Mês: outubro 2023

vou te encontrar vestida de cetim

Belo Horizonte, 22 de outubro de 2023

⛅ 18° – 29° 


22 de outubro é o dia do Grande Desapontamento, é o dia em que, em 1797 André-Jacques Garnerin fez o primeiro salto de paraquedas registrado, de mil metros acima de Paris. Em 1964 , Jean-Paul Sartre recebeu e depois recusou o Prêmio Nobel de Literatura. Neste dia, em 1906 morreu Paul Cézanne, e em 1954 morreu Oswald de Andrade. Em 1969, num 22 de outubro, Paul McCartney precisou negar fortes rumores sobre sua suposta morte. 22 de outubro também é o dia do CAPS LOCK 🙂



Morte, minha Senhora Dona Morte,
Tão bom que deve ser o teu abraço!
Lânguido e doce como um doce laço
E como uma raiz, sereno e forte.

Não há mal que não sare ou não conforte
Tua mão que nos guia passo a passo,
Em ti, dentro de ti, no teu regaço
Não há triste destino nem má sorte.

Dona Morte dos dedos de veludo,
Fecha-me os olhos que já viram tudo!
Prende-me as asas que voaram tanto!

Vim da Moirama, sou filha de rei,
Má fada me encantou e aqui fiquei
À tua espera… quebra-me o encanto

Florbela Espanca


Em 22 de outubro de 1959, escreveu Sylvia Plath em seu diário:

22 DE OUTUBRO: QUINTA-FEIRA

Uma volta a pé antes de começar a escrever, após o café da manhã. Os tons sutis das árvores: covas amarelas, plumas vermelhas. Respirando fundo o ar ainda gelado. Uma purificação, um batismo. Por vezes, penso que é possível me integrar ao mundo, amá-lo. Na cama com Ted, aquecida, sinto um consolo animal. O que é a vida? Para mim, ela é ideiazinhas. Ideias são tiranas para mim: noção de minha inveja, superego dominador implacável: o que devo, 0 que preciso.

[…]Duas toupeiras mortas na rua. Uma a dez metros da outra. Mortas, desprovidas de seus fluidos vitais, embalagens de pelo azul esfumaçado, com patas brancas, quase garras, palmas humanas, e os focinhos pequenos em saca-rolhas virados para cima. Elas lutaram até a morte, Ted explicou. Depois a raposa as comeu.

[…]Ser honesta em relação ao que sei e soube. Ser coerente com minha singularidade. Registrar. Já tive a capacidade de transmitir sentimentos, cenas da juventude; agora, a vida é tão complicada. Dedicar-me a ela.

Os Diários de Sylvia Plath 1950-1962 – Ed. Biblioteca Azul

“Não me resigno quando depositam corações amorosos na terra dura. / É assim, assim será para sempre: / entram na escuridão os sábios e os encantadores. Coroados / de lírios e louros, lá se vão: mas eu não me conformo. / Na treva da tumba lá se vão, com seu olhar sincero, o riso, o amor; / vão docemente os belos, os ternos, os bondosos; / vão-se tranquilamente os inteligentes, os engraçados, os bravos. / Eu sei. Mas não aprovo. E não me conformo”.

Edna St. Vincent Millay, tradução de Lya Luft

Memento Mori

As pessoas morrem como viveram. Se nunca viveram com sentido, dificilmente terão a chance de viver a morte com sentido

Ana Cláudia Quintana Arantes

Sabemos que tudo é metamorfose, desde que um filósofo não conseguiu entrar no mesmo rio duas vezes. Sabemos da nossa temporariedade, da transitoriedade e impermanência de tudo, mesmo assim tememos o dia de não mais ser. Temos muito medo da morte.

Segundo o jornalista Ernest Becker no livro A Negação da Morte, nosso medo Dela é tal que construímos toda a civilização em torno desse temor. Tudo que erguemos foi para tentar não pensar na iniludível.

Mas também conhecemos que é inevitável nos encontrarmos com a indesejada das gentes. A única certeza que temos durante a existência é a do encontro em Samarra. E essa semana, para nos lembrar disso chega o Arcano sem Nome, o Arcano XIII. Ela, a Morte.

A morte é o que define a vida. Não sabemos viver, não sabemos morrer, mas se sabemos, sabemos os dois. Saber de conhecer e de saborear. Se saboreamos a vida, a morte terá um gosto bom. Mas infelizmente vivemos em uma época que evita a Morte de maneira desesperada. Desde a construção do cemitério Père-Lachaise em Paris, quando tiramos a morte e os mortos de perto dos olhos, ficamos cada dia mais distantes da visão da morte. Perdemos a familiaridade com ela. É claro que isso tem um lado bom, nos poupa o confronto com algum desagradável. Mas também nos aparta de algo que é muito nosso, nos separa do evento que define a vida.

Só com a morte podemos alcançar o divino. Não há Deus sem Morte. Como é possível, para os que acreditam, querer se afastar da morte e ainda assim encontrar Deus? O tempo da morte é o tempo em que entramos em contato com o que há de mais profundo no universo. Nada é mais profundo que a morte.

No entanto quase todos queremos fugir do assunto Morte. E na verdade, só deveríamos temer ter vivido uma vida sem sentido, uma vida pobre. A verdadeira reflexão sobre a morte é sobre a vida: quão cheia de sentido é a sua vida? Sua vida está valendo à pena?

E esse arcano vem nos lembrar disto. Esta semana o tarô gostaria que refletíssemos sobre a verdadeira Morte. O que você quer para sua morte? O que realmente é morrer? Você tem a intenção de se preparar para a morte? A sua, a dos seus? A morte nos lembra do tempo. O Tempo é a verdadeira matéria da vida, e olhar a morte significa saber que nosso tempo é muito curto. Assim, o significado da vida está entrelaçado ao uso do tempo. Pensar a morte é pensar o tempo, e acredite, é sempre mais tarde do que parece. O que você quer fazer com o tempo que lhe resta? O que você pode fazer?

Dizia Carlos Castaneda, através de Don Juan, que a morte está sempre a um braço de distância e ecoando o imperador Marco Aurélio, que ela é a melhor conselheira. Eu acredito piamente nisso, a morte é a melhor conselheira, sempre. Lembrar que vamos morrer, que estamos o tempo todo morrendo serve para quase qualquer coisa, qualquer decisão, com toda a beleza e abominação. Sábio era César que tinha um criado só para subir em sua biga e lhe lembrar sua mortalidade.

Mas se ainda agora isso for muito para você, essa carta tem outros significados, e aqui se destaca um deles. O fim de um ciclo. Algo que está inapto para continuar vivo e tem que morrer. Você se desapega do que não faz mais sentido. Algo termina na sua vida, algo parte para dar espaço a outra coisa. Também a isto nos chama esta carta, para o que precisa morrer em nossa vida. Para os ciclos que terminam, ou precisam terminar. E vamos lembrar que algumas vezes a morte é só o novo chegando, o que morre é apenas o espaço vazio de antes.

A Carta da morte chegou adiantada, ainda não estamos em época de finados. É isso, a morte não obedece nenhuma expectativa, quem dera. Mas não nos enganemos; como dizia a maior taróloga, Rachel Pollack, o que vem depois é a morte, a Morte é sempre o que vem a seguir. A seguir do que? O assunto do tarô é sempre a Vida.

Boa semana, morram devagar.

A Morte

A carta de tarô A Morte é uma das mais temidas e mal compreendidas do baralho. Muitas pessoas associam essa carta a algo negativo, como o fim de um relacionamento, uma perda irreparável ou uma mudança drástica. No entanto, a morte no tarô não significa necessariamente um fim literal, mas sim uma transformação, uma renovação, uma passagem de um ciclo para outro. A morte é uma parte natural da vida, e sem ela não haveria espaço para o novo, para o crescimento, para a evolução. A morte no tarô simboliza a oportunidade de deixar para trás o que não serve mais, o que está obsoleto, o que nos impede de avançar. É uma carta que nos convida a encarar as mudanças com coragem, aceitação e confiança, sabendo que elas são necessárias e benéficas. A morte no tarô também representa a libertação de padrões, crenças, hábitos ou situações que nos limitam ou nos fazem sofrer. É uma carta que nos mostra que podemos nos reinventar, nos renovar, nos transformar. A morte no tarô é uma carta de esperança, de renascimento, de renovação. Quando essa carta aparece em uma leitura, ela indica que estamos passando por um momento de transição, de mudança, de transformação. Pode ser que tenhamos que nos despedir de algo ou alguém que amamos, mas que também precisamos seguir em frente. Pode ser que tenhamos que enfrentar um desafio, uma crise, uma dificuldade, mas que também podemos superá-la e aprender com ela. Pode ser que tenhamos que nos abrir para o novo, para o desconhecido, para o inesperado, mas que também podemos nos surpreender e nos maravilhar com ele.

A carta de tarô a morte não é uma carta para se temer, mas sim para se respeitar e se compreender. Ela nos lembra que a vida é um ciclo constante de nascimento e morte, de começo e fim, de criação e destruição. Ela nos ensina que a morte é uma passagem, não um ponto final. Ela nos mostra que a morte é uma oportunidade de renascer.

Textos para a curva da estrada

A morte e o legado

Quando penso na morte, e ultimamente a ideia tem surgido com uma frequência alarmante, pareço estar em paz com a noção de que haverá um dia em que não estarei mais entre os vivos, aqui neste vale de estranhos humores. Consigo aceitar a ideia do meu próprio fim, mas sou incapaz de aceitar a morte de qualquer outra pessoa. Acho impossível permitir que um amigo ou parente parta para aquela terra de onde não se volta. A descrença se torna minha companheira próxima e, depois dela, surge a raiva.

Eu respondo à pergunta heroica, “Morte, onde está teu aguilhão?”, com “Está aqui no meu coração, na minha mente e nas minhas lembranças”.

Sou assediada por um assombro doloroso diante do vazio deixado pelos mortos. Para onde ela foi? Onde está agora? Será que eles estão, como disse o poeta James Weldon Johnson, “descansando no seio de Jesus? Se isso for verdade, e quanto aos meus amores judeus, meus afetos japoneses, meus queridos muçulmanos? Em que seio eles se aninharam? E sempre há, à espreita, a dúvida de que eu, até mesmo eu, serei envolvida pelos gentis braços do Senhor. Começo a suspeitar que apenas com essa garantia abençoada serei capaz de permitir que a morte cumpra o seu dever.

Consigo sair do labirinto de perguntas apenas quando aceito que não sou obrigada a saber tudo. Em um mundo onde muitos procuram desesperadamente conhecer todas as respostas, não é muito popular acreditar, e então afirmar, que eu não preciso saber todas as coisas. Tento me lembrar que é suficiente saber o que sei, e saber disso sem acreditar que sempre saberei o que sei, ou que o que sei sempre será verdadeiro.

Além disso, quando sinto que a raiva está me tomando diante da ausência de um ser amada, tento, assim que possível, lembrar que minhas preocupações e perguntas, meus esforços e minhas respostas, devem estar focados no que eu apreendi, ou no que posso aprender, desse amor que partiu. Qual legado foi deixado que poderá me ajudar na arte de viver uma boa vida?

Se eu colocar em prática os legados dos meus amores antigos, tenho a certeza de que a morte vai se levar, e me levar também.

Maya Angelou – Não trocaria minha jornada por nada – Ed. Nova Fronteira


Todos nós vamos morrer um dia. Mas, durante a vida, nos preparamos para as possibilidades que ela pode proporcionar. Sonhamos com nosso futuro e vamos à luta. Sonhos tão humanos de ter uma carreira, uma família, um amor ou vários, filhos, casa própria, viagens, ser alguém na nossa vida ou na vida de alguém. Buscamos orientação somente para as coisas mais incertas. Quem garante que vamos ter sucesso na carreira? Quem garante que encontraremos o amor da nossa vida? Quem garante que teremos filhos ou não? Quem garante? Ninguém garante nada sobre essas possibilidades. Mas a morte é garantida. Não importa quantos anos viveremos, quantos diplomas teremos, qual o tamanho da família que formaremos. Com ou sem amor, com ou sem filhos, com ou sem dinheiro, o fim de tudo, a morte, chegará. E por que não nos preparamos? Por não conversamos abertamente sobre essa única certeza?

Ana Cláudia Quintana Arantes – A morte é um dia que vale à pena viver – Ed. Casa da Palavra

A Morte Vem Buscar O Arcebispo

A Morte é uma grande musa. Não faltam também obras sobre ela, sua importância é demasiado grande. Escolhi algumas em que a própria Morte seja protagonista. Pois a carta da Morte não é sobre luto, o luto está em outras cartas. Aparece nela também, mas de forma secundária. Então aí vão algumas obras que falam Dela. E novamente, tem obras sobre a morte para encher uma vida de indicações.

Livros

Ficção

Ficção. As Intemitências da Morte – Jose Saramago. Esse livro é uma escolha óbvia pra se falar do tema. Mas pensei nele pois é um Saramago e tem um premissa deliciosa: um belo dia, num país determinado, as pessoas param de morrer. É muito massa acompanhar o que acontece a partir daí. É um livro curto, de leitura rápida. Não que seja fácil de ler, Saramago tem suas peculiaridades né, mas é rápido e muito instigante, eu fiquei super intrigada com o rumo que Saramago iria dar para essa história. Como Sarmaago é um autor quase incontornável, esse é um ótimo livro pra começar. E além de tudo nos faz refletir sobre como a morte, apesar de inevitável, também é imprescindível.


A premissa do livro é simples, porém genial: em um determinado país, a morte decide tirar umas férias e deixar de cumprir seu papel. A partir desse momento, as pessoas simplesmente param de morrer. O que poderia ser uma bênção, rapidamente se torna um problema, pois a falta da morte traz consequências inimagináveis para a sociedade. Saramago nos apresenta uma série de personagens fascinantes que são afetados por essa mudança radical. Desde o primeiro homem a não morrer até os políticos tentando lidar com a situação, somos levados a refletir sobre o valor da vida e o significado da morte. Uma das grandes qualidades do livro é a forma como Saramago aborda questões filosóficas e existenciais de maneira acessível. Além disso, Saramago também explora temas como o poder, a ganância e a corrupção. Ao retratar a reação dos políticos diante da ausência da morte, ele nos mostra como o sistema pode ser manipulado em benefício próprio. Essa crítica social é feita de forma sutil, mas poderosa, nos fazendo refletir sobre as consequências de nossas escolhas e ações.


Não ficção

A Morte é um dia que vale à pena viver – Ana Cláudia Quintana Arantes. Esse livro me ajudou muito no período de luto que vivi. Não é um livro sobre o luto, é um livro sobre morrer, mas foi exatamente o que me ajudou. É bonito, bem escrito e me fez pensar em temas que até então eu não tinha pensado. Ele parece um livro simples, clichê, mas tá longe disso. A linguagem realmente é simples, mas mesmo assim é um livro profundo. É muito bom, recomendo demais. É um livro a que sempre volto. Reli para essa semana e gostei demais de novo. Assista a esse TED da autora.


A morte é talvez o maior medo de boa parte das pessoas, além de ser ainda um tabu. No entanto, Ana Claudia Quintana Arantes nos mostra, neste livro, que a grande questão envolvendo a morte, na verdade, é a vida. Como estamos vivendo? Nossos dias estão sendo devidamente aproveitados ou vamos chegar ao fim desta jornada cheios de arrependimentos sobre coisas que fizemos – ou, pior, que não fizemos? Ana Claudia, médica especialista em Cuidados Paliativos, compartilha suas experiências pessoais e profissionais e incentiva que as pessoas cultivem relações saudáveis, cuidem de si próprias com a mesma dedicação com que cuidam dos parentes e amigos e procurem ter hábitos saudáveis, sem deixar de fazer aquilo que têm vontade e as torna felizes. Este livro apresenta uma reflexão fundamental para os dias de hoje, tempo em que vivemos com a sensação permanente de que estamos deixando a vida escorrer entre os dedos.


Filme

O Sétimo Selo – Ingmar Bergman – 1957. Outra escolha bem óbvia, mas que delícia de filme, que ideia maravilhosa, que obra de arte né. Amei desde a primeira vista e continua imbatível no tema. É um filme para todo mundo ver, é uma das coisas que eu olho e penso, vale a pena estar vivo para ver um filme destes, é das coisas que fazem o mundo da gente aumentar. Eu me junto ao coro dos cinéfilos que dizem: assistam a esse filme. 


O Sétimo Selo é um filme sueco de 1957, dirigido por Ingmar Bergman, que aborda temas como a fé, a morte e o sentido da vida. O filme se passa na Idade Média, durante a peste negra, e acompanha a jornada de um cavaleiro que retorna das Cruzadas e encontra a Morte em seu caminho. O cavaleiro propõe um jogo de xadrez com a Morte, esperando adiar seu destino e encontrar respostas para suas dúvidas existenciais. O filme é considerado uma obra-prima do cinema mundial, pela sua profundidade filosófica, sua beleza estética e sua originalidade narrativa. Bergman explora as angústias e os dilemas do ser humano diante da finitude e da ausência de Deus. O filme também apresenta um contraste entre o drama do cavaleiro e o humor dos personagens secundários, como o saltimbanco Jof e sua família. O Sétimo Selo é um filme que provoca reflexões e emoções no espectador, que se identifica com as questões levantadas pelo cavaleiro. O filme também é uma homenagem à arte e à cultura medieval, com referências à pintura, à música e à literatura da época. O título do filme se inspira no livro do Apocalipse, que fala sobre os sete selos que devem ser abertos para revelar o fim dos tempos.


Série

A Sete Palmos – 2001-2005 – Alan Ball. Essa é uma das melhores séries de todos os tempos. Sério, é muito, muito boa. Divertidíssima, muito bem feita, ótimos episódios. E aborda a morte de um jeito muito interessante. Além disso, é maravilhoso acompanhar a família que protagoniza a série. Se puderem, vejam. É velha, mas continua sensacional. 


Na série, criada por Alan Ball, Nathaniel “Nate” Fisher Jr. (Peter Krause) é o filho mais velho de Nathaniel Fisher (Richard Jenkins), o dono de uma funerária e marido dedicado, e Ruth Fisher (Frances Conroy), uma dona de casa infeliz com a vida. Ao retornar à sua cidade, após um longo período em Seattle, Nate relutantemente se torna sócio do negócio da família, junto com o seu irmão David Fisher (Michael C. Hall), que protesta contra a decisão de seu pai. Claire Fisher (Lauren Ambrose) é a filha mais nova da família, que apesar de muito próxima do irmão David, pouco conhece seu irmão Nate, que se mudara para Seattle havia anos, e raramente se encontrava com a família.
Além da família Fisher, a série também aborda as vidas de Federico “Rico” Diaz (Freddy Rodriguez), o único empregado da funerária dos Fisher que não é membro da família, apesar de ser tratado como um, Brenda Chenowith (Rachel Griffiths), a problemática namorada de Nate, e Keith Charles (Mathew St. Patrick), o namorado de David.

A série mostra um drama convencional de família, lidando com assuntos como infidelidade, homossexualidade e religião. Ao mesmo tempo, distingue-se por abordar o tópico da morte de forma diferente, explorando os seus múltiplos níveis, pessoal, religioso e filosófico, não a tratando apenas como um mero ímpeto conveniente para a solução de um assassinato.
Cada episódio começa com uma morte — e por conseqüência — um cliente da funerária. Esta morte, geralmente, dá o tom de cada episódio, permitindo aos personagens refletirem sobre as suas vidas e infortúnios, baseando-se na morte do cliente e suas consequências. Na quinta temporada, o episódio All Alone foi o primeiro a começar sem contar a história de uma morte, mas focando-se em uma morte revelada no final do episódio anterior.


Links

O que sentimos na hora da nossa morte, segundo a ciência

Morte: um tema que desperta curiosidade e medo

A lista que fiz de alguns livros sobre luto

A morte como conselheira – Rubem Alves


Adoro essa fábula: Encontro em Samarra

Um comerciante de Bagdá que enviou seu servo ao mercado para comprar provisões. Pouco depois o servo voltou, branco, trêmulo e disse: Mestre, agora mesmo, quando eu estava no mercado, fui empurrado por uma mulher na multidão e quando me virei vi que era a Morte. Ela olhou para mim e fez um gesto ameaçador. Suplico me  empreste seu cavalo, e eu vou embora desta cidade, evitando meu destino. Irei para Samarra e lá a Morte não me encontrará.

O mercador emprestou-lhe o cavalo, o servo montou nele, cravou as esporas tão rápido quanto o cavalo podia galopar, ele se foi. Então o comerciante desceu ao mercado e viu a Morte parada no meio da multidão. Foi até ela e disse: Por que você fez um gesto ameaçador ao meu servo quando o viu esta manhã? Não foi um gesto ameaçador, disse a Moorte, foi apenas um gesto de espanto. Fiquei surpreso ao vê-lo em Bagdá, pois tenho um encontro marcado com ele em Samarra, esta noite.

Contada por Sommerset Maughan

“Morrer não deve ser tão difícil. Até hoje, todos foram bem-sucedidos.”
Norman Mailer

Post com a colaboração de @laismeralda, que é a melhor cartomante do pedaço, marque sua consulta com ela.


22 de outubro é o 295.º dia do ano no calendário gregoriano (296.º em anos bissextos). Faltam 70 dias para acabar o ano.


Se você leu até aqui, obrigada! Esse é o meu almanaque particular. Um pedaço do meu diário, da minha arca da velha, um registro de pequenas efemérides, de coisas que quero guardar, do tempo, do vento, do céu e do cheiro da chuva. Os Vestígios do Dia, meus dias. Aqui só tem referências, pois é disso que sou feita.

© Nalua – Caderninho pessoal, bauzinho de trapos coloridos, nos morros de Minas Gerais. Primavera infernal.
Esta é a 32ª de 78 páginas que terá este almanaque.