Mês: novembro 2023

do fogo das coisas que são

Belo Horizonte, 12 de novembro de 2023

 Sensação térmica: Seja tudo pelo amor de Deus! (Saudades, mãe)


12 de novembro é aniversário da minha filhota, a pequena fortaleza Lina, Linucha, Linoca, Carminha. ❤️ Feliz Aniversário peixinha. Por isso, hoje tem mais textão do que o costumeiro. 🙂


A dança da psique

A dança dos encéfalos acesos
Começa. A carne é fogo. A alma arde. A espaços
As cabeças, as mãos, os pés e os braços
Tombam, cedendo à ação de ignotos pesos!

E então que a vaga dos instintos presos
— Mãe de esterilidades e cansaços —
Atira os pensamentos mais devassos
Contra os ossos cranianos indefesos.

Subitamente a cerebral coreia
Para. O cosmos sintético da Ideia
Surge. Emoções extraordinárias sinto…

Arranco do meu crânio as nebulosas.
E acho um feixe de forças prodigiosas
Sustentando dois monstros: a alma e o instinto!

♣️

Augusto dos Anjos


Em 1955 escreveu Carolina Maria de Jesus em seu diário:

12 DE NOVEMBRO Eu ia sair, mas estou tão desanimada! Lavei as louças, varri o barraco, arrumei as camas. Fiquei horrorisada com tantas pulgas. Quando eu fui pegar agua contei para a D. Angelina que eu havia sonhado que tinha comprado um terreno muito bonito. Mas eu não queria ir residir lá porque era litoral e eu tinha medo dos filhos cair no mar.  Ela disse-me que só mesmo no sonho é que podemos comprar terrenos. No sonho eu via as palmeiras inclinando-se para o mar. Que bonito! A coisa mais linda é o sonho. Achei graça nas palavras da D. Angelina, que disse-me a verdade. O povo brasileiro só é feliz quando está dormindo.

Carolina Maria de Jesus – Quarto de Despejo – Ed. Ática

Não fui eu que lhe ordenei? Seja forte e corajoso!

Josué 1:9.

Que a força esteja com você

“Coragem, coragem, se o que você quer é aquilo que pensa e faz
Coragem, coragem, que eu sei que você pode mais”
Raul Seixas

Que carta linda, que carta necessária. E em que hora fofa ela chega, aniversário da minha estrela, que precisa sempre matar um leãozinho por dia. Achei uma belíssima carta de aniversário. Presente para todos nós. O ano já está acabando, mas ainda assim ainda falta muito para quem tá cansado, exausto, esbodegado, como dizia minha mãe. Eu desconfio que essa carta chegou porque precisamos de um empurrão para fechar o ano. Força, guerreiros.

Mas, à parte as distrações, a carta A Força é uma das cartas de simbologia mais antiga, tem raízes na Grécia clássica, na Bíblia, na iconografia medieval e certamente se procurarmos, em quase toda simbologia humana. Sempre foi necessário ter coragem para viver com significado. Coragem é o tema mais forte desta carta. Os estudiosos do tarô Monte Farber e Amy Zerner chamam essa carta de “Coração Valente”. E essa é uma imagem muito apropriada. É preciso ter um coração valente para vivenciar a Força. E a valentia do coração pede coragem.

Coragem é um conceito que ocupa o pensamento humano há muito tempo, provavelmente desde sempre. Platão já falava de coragem, a filosofia ocidental tem uma longa tradição de pensar esse conceito. Pelo viés do senso comum, que é sempre o nosso, sabemos que um dos componentes da coragem é realizar, apesar do medo. Mas isso não basta. A coragem da qual fala a carta da força é a coragem como virtude. E não é qualquer coragem que se encaixa nesse espectro. Para que seja virtude, uma característica precisa ser moralmente direcionada. Precisa ter um ponto de contato com o campo da ética. Não é bastante não ter medo, é preciso algum grau de elevação moral na coragem.  Qualquer canalha pode ter ausência de medo. Por isso a melhor coragem é a altruísta, se pudermos valorar essa qualidade.

Para o filósofo Paul Tillich, a coragem também tem relação com a ansiedade, vejam só! Para ele a ansiedade é mais ou menos a tomada de consciência do nosso devir não ser. A percepção do não ser causa ansiedade, e esta leva à consciência de que o ser é um estado que precisa ser afirmado. E para esse filósofo, apesar de muitas correntes filosóficas terem pensado a coragem, uma das mais eficientes resoluções é dada pelos estoicos, que veem a coragem como a virtude que permite viver com a perspectiva da dualidade do ser e não ser, ou seja, com a percepção de que somos finitos e mesmo assim estamos aqui, resistindo e tentando fazendo o melhor.

Isso seria a coragem de afirmar o ser, afirmar a existência diante das forças do não ser. A Força é a presença virtuosa contra a Morte.

E a coragem também implica uma dimensão individual e uma dimensão coletiva, há uma coragem que é coletiva e que precisamos ter enquanto sociedade. É a que exercemos perante os perigos que enfrentamos socialmente a cada dia. E a coragem individual, a coragem de estar, de ser e resistir sendo éticos. A coragem, sempre virtuosa, de enfrentarmos os medos e adversidades,  a coragem de ter em consonância ação e pensamento, aquela coragem que nos permite viver de forma muito mais significativa do que a simples sucumbência à covardia e ao comodismo. Enquanto uma virtude, a coragem sempre agrega valor à nossa existência.

Nem sempre podemos ou conseguimos ser virtuosamente corajosos. Mas nesta semana a Força nos chama para abrirmos nosso coração valente. E nos presenteia com uma dose extra de coragem moral, de vontade de fazer o certo, como ensinou Marco Aurélio em suas Meditações, ao dizer:

“Se não é certo, não o faça: se não é verdade, não o diga”

Vamos ouvir nosso coração e ter a coragem da Força. A coragem interna, de superarmos algumas de nossas feiuras interiores. Vamos ter coragem de ser, de existir de maneira melhor, principalmente nós, privilegiados que podemos mais do que muitos ao nosso lado. E vamos ter a coragem de levantar os olhos dos nossos umbigos e entender que nem todos têm tantos privilégios como nós. E perceber que até mesmo a possibilidade de ter coragem é um privilégio. Tenhamos coragem de ajudar os que estão ao nosso redor a resistir. Respeita a existência.

Boa semana, Corações de Leão.

A Força representa a coragem e a força interior. Ela possui uma simbologia rica, que nos remete à importância da coragem em nossas vidas. A imagem da carta retrata uma mulher segurando a boca de um leão, mostrando o domínio sobre a fera. E algumas vezes a carta apresenta uma mulher segurando uma grande coluna quebrada. E não sabemos se ela teve a força de quebrá-la ou se está segurando a  mesma no lugar para que o entorno não desmorone. Essa representação simboliza a capacidade de controlar nossos instintos mais primitivos e agir com coragem diante dos desafios que enfrentamos. A coragem é uma qualidade essencial para alcançarmos nossos objetivos e superarmos obstáculos. Ela nos impulsiona a sair da zona de conforto, a enfrentar nossos medos e a tomar decisões difíceis. A carta A Força nos lembra que, é preciso enfrentar nossos conflitos internos com coragem para conseguir prosseguir.

Além disso, esse arcano também nos ensina sobre a importância do equilíbrio emocional. A coragem não precisa ser agressiva ou impulsiva. É possível agir com firmeza e determinação, sem perder a serenidade. A coragem também está relacionada à confiança em si mesmo. É preciso acreditar em nossas habilidades e capacidades. A carta A Força nos concede a capacidade de cultivar a autoconfiança e acreditar em nosso potencial.

A carta da Força também simboliza o equilíbrio entre a energia física e a espiritual, entre o instinto e a razão, entre a paixão e a compaixão. A força não é uma força bruta ou violenta, mas suave e harmoniosa, sabe domar as feras interiores e externas. É uma carta positiva, indica que o consulente tem o poder de enfrentar os desafios. Ela também sugere um momento de crescimento pessoal, autoconhecimento e expressão da essência. É uma carta de ação, incentiva o consulente a agir de acordo com os seus valores e ideais, sem se deixar intimidar ou influenciar por fatores externos. A força também pode representar um guia espiritual, um mestre ou um anjo da guarda, que protege e orienta o consulente.

Um texto de força & fraqueza

As idades de Joana, a Louca

Aos dezesseis anos, a casam com um príncipe flamengo. Seus pais, os Reis Católicos, a casam. Ela nunca tinha visto aquele homem.
Aos dezoito, descobre o banho. Uma donzela árabe do seu séquito lhe ensina as delícias da água. Joana, entusiasmada, se banha todos os dias. A rainha Isabel, alarmada, comenta: minha filha é anormal.
Aos vinte e três, tenta recuperar os filhos, que por questões de Estado não vê quase nunca. Minha filha perdeu o juízo, comenta o pai, o rei Fernando.
Aos vinte e quatro, numa viagem a Flandres, o barco naufraga. Ela, impassível, exige que lhe sirvam a comida. Você está louca!, grita o marido, enquanto esperneia em pânico, metido num enorme salva-vidas.
Aos vinte e cinco, se atira sobre umas damas da corte e tesoura em mãos tosca seus cachos, por suspeita de traição conjugal.
Aos vinte e seis, enviúva. O marido, recém-proclamado rei, bebeu água gelada. Ela suspeita que foi veneno. Não derrama uma lágrima, mas a partir daquele momento se veste de negro perpétuo.
Aos vinte e sete, passa os dias sentada no trono de Castela, com o olhar perdido no vazio. Se nega a assinar as leis, as cartas e tudo o que trazem para ela.
Aos vinte e nove, seu pai a declara demente e a encarceram no castelo, às margens do rio Douro. Catalina, a menor de suas filhas, a acompanha. A menina cresce na cela ao lado e por uma janela vê as outras crianças brincarem.
Aos trinta e seis, fica sozinha. Seu filho Carlos, que em breve será imperador, leva Catalina com ele. Ela se declara em greve de fome até que a filha regresse. É amarrada, golpeada, obrigada a comer. Catalina não volta.
Aos setenta e seis, depois de quase meio século de vida prisioneira, morre essa rainha que não reinou. Fazia muito tempo que não se movia, olhando o nada.

Eduardo Galeano – Os Espelhos – Editora LPM – Tradução de Erico Nepomuceno

Vale mais a força do pensamento

Eu quis trazer hoje uma arte com mais representatividade das minorias sociais. Eu sei que muita gente já está na fase de torcer o nariz para essa categoria, para o que às vezes é chamado com desdém de identitarismo, o que, veja bem, pode estar destruindo o mundo, pela ótica da direita e da esquerda e do centro e do c* do mundo, perdoem o meu francês. Acontece que são essas pessoas, as que gritam de dentro do identitarismo, as que mais precisam o dia inteiro, o mês inteiro a vida inteira, mostrar A Força, interior e exterior. Então aí está o que lembrei, o que pensei. Tem mais livros hoje, pois o que não falta nesse mundo é gente massacrada, obrigada a se haver com a própria força interior, coragem e voltas por cima. E aí el@s escrevem livros. E que bom.

Livro – Autobiografia

Eu sei por que o pássaro canta na gaiola – Maya Angelou. Tradução de Regiane Winarski.  Esse ícone da história americana que é Maya Angelou deve ter sido a personificação da força. Tudo que ela passou através do século XX é pura coragem moral. A história dela é muito exemplar quando se pensa em força interior, em atravessar temporais e sair inteira e melhor. Essa é uma parte da história de vida dela. É muito tocante, recomendo demais, é impossível sair do mesmo jeito depois da leitura.


O livro “Eu sei porque o pássaro canta na gaiola” é uma obra de Maya Angelou que narra a história de sua infância e adolescência, abordando temas como racismo, abuso sexual e violência. Publicado em 1969, o livro é considerado um clássico da literatura norte-americana e um importante marco na luta pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos. Maya Angelou foi uma escritora, poetisa e ativista pelos direitos civis que viveu entre 1928 e 2014. Ela nasceu em St. Louis, Missouri, e passou parte de sua infância com a avó paterna em Stamps, Arkansas. Foi lá que ela sofreu abuso sexual aos oito anos de idade, um trauma que a marcou profundamente e que é descrito em detalhes no livro. Além do abuso sexual, Maya Angelou também enfrentou o racismo e a segregação racial que eram comuns nos Estados Unidos na época. Ela conta como era difícil para os negros conseguirem empregos decentes, frequentarem escolas de qualidade e serem tratados com dignidade e respeito. O título do livro faz referência a uma canção que Maya Angelou ouviu na igreja quando era criança, que fala sobre a liberdade dos pássaros que voam livremente no céu, enquanto outros estão presos em gaiolas. O livro é escrito em primeira pessoa e tem um tom autobiográfico.


Livro – Escrita de Si (?)

O Fim de Eddy – Édouard Louis – Tradução de Francesca Angiolillo. Autosociobiografia? Escrita de si, autobiografia, autoficção, não sei o nome do gênero, nem se existe consenso a respeito. Sei que a gente vê ecos da Annie Ernaux nos livros de Édouard Louis, e eu gostei mais da escrita dele. Li recentemente e recomendo demais este e os outros. Esse livro também conta o que ele passou, enquanto criança e jovem homossexual nnum interior francês terrivelmente evangélic, ops, conservador. E também é um exemplo da ação da carta da Força. É um livro com partes muito duras, muito tristes, mas muito bem escrito, com uma narrativa ótima e que prende. 


Uma infância no inferno: a angústia de um garoto obrigado a enfrentar a crueldade e o conservadorismo de uma comunidade no interior da França “Todas as manhãs, enquanto me arrumava no banheiro, eu repetia a mesma frase sem parar, tantas vezes que ela terminaria por perder o sentido, passaria a não ser mais do que uma sucessão de sílabas, de sons. Eu parava e retomava a frase: Hoje eu vou ser um durão. Eu me lembro porque eu repetia exatamente aquela frase, como se faz com uma oração, com aquelas exatas palavras – Hoje eu vou ser um durão (e eu choro enquanto escrevo estas linhas: choro porque eu acho essa frase ridícula e horripilante, essa frase que, durante anos, me acompanhou e que de certa forma ocupou, não creio que haja exagero em dizer isso, o centro da minha vida).” O fim de Eddy, romance autobiográfico de uma das mais proeminentes vozes da nova literatura francesa, desvela o conservadorismo e o preconceito da sociedade no interior da França. De forma cruel, seca e sufocante, a violência e a amargura de uma pequena cidade de operários se contrapõem à sensibilidade do despertar sexual de um garoto, estabelecendo um paralelo direto com as experiências do próprio autor. “Esse romance, sobre crescer em meio à pobreza e à homofobia na zona rural francesa, é leitura essencial.


Livro: Diário

Quarto de Despejo – Carolina Maria de Jesus. Quarto de Despejo é um dos melhores livros que já li, é um dos melhores livros da nossa literatura. É um grito da Força, é um livro, como dizem, incontornável. Por mim seria obrigatório para todo brasileiro. Se joguem nesse livro se quiserem entender a carta da Força, se joguem na Biografia da Carolina, na vida dessa mulher maravilhosa, que seguramente ocupa os primeiros lugares do nosso panteão literário. 


O livro “Quarto de Despejo” é uma obra literária de grande importância para a literatura brasileira. Escrito por Carolina Maria de Jesus, o livro é um relato autobiográfico da vida da autora, que viveu em condições extremamente precárias na favela do Canindé, em São Paulo. Publicado em 1960, o livro se tornou um sucesso de vendas e foi traduzido para diversos idiomas. Nele, Carolina Maria de Jesus narra suas experiências como catadora de lixo, mãe solteira e negra em uma sociedade racista e desigual. O livro é uma denúncia das condições de vida das pessoas mais pobres no Brasil e da falta de políticas públicas para combater a pobreza e a exclusão social. Carolina Maria de Jesus descreve a fome, a miséria e a violência que ela e seus vizinhos enfrentavam diariamente, além do preconceito que sofriam por serem negros e moradores da favela. A obra também é um exemplo da força e da coragem de uma mulher que, apesar de todas as adversidades, conseguiu encontrar na escrita uma forma de expressar sua voz e sua luta por uma vida melhor. Carolina Maria de Jesus escrevia em cadernos encontrados no lixo, e foi através desses escritos que ela conseguiu publicar seu livro e se tornar uma referência na luta pelos direitos dos mais pobres.


Documentário

Bixa Travesty – Claudia Priscilla e Kiko Goifman – 2018. Toda travesti tem que ter uma força descomunal pra estar no mundo né. E ainda mais estar nesse país que os mata mais que em qualquer outro lugar. E onde de todos os lados, de todos os espectros, querem o não ser destes seres. Esse documentário, bastante antropológico, é sensacional, não à toa ganhou tantos prêmios. Mostra a força que Linn da Quabrada teve que ter pra passar por tudo. E mostra a artista sensacional que ela é. Também é a carta da Força em ação. Eu fiquei muito impactada quando vi, e muito emocionada também. E apaixonada por essa pessoa, Linn da Quebrada. 


Bixa Travesty é um documentário brasileiro de 2018, sobre a cantora e ativista trans Linn da Quebrada. Escrito e dirigido por Claudia Priscilla e Kiko Goifman, o filme estreou no Festival Internacional de Cinema de Berlim, em 18 de fevereiro, e recebeu o Teddy Award de melhor documentário LGBT. O corpo político de Linn da Quebrada, cantora transexual negra, é a força motriz desse documentário que captura a sua esfera pública e privada, ambas marcadas não só por sua presença de palco inusitada, mas também por sua incessante luta pela desconstrução de estereótipos de gênero, classe e raça.


Filme

Tomates Verdes Fritos – Jon Avnet – 1992. A Força também é bem demonstrada aqui na história de Idgie e Ruth. E Evelyn e Ninny. A força de serem mulheres no sul dos EUA nos anos 20-30. A força de serem mulheres que se amam, que fogem e enfrentam abusos, violências e um racismo intenso, mesmo que não sejam vítimas diretas dele. De enfrentarem a velhice, a morte, as doenças e perdas. E de se ajudarem sempre, e se amarem. Um filme de mulheres. Tem um pouco do salvador branco, mas era 1992, outro tempo. Ainda bem que melhoramos. Mas ainda é um filme encantador. Mas olha, Zeus me livre do sul dos Estados Unidos, cruzes. Só quero um dia muito, muito, conhecer New Orleans.


Tomates Verdes Fritos é um drama lançado em 1992, dirigido por Jon Avnet e baseado no romance de mesmo nome escrito por Fannie Flagg. A trama do filme se passa em duas épocas diferentes, a década de 1920 e a década de 1980, e aborda temas como amizade, empoderamento feminino, racismo e violência doméstica. A história começa nos anos 1980, quando Evelyn Couch, uma dona de casa insatisfeita com seu casamento monótono, conhece Ninny Threadgoode, uma senhora idosa que vive em uma casa de repouso. À medida que Ninny começa a contar suas memórias, Evelyn se vê cada vez mais envolvida na história de duas mulheres corajosas que viveram na cidade de Whistle Stop, no Alabama, durante a Grande Depressão. O filme intercala as histórias de Evelyn e Ninny com as histórias de Idgie Threadgoode e Ruth Jamison, duas amigas que enfrentaram diversos desafios juntas. Idgie é uma mulher independente e corajosa, dona de um café em Whistle Stop, onde serve pratos deliciosos feitos com tomates verdes fritos. Já Ruth é uma mulher mais tradicional, presa em um casamento abusivo.

A relação entre Idgie e Ruth é retratada de forma sutil e delicada, sugerindo um amor além da amizade. Essa representação da sexualidade das personagens foi um dos aspectos mais marcantes do filme para a época em que foi lançado. Além disso, Tomates Verdes Fritos também aborda questões sociais relevantes, como o racismo e a violência doméstica. No contexto da década de 1920, Idgie e Ruth enfrentam o preconceito racial ao se tornarem amigas de Sipsey e Big George, dois personagens negros que trabalham no café. A amizade entre eles é um exemplo poderoso de como as relações humanas podem superar barreiras sociais e raciais. Outro tema importante abordado no filme é a violência doméstica. Ruth vive um casamento infeliz com Frank Bennett, um homem agressivo e controlador. A forma como o filme retrata essa relação tóxica é impactante e mostra a importância de se libertar de relacionamentos abusivos.


Série

Maid – 2021 – Molly Smith Metzler. Essa série também é um exemplo da trajetória da força. Aqui é interessante observar a imensa força que pode vir da maternidade. Como as mulheres ficam fortes por causa de um filho. E como a força e a coragem podem ser cultivadas e irem aparecendo aos poucos. Além do mais é uma narrativa bem interessante, baseada em uma história real. 


A série “Maid” é uma produção original da Netflix que estreou em 2021 e rapidamente conquistou o público com sua história cativante e performances marcantes. Com base no livro de memórias de Stephanie Land, intitulado “Maid: Hard Work, Low Pay, and a Mother’s Will to Survive”, a série aborda pobreza, maternidade e superação. A trama gira em torno de Alex, uma jovem mãe solteira que luta para sobreviver e sustentar sua filha pequena. Após fugir de um relacionamento abusivo, ela se vê sem dinheiro, sem moradia e sem muitas opções. Determinada a criar uma vida melhor para si e para sua filha, Alex decide trabalhar como empregada doméstica, enfrentando diversos desafios ao longo do caminho. Alex é uma mãe dedicada e faz de tudo para proteger e cuidar de sua filha. A série mostra as dificuldades de conciliar trabalho e maternidade, além das pressões sociais e emocionais que acompanham a responsabilidade de criar uma criança sozinha.



Post com a colaboração de @laismeralda, que é a melhor cartomante do pedaço, marque sua consulta com ela.

Da escola de guerra da vida. — O que não me mata me fortalece.

Nietzsche – O Crepúsculo dos Ídolos

12 de novembro é o 316.º dia do ano no calendário gregoriano (317.º em anos bissextos). Faltam 49 dias para acabar o ano.


Se você leu até aqui, obrigada! Esse é o meu almanaque particular. Um pedaço do meu diário, da minha arca da velha, um registro de pequenas efemérides, de coisas que quero guardar, do tempo, do vento, do céu e do cheiro da chuva. Os Vestígios do Dia, meus dias. Aqui só tem referências, pois é disso que sou feita.

© Nalua – Caderninho pessoal, bauzinho de trapos coloridos, nos morros de Minas Gerais. Primavera infernal.

Esta é a 34ª de 78 páginas que terá este almanaque.