar a um mundo desconhecido e a enfrentar seus medos, tornando-se uma pessoa mais corajosa e madura ao longo da história.
Filme
O Fabuloso Destino de Amelie Poulan – Jean-Pierre Jeunet – 2001
Adoro, adoro. Adorei quando vi. Será que resistiria ao tempo? (desconfio que não). Mas não sei e não saberei, pois esse é um filme que não quero rever, traz com ele muito da minha juventude, da esperança e dos sonhos que eu tinha nos anos 2000. Vejam vocês e tirem suas próprias conclusões e por favor, me contem. Ele é onírico. Muito onírico, Amélie é uma grande sonhadora.
Eu poderia ter sido mais chique e indicado Sonhos, do Akira Kurosawa, que amo e este sim, não canso de rever. Mas acho que a semana pede mais que a gente vá passear de lambreta pelas ruas de Paris, e que a gente corra atrás de anões de jardim.
O Fabuloso Destino de Amélie Poulain é um filme francês de 2001, dirigido por Jean-Pierre Jeunet e estrelado por Audrey Tautou. A história segue a vida de Amélie, uma jovem sonhadora que decide ajudar as pessoas ao seu redor a encontrar a felicidade. O filme tem uma narrativa encantadora e bonita, bem ao estilo dos anos 10. Amélie é uma personagem única, que vive em seu próprio mundo imaginário e tem uma visão muito particular da vida. Ótima trilha sonora e um elenco excepcional, o filme nos transporta para as ruas de Paris e nos apresenta uma série de personagens inesquecíveis. Desde o dono da mercearia até o homem que coleciona fotos rasgadas, cada um tem sua própria história e sua própria busca pela felicidade. A interpretação de Audrey Tautou como Amélie é demais. Ela consegue transmitir toda a inocência e alegria de sua personagem. O elenco de apoio também é excelente, com destaque para Mathieu Kassovitz como Nino Quincampoix, o interesse amoroso de Amélie. Uma das coisas mais marcantes do filme é sua estética visual. Com cores vibrantes e uma fotografia deslumbrante, cada cena é um quadro em si mesmo, o que hoje pode estar saturado, mas na época era novo. A direção de arte é impecável, criando um mundo mágico e encantador que faz com que o espectador se sinta parte da história.
Série
Twin Peaks – David Lynch – 1990
Indico pois é a série onítrica por natureza né? David Lynch, o mestre os sonhos. Essa série icônica, inimitável, incomparável. Também é parte da minha juventude. Fez parte da minha vida não ter entendido nada, mas gostar muito, como se gosta de um sonho longo, assustador e muito estranho. Vejam, deem-se a esse desfrute rs, o de ver uma série velhusca e esquisita. Também não espere entender. Viver ultrapassa, etc. 😉
Twin Peaks é uma série de televisão americana criada por David Lynch e Mark Frost. A série estreou em 1990 e durou apenas duas temporadas, mas deixou um legado duradouro na televisão e na cultura pop. A série foi cancelada em 1991, mas retornou em 2017 com uma terceira temporada, que foi muito bem recebida pela crítica e pelos fãs. A história de Twin Peaks começa com a descoberta do corpo da jovem Laura Palmer, uma popular estudante do ensino médio da cidade de Twin Peaks, Washington. O agente do FBI Dale Cooper é chamado para investigar o caso e descobre que a cidade esconde muitos segredos obscuros e que muitas pessoas têm motivos para querer que Laura Palmer esteja morta. A série é conhecida por seu estilo surrealista, sua trama complexa e seus personagens excêntricos. David Lynch, que dirigiu muitos dos episódios, é conhecido por seu estilo visualmente impressionante e sua habilidade em criar atmosferas perturbadoras e misteriosas. A trilha sonora é icônica, composta por Angelo Badalamenti. A música é uma parte importante da série e ajuda a criar a atmosfera única de Twin Peaks.
Um dos aspectos mais interessantes de Twin Peaks é a forma como a série lida com a dualidade. A cidade de Twin Peaks é retratada como um lugar idílico, mas também esconde muitos segredos sombrios. Os personagens são frequentemente retratados como tendo duas faces, uma pública e outra privada. A dualidade é um tema recorrente na série e ajuda a criar uma sensação de tensão constante. Twin Peaks também é conhecida por sua influência em outras séries de televisão. A série ajudou a popularizar o formato de drama serializado, que se tornou muito popular a partir de 1990, e também influenciou muitos criadores de televisão, incluindo J.J. Abrams, que citou Twin Peaks como uma inspiração para a criação de Lost.
Rádio Relógio
- O excesso de devaneios pode indicar um transtorno conhecido como “maldaptive daydreaming”. Nessa condição, a pessoa sonha acordado ou tem devaneios em excesso, negligenciando tarefas diárias essenciais e suas necessidades sociais. Pode ser comparado a uma compulsão ou vício por sonhar acordado.
- As pessoas que estão tentando parar de fumar têm sonhos mais longos e intensos.
- Crianças pequenas não sonham consigo mesmas até os 3 ou 4 anos.
- Pessoas não sonham enquanto estão roncando.
Links
O Bem e o Mal de Sonhar Acordado
Sonhar Acordado é Sinal de Inteligência e Criatividade
21 de maio é o 141.º dia do ano no calendário gregoriano (142.º em anos bissextos). Faltam 224 dias para acabar o ano.
“Sonhar com dinheiro é pobreza” Ditado Popular |
Se você leu até aqui, obrigada! Esse é o meu almanaque particular. Um pedaço do meu diário, da minha arca de referências, um registro de pequenas efemérides, de coisas que quero guardar, do tempo, do vento, do céu e do cheiro da chuva. Os Vestígios do Dia, meus dias.
© Nalua – Caderninho pessoal, bauzinho de trapos coloridos, nos morros de Minas Gerais. Outono, graças aos céus. |
Eu acho engraçado, no mínimo, como me conecto com suas tiragens, Nalu. Essa noite tive sonhos psicodélicos e acordei pensando em sonhos, em como eu gosto e preciso (isso mesmo, preciso) de sonhar acordada pra aliviar e suportar o peso dos dias. Amei, como sempre.
Sonhar acordado é bom demais, eu adoro. Alivia mesmo, e acho que abre a mente, dá uma limpada.
❤️
🤩
Saber que posso (e sei) sonhar é, realmente, o que contradiz minha própria ideia de que não sou criativa. Talvez, eu só esteja procurando no lugar errado. Obrigada por isso!
Fantasia salva a gente de tanta coisa.
Salva demais. Sem fantasia, sem arte ninguém aguenta a aridez da realidade