Mês: maio 2024

você argola que me prende

Belo Horizonte, 05 de maio de 2024

A catástrofe climática já está posta

🌤️🌎🔥


Dia Mundial da Higiene das Mãos. Dia Internacional da Parteira (Um beijo onde você estiver Myriam). Dia Internacional da Língua Portuguesa e da Cultura Lusófona. Em 1260 Kublai Khan torna-se governante do Império Mongol. Em 1930 o terremoto de Bago de mata 7000 pessoas. Em 2011 o Supremo Tribunal Federal do Brasil decide que casais homossexuais também podem firmar contratos de união estável. Faz um ano hoje que a OMS declarou que a pandemia de COVID-19 deixou de ser uma Emergência de Saúde Pública de Âmbito Internacional. Em 1818 nascia Karl Marx. Em 1918 vinha Dino 7 Cordas. Em 1976 Juan Pablo Sorín. Em 1994 nos deixava Mário Quintana e em 2007 era a vez de Almir Guineto nos deixar.


obsessão:

compulsão mania atração fixação motivação.
obsessão:
a doença no homem.
no artista, a saúde.
(os temas & assuntos & acontecimentos nas peças de nelson rodrigues, os temas & assuntos & situações nos filmes de woody allen & pedro almodóvar, os traços de picasso, os paradoxos em pessoa, a secura & exatidão nos versos de cabral, a porra-louquice lúcida de waly, o suingue nas músicas de benjor, o esmero nos efeitos poéticos das letras de chico buarque, a precisão das notas na voz & no violão de joão gilberto:
a tudo isso: obsessão.)
ali a ilha nesse mar tão desmedido, ali a luz no escuro inexpressivo: obsessão diária, renitente, recorrente (minha).

(a obsessão dos poetas: por mais viciantes o cigarro, o sexo, o álcool, viciam, ainda mais: as palavras.)
beijo bom & carinhoso em vocês,
paulo sabino / paulinho.

♣️

Chacal


Em 1964 escreveu Alejandra Pizarnik em seu diário:

Terça-feira, 5 de maio

Ontem à noite sonhei com Pedro. Eu sofria por causa de sua “traição”. A minha situação é totalmente falsa, vivo como se fosse me matar muito em breve. Eu me despeço. Sensação de estar desperdiçando meu tempo. Visita familiar de hoje: fui gastar minhas horas, doá-las, como se não servissem mais para nada. Minha mãe quer que eu escreva um romance que “todos possam entender”. Sinto culpa diante de minha mãe pela minha quase queda: na morte ou em não sei que doença atroz.

Atualmente vivo para T. Sempre preciso viver para alguém. Por isso nunca estive sozinha, quer dizer, nunca “vivi para mim”. Preciso ter alguém para adorar no sentido mais básico e religioso. Mesmo quando leio para aprender, percebo que o repositório do conhecimento será quem eu adoro. Agora, o silêncio de M. L. me condena.

Alejandra Pizarnik – Diários – Nueva Edición de Ana Becciu 

Eu sou o Senhor, o teu Deus, que te tirou do Egito, da terra da escravidão. Não terás outros deuses além de mim.

Êxodo 20:1-26

Somos sempre expulsos de algum paraíso

Para sentir seu leve peso guardava o rouxinol numa caixinha. Tudo o que queria era andar com o rouxinol empoleirado no dedo. Mas se abrisse a caixinha, ah! certamente fugiria. Então amorosamente cortou o dedo. E, através de uma mínima fresta, o enfiou na caixinha.

Marina Colasanti

Essa semana curiosamente nos aparece a carta Os Enamorados. O arcano maior Os Amantes, ou Os Enamorados. Numa semana que vem precedida pela tragédia climática e social no Rio Grande do Sul e pelo super show da Madonna no Rio. Essa carta que, na maneira moderna de ver, é tida como a carta do amor, de trunfo amoroso ou como a carta das escolhas. A carta em que nos deparamos com alguma escolha. Estamos caminhando sobre uma linha fina que separa os dois caminhos que precisamos escolher. Mas já falamos de escolhas difíceis por aqui. Já falamos do preço de escolher, das implicações. A carta dos Amantes nos mostra, diante deste momento de escolha, uma pequena (ou grande) paralisia que pode acontecer no momento da escolha. Essa paralisia nos prende em um estado mental que pode nos levar à alguma obsessão. Sim. A carta Os Enamorados também pode nos falar disso. Como nos lembra a taróloga e escritora Jessa Crispin, a flecha de Eros é odiada pelos deuses do Olimpo. Ela prende numa paralisia enlouquecida e febril, tira a razão, coloca a vítima em delírio e sofrimento. Não deveríamos idolatrar a paixão desenfreada que surge da ferida aberta por Eros. Não?

Essa carta nos fala de encantos que num instante se convertem em obsessões e o que era para ser uma escolha racional, medida e fria vira uma paralisia obsessiva. A linha entre a paixão que cria, tira do lugar e nos leva a um estágio significativo e entre a obsessão paralisante e destruidora é fina e quase invisível. Para atravessá-la basta um descuido, um passo em falso, ou um gatilho acionado no nosso inconsciente que nem percebemos. E a obsessão é sempre essa boca aberta, tragando tudo pelo caminho.

O que a carta nos fala num domingo incerto é que todos temos obsessões, paixões desenfreadas, assuntos que mobilizam, paralisam e nos prendem ou nos libertam de várias amarras. Sua paixão, suas paixões estão se tornando suas carrascas? Estão deixando você viver e ajudando você a ser alguém que você mesmo admira? Esse é o mote dos Enamorados para a semana. Separar o ntrigo da criatividade e significado do joio da obsessão cega. Precisamos de paixões e de olhos.

As paixões levam a um show da Madonna, incrível, esperado, criativo, bonito e colorido. Levam também à cegueira, ganância, horror que resulta na catástrofe climática que estamos vendo diante de nossos olhos. A dualidade da carta os enamorados não é casual. É um arcano maior, foi tirada no calor destes dois acontecimentos no nosso país, e fala a nós pessoalmenteo que temos a ver com show numa cidade outra do país, que temos a ver com a tragédia do sul, nem sou sulista. Pois é, não temos. Mas todos temos, todos temos a ver com nosso mundo. Mas só podemos cuidar do nosso quintal, da nossa mente, dos nossos, uma coisa por vez. Não se apegue muito a isso amigo, não se apegue para se livrar da culpa que todos temos nas consequências de nossas ações. E obsessões. É tudo confuso e paradoxal mesmo. É a vida. Só não podemos esquecer que responsabilidade também é mato, tem para todo mundo. Pode entrar na fila. E paciência.

Sejamos menos apaixonantes, sejamos mais amáveis. Boa semana.

Os Enamorados é a carta número 6 do Tarô e representa uma das mais poderosas energias do amor e relacionamentos. Esta carta é cheia de simbolismo e significados que podem ser interpretados de várias maneiras, dependendo do contexto da leitura do Tarô. A imagem dos Enamorados geralmente retrata um homem e uma mulher, muitas vezes nus, em pé diante de uma árvore com uma serpente e um anjo. Esta cena evoca a história bíblica de Adão e Eva no Jardim do Éden, onde a serpente tenta Eva a comer o fruto proibido, enquanto um anjo olha para eles. Esta representação simbólica sugere a escolha entre o bem e o mal, entre o instinto e a consciência, entre a tentação e a virtude. No entanto, os Enamorados não se limitam apenas ao amor romântico e sexual. Eles também representam escolhas, decisões e dilemas. Esta carta está associada ao signo de Gêmeos, que é regido pelo planeta Mercúrio, o mensageiro dos deuses na mitologia romana. Mercúrio é conhecido por sua dualidade e versatilidade, características que se refletem nos Enamorados. Quando os Enamorados aparecem em uma leitura do Tarô, eles podem indicar um momento crucial de decisão. Eles representam o ponto de virada em que somos confrontados com escolhas importantes que moldarão nosso futuro. Esta carta nos lembra que todas as decisões têm consequências e que devemos considerar cuidadosamente as opções diante de nós. Além disso, os Enamorados também falam sobre a necessidade de integração e harmonia. Eles nos lembram que somos seres complexos, feitos de muitas partes diferentes, e que devemos aprender a equilibrar essas partes para alcançar a plenitude. Esta carta nos convida a integrar nossos desejos e necessidades, nossos instintos e nossa consciência, nossas qualidades masculinas e femininas.

Quando se trata de relacionamentos amorosos, os Enamorados podem indicar um momento de paixão intensa e conexão profunda. Eles representam a atração física e emocional entre duas pessoas, bem como a necessidade de compromisso e escolhas mútuas. No entanto, também podem apontar para dilemas e desafios dentro do relacionamento, exigindo que ambas as partes façam escolhas difíceis. Além disso, os Enamorados também podem se referir a outras formas de relacionamento, como amizades, parcerias comerciais ou alianças familiares. Eles nos lembram que todos os relacionamentos envolvem escolhas e compromissos mútuos, e que devemos estar dispostos a enfrentar esses desafios para alcançar a verdadeira conexão.

 Octavia Butler ensinando a gente a viver

Obsessão Positiva

1-
Minha mãe me leu histórias antes de dormir até os meus seis anos de idade. Foi uma investida estratégica da parte dela. Assim que eu começava a gostar das histórias, ela dizia “Aqui está o livro. Agora leia você.” Ela não sabia no que estava nos metendo.

-2-
“Eu acho,” minha mãe me disse um dia quando eu tinha dez anos, “que toda pessoa tem uma coisa que sabe fazer melhor do que qualquer outra coisa. Cabe a essa pessoa descobrir o que é essa coisa.”[..]

-3-
Eu era tímida, tinha medo da maioria das pessoas, da maioria das situações. […]
Eu me arrastei cheia de medos vagos até minha primeira livraria. {..} Era 1957.
[…] “Crianças podem entrar aqui?” eu perguntei à mulher no caixa quando entrei. Eu queria dizer “crianças negras podem entrar aqui?”.
[…]A mulher no caixa olhou para mim. “Claro que você pode entrar,” ela disse. Então, como em uma reação tardia, ela sorriu. Eu relaxei.

-4-
Minha tia e eu estávamos na cozinha dela, conversando
[…] “Quero ser uma escritora quando eu crescer,” eu disse.
“Quer?” minha tia perguntou. “Bem, isso é bom, mas você terá que conseguir um emprego também.”
“Escrever será meu emprego,” eu disse.
“Você pode escrever a qualquer hora. É um bom hobby. Mas você terá que ganhar a vida.”
“Como uma escritora.”
“Não seja boba.”
“Eu falo sério.”
“Querida… Pessoas negras não podem ser escritoras.”
[…]Eu era mais inflexível quando eu não sabia sobre o que estava falando. Em todos os meus treze anos, eu nunca tinha lido uma palavra impressa que eu soubesse ter sido escrita por uma pessoa negra. Minha tia era uma mulher adulta. Ela sabia mais que eu. E se ela estivesse certa?

-5-
Timidez é uma merda. 
Não é fofa, nem feminina, nem simpática. É um tormento e é uma droga.
Eu passei grande parte da minha infância e adolescência olhando para o chão. É uma surpresa eu não ter me tornado uma geóloga. Eu sussurrava. As pessoas sempre diziam, “Fale alto! Não conseguimos te ouvir.”
[…]Eu acreditava que eu era feia e estúpida, desajeitada e socialmente fracassada. Eu também achava que todo mundo perceberia essas falhas se eu atraísse atenção para mim mesma. Eu queria desaparecer. Em vez disso, eu cresci até atingir 1,83 m de altura.
[…].
Eu me escondi em um grande caderno rosa – um que seguraria uma resma inteira de papel. Eu criei o meu universo dentro desse caderno. Lá eu poderia ser um cavalo mágico, uma marciana, uma telepata … Lá eu poderia estar em qualquer lugar menos aqui, em qualquer tempo menos nesse, com qualquer pessoa menos essas.

-7-
Uma obsessão, segundo meu velho dicionário da Random House, é “a dominação de seus pensamentos ou sentimentos por uma persistente ideia, imagem, desejo, etc.” A obsessão pode ser uma ferramenta útil se é uma obsessão positiva. Usá-la é como mirar com cuidado no arco e flecha.
Eu pratiquei arco e flecha no ensino médio porque não era um esporte em grupo. Eu gostava de alguns esportes em grupo, mas no arco e flecha você se saía bem ou mal de acordo com seus próprios esforços. Ninguém além de você para culpar. Eu queria ver o que eu poderia fazer. Eu aprendi a mirar alto. Mire acima do alvo. Mire lá! Relaxe. Solte. Se você mirou certo, você acertou na mosca. Eu enxergava a obsessão positiva como uma forma de mirar você, de mirar sua vida em direção a seu alvo. Decida o que você quer. Mire alto. Vá em frente.
[…]Eu escrevi minhas histórias “catando milho” na portátil máquina de escrever Remington que minha mãe comprou para mim. Eu implorei pela máquina quando tinha dez anos, e minha mãe a comprou.
“Você mima essa criança!” um dos amigos dela disse.
[…]Pedi ao meu professor de ciências, Senhor Pfaff, que datilografasse uma das minhas histórias para mim – faça da forma que deveria ser, sem buracos de tanto apagar o papel e sem letras sobrepostas. Ele fez. E até corrigiu minha terrível ortografia e pontuação. Até hoje me sinto maravilhada e agradecida.

-8-
Eu não fazia ideia de como submeter uma história para publicação
[…] Em muito pouco tempo eu descobri como submeter uma história, e minha história foi enviada pelos correios. Poucas semanas depois eu recebi minha primeira carta de rejeição.
Quando fiquei mais velha, eu decidi que receber uma carta de rejeição era como ouvir que sua filha ou filho era feio. Você ficava com raiva e não acreditava em uma palavra. Além disso, veja todas as crianças literárias realmente feias pelo mundo afora, publicadas e indo bem!

-14-
Então, eu escrevo ficção científica e fantasia para viver. Até onde sei, eu ainda sou a única mulher negra a fazer isso. Quando comecei a dar entrevistas, uma das questões que eu mais ouvia era, “Qual a utilidade da ficção científica para pessoas negras?” Geralmente era uma pessoa negra que me perguntava isso. Eu dei respostas que não satisfaziam a mim e, provavelmente, não satisfaziam a quem me questionava. Eu ressenti a questão. Por que eu deveria justificar minha profissão para alguém?
Mas a resposta para aquilo era óbvia. Quando eu vendi meu primeiro romance, havia um único outro escritor negro bem sucedido trabalhando com ficção científica: Samuel R. Delany, Jr.
[…]Uma jovem mulher negra uma vez me disse, “Eu sempre quis escrever ficção científica, mas pensei que não havia mulheres negras fazendo isso.” As dúvidas se mostram de diversas formas. Mas ainda me perguntam qual a utilidade da ficção científica para pessoas negras.
Qual a utilidade de qualquer forma de literatura para pessoas negras?
Qual a utilidade do pensamento da ficção científica sobre o presente, o futuro e o passado? Qual a utilidade de sua tendência em alertar ou considerar formas alternativas de pensar e agir? Qual a utilidade de sua análise dos possíveis efeitos da ciência e da tecnologia, ou organização social e direção política? Em seu melhor, a ficção científica estimula a imaginação e a criatividade. Ela conduz leitor e escritor para fora do caminho comum, do caminho restrito que leva ao que “todo mundo” está dizendo, fazendo, pensando – quem quer que seja “todo mundo” esse ano.
Qual a utilidade de tudo isso para pessoas negras?

Octavia Butler – Positive Obsession – Bloodchild and Other Stories. Tradução de Tuanny Medeiros

O texto completo e traduzido, que vale demais a leitura, está aqui.

Por horas e horas e horas

O que sopra a arte obsessiva. O que fala do que nos obceda. A arte para aguentar o fim do mundo. Mas não esquentem demais as cadeiras, tem trabalho lá fora.

Livro


Um livro para vocês – Misery: Louca obsessão – Stephen King. Esse livro é muito divertido, King é um ótimo contador de histórias. Eu gosto do livro e do filme, muito. é diversãogarantida, serve para nos livrar do nosso próprio pensamento, como as boas diversões. Indico livro e filme. 


Misery, o clássico do terror que inspirou o filme com Kathy Bates, é uma história chocante sobre o impacto da ficção em uma mente obsessiva e a angústia do aprisionamento. Paul Sheldon é um escritor famoso, reconhecido por uma série de best-sellers protagonizados pela mesma personagem: Misery Chastain. Annie Wilkes é uma enfermeira aposentada, leitora voraz e obcecada pela história de Misery. Quando Paul sofre um acidente de carro em uma nevasca, ele é resgatado justamente por Annie, e esse encontro entre fã e autor é o ponto de partida de uma das tramas mais aterrorizantes de Stephen King. Insatisfeita com o final do último livro da série, a fã isola o autor debilitado em um quarto em sua casa. Com torturas, ameaças e uma vigilância persistente, ela faz de tudo para obrigá-lo a reescrever a narrativa com o final que ela considera apropriado. Considerada uma das vilãs mais assustadoras e complexas do universo King e interpretada por Kathy Bates no filme que se tornou um clássico, Annie Wilkes é a figura que faz de Misery um livro essencial.


Um livro pra mim – Moby Dick – Herman Melville. Quando vai chegar a hora de eu mesma ler esse livro? Não sei, mas gostaria muito de não morrer antes 🙂 . Acho que vou gostar dele, e muito. Uma obsessão sem tamanho também, é o que acontece nesse livro né? Espero ler em breve, embora a covid, a idade, os lutos, a vida e as obsessões tenham prejudicado muito minha concentração. Quando acontecer  venho aqui contar. Espere por mim Ahab.


Lançado em 1851, Moby Dick, ou A baleia, de Herman Melville (1819-1891), se tornou um dos livros de aventura mais emblemáticos da literatura universal. A história do capitão Ahab, em busca de vingança contra o terrível cachalote que amputara sua perna, entrou definitivamente para a cultura popular, inspirando, entre outras criações, pinturas de Jackson Pollock e Frank Stella, adaptações de Orson Welles para o rádio e o teatro, um filme de John Huston, e até um blues do Led Zeppelin. Mas uma leitura atenta da obra-prima de Melville pode revelar as camadas mais profundas do texto, que deram ao autor o posto de maior prosador norte-americano do século XIX. Entremeados à narrativa vão se sobressaindo múltiplos elementos: referências bíblicas que ecoam críticas da época ao nascente imperialismo dos Estados Unidos; a questão racial, personificada na figura dos três arpoadores, um negro, um índio e um nativo polinésio; a análise da extração do óleo dos cachalotes como atividade econômica industrial, incluindo uma discussão sobre a sustentabilidade da pesca das baleias; as tensões sociais, que aparecem nas relações entre superiores e subordinados e na possibilidade sempre presente de um motim ― tudo isso encenado no palco shakespeariano do convés de um baleeiro que parte de Nantucket, em Massachusetts, até chegar ao Pacífico, onde ocorre o enfrentamento final entre o obsessivo capitão Ahab e a monstruosa baleia branca.


Filme

Tem um tanto né? Tinha pelo menos 3 ou 4 pra falar. A Malvada, Cabo do Medo, Mulher Solteira Procura, Atração fatal… E mais outros centos. Mas escolhi um que eu amo, assisti muito nova e foi uma delícia descobrir esse filme. A Malvada de Joseph L. Mankiewicz – 1951. Uma história de obsessão muito boa. E tem Bette Davis, nada que envolve Bette Davis pode dar errado. Vejam sem medo. 


A Malvada (All About Eve)  é um filme estadunidense de 1950, do gênero drama, escrito e dirigido por Joseph L. Mankiewicz, e estrelado por Bette Davis, Anne Baxter, George Sanders e Celeste Holm. O roteiro foi baseado no conto “The Wisdom of Eve” (1946), de Mary Orr, embora não tenha sido creditado no filme. O filme estrela Bette Davis como Margo Channing, uma altamente renomada, mas envelhecida estrela da Broadway. Anne Baxter interpreta Eve Harrington, uma jovem fã ambiciosa que se infiltra na vida de Channing, em última instância, ameaçando sua carreira e seus relacionamentos pessoais. O filme ainda têm participações de Gary Merrill, Hugh Marlowe e Thelma Ritter, além de apresentar Marilyn Monroe em um de seus primeiros papéis. “A Malvada” estreou em Nova Iorque em 13 de outubro de 1950. Elogiado pela crítica na época de seu lançamento, o filme recebeu 14 indicações ao Oscar e ganhou seis, incluindo Melhor Filme. O filme é o único filme na história do Oscar a ter quatro atrizes indicadas por suas atuações (Davis e Baxter como melhor atriz, Holm e Ritter como melhor atriz coadjuvante). Em 1990, “A Malvada” foi selecionado para preservação no National Film Registry, seleção filmográfica da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, como sendo “culturalmente, historicamente ou esteticamente significativo”. O filme apareceu em 16.º lugar na lista dos 100 melhores filmes estadunidenses, do Instituto Americano de Cinema.

Sinopse
Na noite de entrega do prêmio Sarah Siddons, todas as atenções se voltam para a nova estrela em ascensão, Eve Harrington (Anne Baxter). Então, flashbacks revelam como a carreira de Eve começou, desde quando conheceu e foi contratada como secretária de Margo Channing (Bette Davis), uma grande estrela da Broadway.


Série

Bebê Rena – Richard Gadd – 2024. Já estou exasperada comigo mesma com essa indicação. Eu vi e não gostei. Não sei o que me incomodou, não sei o que foi que deu errado na química entre eu e ela. Não vai virar hábito indicar coisas que não gostei aqui, podem ficar tranquilos. Mas não é possível falar de obsessão e não indicar essa série que é a celeuma do momento. Que todo mundo está vendo e comentando. Então, é a tal série Bebê Rena (já começa pelo nome, que nome é esse?). E por que eu tô indicando? Porque é um exemplo muito bom de obsessão da carta dos Enamorados. Porque é uma série desse minuto, bem feita, hypada (hahahaha) e muita gente que eu admiro gostou e viu muitas camadas nela, embora eu só tenha visto camadas de roupas feias. Mas tem seu valor, assistam para me contar se gostaram 🙂 , se acharam gordofóbica, sei lá. 


Baseado em uma suspeita mas verídica história, e na peça de Richard Gadd lançada em 2019 no Edinburgh Festival Fringe, a série Bebê Rena acompanha a história do comediante, performer e escritor Donny Dunn (Richard Gadd), que se envolve com Martha (Jessica Gunning), uma mulher vulnerável que está passando por seus próprios problemas. Esse rápido e distorcido relacionamento acaba seguindo para uma estranha obsessão, que impacta a vida dos dois e encurrala Donny a enfrentar um trauma profundo e sombrio de sua vida.


♫ Playlist

  • The Police – Every Breathe You Take
  • Days And Days – Concrete Blonde
  • Shiver – Coldplay
  • Material girl – Madonna
  • Obsessão – Clara Nunes
  • O Som do Meu Violino – Jorge Mautner
  • Matriz ou Filial – Jamelão
  • ]Me Acalmo Danando – Angela Roro
  • Atalhos – Agepê
  • Zombie – The Cramberries
  • Can’t Take My Eyes Off You – Boys Town Gang
  • Bad Romance – Lady Gaga
  • Alma Sebosa – Johnny Hooker

André Dahmer ♥️

Obsessão do mar oceano

Vou andando feliz pelas ruas sem nome…
Que vento bom sopra do Mar Oceano!
Meu amor eu nem sei como se chama,
Nem sei se é muito longe o Mar Oceano…
Mas há vasos cobertos de conchinhas
Sobre as mesas… e moças nas janelas
Com brincos e pulseiras de coral…
Búzios calçando portas… caravelas
Sonhando imóveis sobre velhos pianos…
Nisto,
Na vitrina do bric o teu sorriso, Antínous,
E eu me lembrei do pobre imperador Adriano,
De su’alma perdida e vaga na neblina…
Mas como sopra o vento sobre o Mar Oceano!
Se eu morresse amanhã, só deixaria, só,
Uma caixa de música
Uma bússola
Um mapa figurado
Uns poemas cheios de beleza única
De estarem inconclusos…
Mas como sopra o vento nestas ruas de outono!
E eu nem sei, eu nem sei como te chamas…
Mas nos encontramos sobre o Mar Oceano,
Quando eu também já não tiver mais nome.

♣️

Mário Quintana

Post com a colaboração de @laismeralda, que é a melhor cartomante do pedaço, marque sua consulta com ela.


5 de maio é o 125.º dia do ano no calendário gregoriano (126.º em anos bissextos). Faltam 240 dias para acabar o ano.


Se você leu até aqui, obrigada! Esse é o meu almanaque particular. Um pedaço do meu diário, da minha arca da velha, um registro de pequenas efemérides, de coisas que quero guardar, do tempo, do vento, do céu e do cheiro da chuva. Os Vestígios do Dia, meus dias. Aqui só tem referências, pois é disso que sou feita.

© Nalua – Caderninho pessoal, bauzinho de trapos coloridos, nos morros de Minas Gerais. Outono, e o mundo tá caindo.
Esta é a 46ª de 78 páginas que terá este almanaque.