Mês: agosto 2023

com os olhos cor sem cor
Belo Horizonte, 06 de agosto de 2023

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6 de agosto de 1945 foi o dia em que o bombardeiro B-29 Enola Gay jogou sobre Hiroshima a bomba chamada – com inacreditável mau gosto – de Little Boy. Parafraseando Theodor Adorno, é possível fazer poesia depois de Hiroshima?


Coitada da bomba atômica
Que não gosta de matar
Mas que ao matar mata tudo
Animal e vegetal
Que mata a vida da terra
E mata a vida do ar
Mas que também mata a guerra…
Bomba atômica que aterra!
Pomba atônita da paz!

Pomba tonta, bomba atômica
Tristeza, consolação
Flor puríssima do urânio
Desabrochada no chão
Da cor pálida do helium
E odor de radium fatal
Lœlia mineral carnívora
Radiosa rosa radical.

Nunca mais, oh bomba atômica
Nunca, em tempo algum, jamais
Seja preciso que mates
Onde houve morte demais:
Fique apenas tua imagem
Aterradora miragem
Sobre as grandes catedrais:
Guarda de uma nova era
Arcanjo insigne da paz!

Vinícius de Morais

A respeito de 6 de agosto de 1945 escreveu o médico Michihiko Hachiya em seu diário:

6 de agosto de 1945

Era cedo, a manhã era calma, quente e bonita. As folhas cintilantes refletiam a luz do sol de um céu sem nuvens e faziam um contraste agradável com sombras em meu jardim enquanto eu olhava distraído através das amplas portas abertas para o sul.

Vestido com ceroulas e camiseta, estava estendido no chão da sala esgotado, porque tinha acabado de passar uma noite em claro trabalhando como diretor no meu hospital.

De repente, um forte clarão de luz me assustou – e depois outro. Tão bem nos lembramos de coisas pequenas, que eu lembro vividamente como uma lanterna de pedra no jardim tornou-se brilhantemente iluminada e refleti se aquela luz estava sendo causada por um surto de magnésio ou por faíscas de um bonde que passava.

As sombras no jardim desapareceram. A paisagem, que um momento antes estava tão brilhante e ensolarada, agora estava escura e nebulosa. Através do turbilhão de poeira, eu mal podia distinguir uma coluna de madeira que apoiava um canto da minha casa. Ela estava loucamente inclinada e o teto cedeu perigosamente.

Movimentando-me instintivamente, tentei fugir, mas escombros e vigas caídas barraram meu caminho. Ao escolher meu caminho com cautela, consegui sobreveio, chegar ao roka e descer para o meu jardim. Uma fraqueza profunda me sobreveio, então parei para recuperar minhas forças. Para minha surpresa, descobri que estava completamente nu. Que estranho! Onde estavam minhas ceroulas e camiseta?

O que tinha acontecido?

Todo o lado direito do meu corpo estava cortado e sangrando. Um grande estilhaço estava se projetando de uma ferida mutilada em minha coxa, e algo quente escorria na minha boca. Minha bochecha estava rasgada. Descobri enquanto a sentia com cautela, com o lábio inferior bem aberto. Um fragmento considerável de vidro estava cravado no meu pescoço, o qual retirei por questões naturais, e com o afastamento de alguém atordoado e chocado, estudei-o em minha mão manchada de sangue.

Onde estava a minha esposa?

Diário de Hiroshima – Michihiko Hachiya – Ed. ediPUCRS


Crescer durante a Guerra Fria


O dia em que o Oráculo silencia

A Carta da Semana não é sobre nós, não é sobre a nossa vida. Pena que não dê para suspirarmos aliviados, pois é o horror. A carta da semana é só para que a gente se lembre do quão bestiais podemos ser.

A carta da Torre, entre outras coisas, representa destruição total, devastação, terror, perda, morte. Onde A Torre aparece, é terra devastada. Certamente foi essa carta que regeu a bomba que caiu sobre Hiroshima. Essa carta lembra que não sabemos de nada, também. A história da bomba de Hiroshima é horrível. Horripilante, pavorosa. Eu não sei como não estamos todos nós, que vivemos à margem das decisões, descabelados, desesperados, sabendo de tanto horror. Talvez seja melhor não saber mesmo de muita coisa. Pois eu estou devastada desde que assisti um documentário sobre as duas bombas atômicas. O horror de tudo, os detalhes macabros que não sabemos, porque a ninguém interessa. A alegria sinistra dos que jogaram a bomba. A dureza que imaginamos mas não sabemos. E que precisaríamos saber, saber sempre, saber muito, nunca esquecer. Mas esquecemos toda hora, tudo é tanto esquecimento. A Torre. Que desmorona em 1945, que desmorona em 2001, e nós, que seguimos inocentes sem memória.

O trabalho para que esqueçamos de Hiroshima e Nagasaki foi bem feito pelo governo estadunidense; durante mais de 10 anos eles perseguiram, buscaram, confiscaram e destruíram qualquer menção, relato ou imagem das primeiras horas e dias da destruição. O que não destruíram guardaram a sete chaves com o rótulo de ultra secreto – extremamente proibido. Nada diferente viria dali.

A Torre é uma das cartas mais impactantes e temidas do baralho. Representando a destruição, a queda e a ruína, ela mostra uma torre sendo atingida por um raio e desmoronando em chamas e fumaça. Essa imagem remete imediatamente à tragédia da bomba de Hiroshima, durante a Segunda Guerra Mundial. A bomba atômica lançada pelos Estados Unidos sobre a cidade japonesa causou uma destruição sem precedentes, matando instantaneamente milhares de pessoas e deixando outras tantas com sequelas físicas e psicológicas para o resto da sua vida e da de seus descendentes. A Torre do Tarô, com sua queda abrupta e violenta, parece ecoar essa imagem de devastação e horror.

Mas a relação entre a carta de Tarô e a bomba de Hiroshima vai além da simples semelhança visual. Na tradição esotérica, a Torre representa um momento de crise e transformação, em que velhas estruturas são derrubadas para dar lugar a novas possibilidades. Ela é um símbolo da mudança, mesmo que seja dolorosa e traumática. Essa interpretação pode ser aplicada à história da humanidade como um todo, mas é especialmente relevante no contexto da Segunda Guerra Mundial. A bomba de Hiroshima foi um evento traumático e devastador, mas também marcou o início de uma nova era na história da humanidade. Se uma era melhor eu tenho sérias dúvidas. Alguns caindo por terra/ Pra outros poderem crescer? As lições estão por todo lado, mas a gente parece nunca aprender. Não há mensagem positiva possível aqui. Não há nada de bom que saia de uma bomba atômica, só existe devastação, que me perdoem os otimistas e sorridentes. Uma bomba sobre o Japão/ Fez nascer o Japão da paz?

A bomba forçou os países envolvidos na guerra a repensarem suas estratégias, mas nunca foi pelo bem comum. Assim como a Torre do Tarô, a bomba de Hiroshima foi um símbolo da necessidade de mudança e transformação. Ela mostrou que as velhas estruturas do mundo estavam obsoletas e precisavam ser derrubadas para dar lugar a novas formas de pensar e agir. Arrumamos novas formas, mas não são boas. Esse preço jamais deveria ter sido cobrado, não importa de quanta mudança o mundo precisasse. É como disse algum velho mestre, algum velho pajé ou xamã: Não é preciso esconder a magia do conhecimento, ela está por todo canto, nós é que não aprendemos, não colhemos o conhecimento e nem a magia. É interessante pensar que quase todos os relatos sobre a bomba dizem de que ela foi estupendamente silenciosa e clara. Ninguém ouviu nada, só enxergou um clarão inigualável. Nem assim. :/

A Torre e a bomba de Hiroshima estão ligadas por uma semelhança visual marcante, mas também por uma mensagem mais profunda de horror, transformação e mudança. A rosa radioativa, estúpida, inválida.

A carta de tarô A Torre é uma das mais temidas. Representando a destruição e a mudança abrupta, a imagem da carta mostra uma torre sendo atingida por um raio, com pessoas caindo de lá de cima. Simboliza a queda de estruturas que pareciam sólidas e seguras, e a necessidade de reconstruir a partir do zero. Em geral, essa carta é associada a eventos traumáticos e mudanças radicais. Quando aparece em uma posição positiva na leitura, a carta A Torre pode indicar que a mudança é necessária e bem-vinda, trazendo novas oportunidades e possibilidades. Nesse caso, a queda da torre é vista como um momento de renovação e libertação. A carta da Torre tem um lado positivo também, quando é uma leitura pessoal. Mas hoje optei por deixar de fora esse lado para que lembremos de Hiroshima e Nagasaki.

A Torre também pode indicar que a mudança está sendo forçada e trazendo sofrimento. Nesse caso, é um momento de perda e desespero. Independentemente do contexto em que aparece na leitura, a carta de A Torre sempre traz consigo a mensagem de que é preciso estar preparado para mudanças abruptas e inesperadas. Essa carta nos lembra que nem sempre as coisas são como parecem, e que é preciso estar sempre pronto para reconstruir a partir do zero. A Torre representa a queda de estruturas sólidas e seguras. Em alguns baralhos a Torre também é chamada de A Casa de Deus.

Com o perdão de Adorno, uma poesia escrita muito antes de Hiroshima.

Torres cadentes
Jerusalém Atenas Alexandria
Viena Londres
Irreais
A mulher distendeu com firmeza seus longos cabelos negros
E uma ária sussurrante nessas cordas modulou
E morcegos de faces infantis silvaram na luz violeta,
Ruflando suas asas, e rastejaram
De cabeça para baixo na parede enegrecida
E havia no ar torres emborcadas
Tangendo reminiscentes sinos, que outrora as horas repicavam
E agudas vozes emergiam de poços exauridos e cisternas vazias.
Nessa cova arruinada entre as montanhas
Sob um tíbio luar, a relva está cantando
Sobre túmulos caídos, ao redor da capela
É uma capela vazia, onde somente o vento fez seu ninho.
Não há janelas, e as portas rangem e gingam,
Ossos secos a ninguém mais intimidam.
Um galo apenas na cumeeira pousado
Cocorocó cocorocó
No lampejo de um relâmpago. E uma rajada úmida
Vem depois trazendo a chuva
O Ganga em agonia submergiu, e as flácidas folhas
Esperam pela chuva, enquanto nuvens negras
Acima do Himavant muito além se acumulam.
A selva agachou-se, arqueada em silêncio.
Falou então o trovão.

T. S. Eliot – Terra Devastada 


Arte para nunca, jamais esquecer

Livro

Flores de Verão – Tamiki Hara. Eu li porque foi muito bem indicado. Li por causa deste assunto. É um livro tão japonês, de um jeito que nem sei muito explicar; daquela maneira refinada, própria da arte japonesa. Está contando coisas tão horríveis, mas é delicado, sem ser banal. E para além disso, descreve muito bem o horror que foi a bomba, o horror que foi passar por aquilo, é inacreditável não sabermos mais a respeito. A última parte deste livro é lindíssima, é poesia triste, cheia de beleza, apesar do absoluto terror do qual fala.


O livro “Flores de Verão” de Tamiki Hara é uma obra literária que retrata a vida de um cidadão japonês durante a Segunda Guerra Mundial e a bomba atômica de Hiroshima. Através da narrativa, o autor descreve com detalhes as consequências da guerra e a destruição causada pela bomba. A história se passa na cidade de Hiroshima, onde o protagonista vive com sua família. O autor vai apresentando a rotina da família e como eles são afetados pela guerra. Aos poucos, ele percebe que a situação está ficando cada vez mais perigosa e que a cidade pode ser alvo de um ataque. O clímax do livro é a descrição da bomba atômica lançada sobre Hiroshima. O autor descreve com riqueza de detalhes a destruição e o sofrimento das pessoas que sobreviveram. A partir daí, a narrativa se concentra na luta do protagonista para sobreviver e encontrar sua família.  O autor mostra como a guerra afeta a vida das pessoas comuns. A bomba atômica de Hiroshima é um dos eventos mais marcantes da história mundial. Em 6 de agosto de 1945, os Estados Unidos lançaram uma bomba atômica sobre a cidade japonesa, matando mais de 140 mil pessoas e deixando milhares de feridos. O saldo de mortos após o ataque e somando os mortos com a doença da bomba, chega a 300 mil. O ataque foi um dos principais fatores que levaram ao fim da Segunda Guerra Mundial. Além das vidas perdidas, a bomba deixou sequelas físicas e psicológicas nas pessoas que sobreviveram e nas gerações seguintes.


Animação

O Túmulo dos Vagalumes  – 1988, Isao Takahata – Estúdio Ghibli –  O mais triste de todos os filmes. Mas é lindo, lindo, lindo. Mostra com delicadeza a brutalidade do que foi o pós bomba atômica. E nem é no pior lado, no mais escatológico. É do Estúdio Ghibli, é uma animação aclamadíssima, é profunda e comovente. Não é literalmente a história da bomba de Hiroshima, é quase uma paráfrase, não se passa lá, mas conta detalhadamente o que aconteceu. 


A animação O Túmulo dos Vagalumes é um filme japonês lançado em 1988, dirigido por Isao Takahata e produzido pelo Studio Ghibli. O filme é baseado no livro homônimo de Akiyuki Nosaka e conta a história de dois irmãos, Seita e Setsuko, que lutam para sobreviver no Japão durante a Segunda Guerra Mundial. Retrata com realismo a dura realidade da guerra e suas consequências para a população civil, especialmente para as crianças. A história começa em Kobe, no Japão, em 1945, quando a cidade é bombardeada pelos Estados Unidos. Seita e Setsuko perdem sua mãe no ataque e são separados do pai, que está na marinha japonesa. Os dois irmãos são obrigados a deixar sua casa e vagar pelas ruas em busca de abrigo e comida. O filme é conhecido por sua abordagem realista e emocionalmente impactante, e é frequentemente citado como um dos melhores filmes de guerra já feitos.

A relação entre “O Túmulo dos Vagalumes” e a bomba de Hiroshima é profunda e complexa. O filme se passa em Kobe, uma cidade no Japão que foi bombardeada pelos Estados Unidos em 1945, pouco antes da bomba atômica ser lançada em Hiroshima. A guerra e suas consequências são temas centrais do filme, e a destruição causada pelos bombardeios é retratada de forma vívida. O protagonista, Seita, e sua irmã mais nova, Setsuko, são forçados a lidar com a fome, a doença e a morte, enquanto tentam sobreviver em um mundo devastado pela guerra. Embora o filme não se concentre diretamente na bomba de Hiroshima, sua presença é sentida em todo o filme. A destruição causada pela bomba é uma parte indelével da história do Japão durante a Segunda Guerra Mundial, e a animação é uma reflexão poderosa sobre as consequências humanas do conflito.


Filme

Hiroshima Mon Amour – 1959 – Alain Resnais – Outro filme da minha vida. Belo, duro, desesperador. Uma história de amor, um filme que tem o horror da bomba de Hiroshima e da Segunda Guerra como pano de fundo.


O filme “Hiroshima Mon Amour”, foi lançado em 1959, dirigido por Alain Resnais e escrito por Marguerite Duras. A trama se passa em Hiroshima, Japão, e conta a história de amor entre uma atriz francesa e um arquiteto japonês, que se conhecem durante as filmagens de um documentário sobre a reconstrução da cidade após a bomba atômica. A relação do filme com a bomba de Hiroshima é central para a trama, pois a cidade foi devastada pelo ataque nuclear em 6 de agosto de 1945. O filme retrata a dor e o sofrimento causados pela bomba, mas também explora a complexidade das relações humanas e a dificuldade de superar traumas do passado.

A atriz francesa, interpretada por Emmanuelle Riva, é uma sobrevivente da Segunda Guerra Mundial e carrega consigo a culpa por ter se apaixonado por um soldado alemão durante a ocupação nazista na França. Ela se identifica com o sofrimento dos japoneses, que foram vítimas de uma guerra que não escolheram participar. O arquiteto japonês, interpretado por Eiji Okada, também é um sobrevivente da bomba de Hiroshima e carrega consigo as memórias da tragédia. Ele se identifica com a dor da atriz francesa e tenta ajudá-la a superar seus traumas do passado. O filme utiliza técnicas de montagem não-linear e flashbacks para explorar as memórias dos personagens e criar uma atmosfera onírica e poética. “Hiroshima Mon Amour” retrata com sensibilidade e profundidade as consequências da guerra e da violência.


Documentário

Luz branca/Chuva Negra – 2007 – Steven Okazaki. Esse documentário é daquelas obras que deviam ser obrigatórias em toda escola, para todo cidadão. É um relato muito claro do que foi a devastação provocada pelo lançamento das bombas no Japão. Eu fiquei extremamente impactada com esse documentário. Ainda não consigo me conformar com a bestialidade que somos capazes de produzir. Eu acho que é preciso que a gente conheça o que aconteceu com as cidades das bombas. Assim como conhecemos os horrores do Holocausto, deveríamos conhecer os horrores da bomba. O que provocaram não foi só a destruição da primeira hora. Os sobreviventes da bomba carregaram por décadas os estigmas e consequências nefastas, os problemas de saúde, além de toda perda. Fiquei chocada sobretudo com a alegria explícita dos soldados que jogaram a bomba, que estavam no Enola Gay, mesmo tantas décadas depois. Ainda hoje o estigma da bomba afeta os descendentes dos sobreviventes. São marcados. É preciso ver e saber destas coisas. Nossa insistência em não nos incomodarmos com coisas feias nos tira o passado, nos faz esquecer e esquecer é repetir. Está no YouTube, completo. No YouTube também tem outro documentário muito bom, da Natgeo, chamado Hiroshima – O Dia Seguinte


O documentário “Luz Branca/Chuva Negra: A Destruição de Hiroshima e Nagasaki” é uma obra que retrata de forma impactante e realista os efeitos catastróficos das bombas atômicas lançadas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki em agosto de 1945. Dirigido por Steven Okazaki, o documentário apresenta depoimentos de sobreviventes, testemunhas e especialistas que relatam suas experiências e conhecimentos sobre o evento histórico que mudou o curso da Segunda Guerra Mundial e teve consequências globais. Ao longo do filme, são apresentados relatos de pessoas que sobreviveram à explosão e que sofreram com as sequelas da radiação, como doenças graves e deformações físicas. Além disso, o documentário também explica o contexto histórico em que as bombas foram lançadas e as razões que levaram os Estados Unidos a tomar essa decisão tão pavorosa. A produção é bem estruturada e apresenta imagens impactantes, que ajudam a compreender a dimensão da destruição causada pelas bombas.


Mangá

Gen Pés Descalços – Keiji Nakazawa.  Esse não poderia faltar, é um clássico quando se pensa no que foi a bomba de Hiroshima. Por enquanto só li o primeiro volume e é muito, muito bom, espero ler o restante em breve. 


O mangá “Gen Pés Descalços” do autor japonês Keiji Nakazawa que retrata a vida de um garoto chamado Gen durante a Segunda Guerra Mundial. A história é baseada em suas próprias experiências, já que Nakazawa sobreviveu ao bombardeio atômico em Hiroshima. Publicado originalmente em 1973, o mangá é considerado uma das obras mais importantes e impactantes sobre a guerra. Através da história de Gen, Nakazawa mostra o horror e o sofrimento causados pela guerra, especialmente para os civis que são pegos no meio do conflito. A narrativa começa com Gen, um garoto de seis anos, e sua família vivendo em Hiroshima. Aos poucos, a guerra começa a afetar suas vidas de maneira dramática. O pai de Gen é convocado para lutar na guerra e a família passa a enfrentar dificuldades financeiras. Quando a bomba atômica é lançada sobre Hiroshima, Gen sobrevive por pouco e testemunha a devastação causada pela explosão. Nakazawa usa sua própria experiência para mostrar as consequências terríveis da guerra e o sofrimento que ela causa para as pessoas comuns. O mangá é uma denúncia contra a violência e uma homenagem aos sobreviventes do bombardeio de Hiroshima.



Rádio Relógio

  • As árvores de Ginko Biloba foram as únicas plantas que sobreviveram perto do epicentro da bomba. Essas árvores são maravilhosas, consideradas fósseis vivos. Seis delas ainda se encontram vivas em Hiroshima. Esse link é para a Sylvia, que como eu, ama árvores
  • Quase um quarto dos mortos em Hiroshima era de soldados coreanos recrutados para a guerra.
“A bomba atômica mudou tudo exceto a natureza do homem.”
(atribuída a) Albert Einstein

6 de agosto é o 218.º dia do ano no calendário gregoriano (219.º em anos bissextos). Faltam 147 dias para acabar o ano.


Se você leu até aqui, obrigada! Esse é o meu almanaque particular. Um pedaço do meu diário, da minha arca da velha, um registro de pequenas efemérides, de coisas que quero guardar, do tempo, do vento, do céu e do cheiro da chuva. Os Vestígios do Dia, meus dias. Aqui só tem referências, pois é disso que sou feita.


Post com a colaboração de @laismeralda.  A melhor cartomante do pedaço, marque sua hora com ela.

© Nalua – Caderninho pessoal, bauzinho de trapos coloridos, nos morros de Minas Gerais. Já no inverno, nem tão frio mais, que pena.

Esta é a 22ª de 78 páginas que terá este almanaque.