Mês: junho 2024

tem tijolo de construção

Belo Horizonte, 30 de junho de 2024

☀️16° – 28°


Hoje faz quatro anos que fumei o último cigarro. É aniversário do meu sobrinho Fred. É aniversário da Marcinha também. E fazem anos hoje Dira Paes, Isabelita dos Patins, Marina Ruy Barbosa, Vincent D’Onofrio, Tony Belloto e Michael Phelps. Em 1911 nasceu o poeta Czesław Miłosz. Em 30 de junho de 1988 morreu Chacrinha. Em 2002 desencarnou Chico Xavier e em 2009 o mundo ficou mais feio com a partida de Pina Bausch. Neste dia, em 1905, Albert Einstein, publica sua teoria da relatividade, a relação entre espaço/tempo na equação E = mc2. Em 1908 aconteceu o estupendo Evento de Tunguska, que até hoje não foi de todo desvendado. Em 1936 o livro E o Vento Levou de Margaret Mitchell foi publicado. Em 1962 Ruanda e Burundi se tornam países independentes. Em 2002 o Brasil se torna pentacampeão de futebol. Em 2008 estreia o filme Mamma Mia. E para alegria de todos e felicidade geral da nação em 2023 o Tribunal Superior Eleitoral formou maioria pela inelegibilidade de Jair Bolsonaro até 2030.


Tudo foi tirado de vocês: túnica branca,
asas, até mesmo a existência.
Contudo, ainda acredito em vocês,
mensageiros.

Aqui, onde o mundo está virado do avesso,
uma trama maciça bordada com astros e bestas,
vocês passeiam, inspecionando as suturas confiáveis.

Curta é sua estadia neste lugar:
às vezes na hora matinal, se o céu está claro,
na melodia repetida por um pássaro,
ou no cheiro das maçãs no fim do dia
quando as luzes fazem dos pomares lugares mágicos.

Dizem que alguém os concebeu,
mas para mim isso não parece convincente,
pois os humanos também foram concebidos.

A voz – sem dúvida é uma prova válida,
pois só pode pertencer a criaturas radiantes,
sem peso e aladas (afinal, por que não?),
cingidas pelo raio.

Eu ouvi aquela voz várias vezes quando dormia
e, o que é estranho, percebi mais ou menos
uma ordem ou um apelo em uma língua sobrenatural:

o dia se aproxima
mais um
faça o que puder.

♣️

Czesław Miłosz



Um dia antes de 30 de junho de 1986 escreveu Tarkovski em seu diário:

O último dia da quimioterapia.

No dia 30 de junho ele registrou:

No dia 6 vou à Alemanha, para o hospital. Fiz com Leon (nos últimos quatro dias) a quimioterapia e ele foi descansar na Ioguslávia. Sinto-me terrível:dói tudo, não tenho forças. Leon disse que em um mês farei mais uma quimioterapia. Fiz a revisão do texto russo do livro. Sobrou o último capítulo.

E no dia seguinte o cineasta fez a seguinte entrada:

Comprar e levar para a Alemanha;

  1. roupas (comprar calçados esportivos);
  2. papel para cartas;
  3. Hoffmanniana;
  4. evelopes grandes e pequenos;
  5. medicamentos;
  6. o último capítulo. Para terminar de traduzir;
  7. dinheiro;
  8. livros de Christiane Bertoncini;
  9. o artigo de Gorbanevskaya;
  10. telefonar para Boguin;
  11. e para a Universidade dos EUA.

Andrei Tarkovski – Diários 1970-1986 – Realizações Editora

Esqueçam o que se foi;
não vivam no passado. Vejam, estou fazendo uma coisa nova!
Ela já está surgindo! Vocês não a reconhecem?
Até no deserto vou abrir um caminho e riachos no ermo.
Isaías 43:18-19

Amor que não se pede, amor que não se mede, amor que não se repete

Estamos diante de mais um recomeço. Sim, encaramos já uma metade inteirinha de um ano 😊. Está na hora de tomar uma longa respiração, sacudir qualquer rastro de poeira, levantar do sofá e olhar a janela, porque amanhã é segunda, é um mês novo e temos ainda a outra metade completa para viver. Chegou o Dois de Paus com seus auspícios para o que ainda temos que fazer.
Esse arcano encantado sinaliza que sempre é tempo de recomeçar. Sempre é tempo de fazer algo de novo, de novo. O meio do ano tem essa magia, a de recomeçar, e tem esse absurdo, recomeçar.
Na verdade, nada recomeça, é só que necessitamos dessas tabuinhas de salvação para aguentar, para dar conta, para sobreviver. Cada vez mais precisamos de doses de esperanças quase tolas pra seguir. E o Dois de Paus traz um pouco dessa fábula de sobrevivência. Ele prega a possibilidade de recomeçarmos, é tudo. Vamos ouvir a carta de hoje.

Precisamos de encanto na vida. Precisamos de um mundo reencantado, e de novo. E essa é uma das funções do tarô. Se o mundo se desencantou com a morte da magia, e freneticamente procuramos o espetáculo em outros lugares e outros likes, o tarô pode ser um pequeno norte (norte tem tamanho?).
Inclusive quem lê esse almanaque já sabe que essa mensagem de recomeçar não é inédita. É a própria natureza da mensagem, ela precisa reaparecer ocasionalmente. É preciso corrigir o rumo mais de uma vez na vida, mais de uma vez por ano.

É um bom momento para reencantar a vida, para colocar de novo as coisas em perspectiva. Esse meio do ano traz uma delícia própria, ainda podemos fazer muito mais coisas além de tentar existir , embora sobreviver às vezes seja mais que bom, mais que ótimo, seja tudo e só o que podemos.

Eu tenho tido muita dificuldade com esse 2024. Ao mesmo tempo em que é um ano abençoado, stanno tutti bene, é um ano em que tenho passado por dores bem cansativas. Por isso preciso desse respiro do meio do ano. E o Dois de Paus é um excelente sinal de que é possível fazer. Esse é um arcano do engenho. Fazer, agir, tocar projetos, se movimentar para espantar dor e cansaço.

A mensagem do Dois De Paus neste começo de semestre é esta: é possível e desejável recomeçar, fazer planos de novo, reajustar os velhos rascunhos. É um bom momento para olharmos o que já temos e o que precisamos ainda fazer e voilà: fazer.
Maria Popova fala de maneira bonita sobre os começos:

Há momentos na vida em que somos lembrados de que estamos inacabados, que a história que temos contado a nós mesmos sobre quem somos e para onde leva nossa vida ainda não foi escrita. Esses momentos surgem mais facilmente no início de algo novo.
Começar qualquer coisa — uma nova prática, um novo projeto, um novo amor — é lançar sobre si mesmo um feitiço contra a estagnação. Começos são notações para a sinfonia do possível em nós. Eles nos pedem para quebrar o padrão de nossas vidas e reconfigurá-lo de novo — algo que só pode ser feito com grande coragem e grande ternura, pois nenhum território da vida expõe tanto nosso poder quanto nossa vulnerabilidade mais brilhantemente do que um começo.

Boa semana, não ajam em vão, encontrem amor para recomeçar.

O Dois de Paus é uma carta do tarô que carrega consigo uma energia de decisão e direção. Representando a dualidade e a escolha, esta carta mostra um momento em que é necessário tomar uma decisão importante e seguir um caminho específico. Na imagem mais clássica do Dois de Paus, vemos um homem segurando dois bastões, olhando para o horizonte. Ele está em pé, em um ambiente aberto, simbolizando a liberdade e as possibilidades que se apresentam diante dele. Esta carta transmite a sensação de que é preciso escolher um caminho e seguir adiante, deixando para trás a indecisão e a hesitação. Quando o Dois de Paus aparece em uma leitura, indica que chegou o momento de tomar uma decisão importante em relação a algum aspecto da vida do consulente. Pode ser uma decisão relacionada à carreira, aos relacionamentos, aos projetos pessoais ou até mesmo a mudanças significativas. Esta carta mostra que é necessário avaliar as opções disponíveis, considerar as consequências de cada escolha e, finalmente, decidir qual caminho seguir. Por outro lado, o Dois de Paus também traz consigo a mensagem de que é preciso agir com coragem e confiança ao tomar essa decisão. O homem na imagem da carta está seguro e firme, indicando que é necessário ter confiança nas próprias habilidades e capacidades para seguir em frente. Esta carta encoraja o consulente a assumir o controle da situação e acreditar na sua capacidade de influenciar os acontecimentos. Além disso, o Dois de Paus também pode indicar a necessidade de recomeçar e explorar novos horizontes. Esta carta sugere que o consulente esteja aberto a novas experiências e esteja disposto a expandir seus horizontes. Pode ser o momento de buscar novos desafios, de viajar para lugares desconhecidos ou de se aventurar em novos projetos. O Dois de Paus encoraja a sair da zona de conforto e a buscar aperfeiçoamento e melhoria. A energia do Dois de Paus também traz consigo a necessidade de equilíbrio e ponderação. Ao tomar uma decisão importante, é essencial considerar todos os aspectos envolvidos e agir de forma consciente. Esta carta alerta para a importância de não agir impulsivamente, mas sim de avaliar cuidadosamente as opções antes de seguir adiante.

Camus, que reinicia nossa vida

Há pouco, outras coisas, os homens e os túmulos que compram. Mas deixem-me recortar este minuto no tecido do tempo. Outros deixam uma flor entre as páginas de um livro, encerrando nele um passeio em que o amor os tocou de leve. Eu também passeio, mas é um deus que me acaricia. A vida é curta, e é pecado perder tempo. Sou ativo, segundo dizem. Mas ser ativo é, ainda, perder tempo, na medida em que nos perdemos. Hoje é uma parada e meu coração parte ao encontro de si mesmo. Se uma angústia ainda me oprime, é por sentir esse impalpável instante escorrer por entre meus dedos, como as partículas do mercúrio. Deixem, pois, aqueles que querem dar as costas ao mundo. Não me queixo porque me vejo nascer. Neste momento, todo o meu reino é desse mundo. Este sol e estas sombras, este calor, e este frio que vem do fundo do ar: devo perguntar-me se algo morre e se os homens sofrem, já que tudo está escrito nesta janela na qual o céu derrama a plenitude ao encontro de minha piedade. Posso dizer, e vou dizê-lo daqui a pouco, que o que conta é ser humano e simples. Não, o que conta é ser verdadeiro, e, então, tudo se inscreve nisso, a humanidade e a simplicidade. E, então, quando sou mais verdadeiro do que quando sou o mundo? Sou presenteado antes de ter desejado. A eternidade está ali, e eu esperava por ela. Agora, não desejo mais ser feliz, e sim apenas estar consciente.

Um homem contempla, e o outro cava o seu túmulo: como separá-los? Os homens e seu absurdo? Mas eis o sorriso do céu. A luz se infla e será logo verão? Mas eis os olhos e a voz daqueles a quem é preciso amar. Sou ligado ao mundo por todos os meus gestos; aos homens, por toda a minha piedade e o meu reconhecimento. Entre este lugar e este avesso do mundo, não quero escolher, não gosto que se escolha. As pessoas não querem que se seja lúcido e irônico. Dizem: “Isso mostra que você não é bom.” Não vejo a ligação. É claro, se ouso dizer a alguém que é imoralista, traduzo que ele tem necessidade de atribuir-se uma moral; o outro, que despreza a inteligência, compreendo que não consegue suportar suas dúvidas. Mas isto porque não gosto que se trapaceie. A grande coragem é, ainda, a de manter os olhos abertos, tanto sobre a luz quanto sobre a morte. De resto, como explicar o elo que leva deste amor devorador pela vida a esse desespero secreto. Se escuto a ironia, escondida no fundo das coisas, ela se descobre lentamente. E, piscando o olho pequeno e claro: “Viva como se…,” diz ela. Apesar de muitas pesquisas, está aí toda a minha ciência.

Afinal, não estou certo de ter razão. Mas o importante não é se penso naquela mulher cuja história me contaram. Ela ia morrer e sua filha vestiu-a para o túmulo enquanto ainda estava viva. Na verdade, parece que a coisa é mais fácil quando os membros ainda não estão rígidos. Mas, mesmo assim, é curioso como vivemos no meio de pessoas apressadas.

Albert Camus – O Avesso e o Direito – Editora Record


A mão direita da natureza

Quando se quebra e se está quebrado, é ela que nos reinicia. Ela, junto do amor.

Livro

E o Vento Levou – Margaret Mitchell. Eu já indiquei esse livro, mas na época foi mais para falar de um personagem, o Reth Butler. Agora quero indicar o livro por si mesmo (hahahaha). Porque é um livro da minha infância (pois é), porque eu amo. E porque ele faz aniversário hoje. E porque é uma imensa ode aos recomeços, pensem na última frase deste livro. E claro, porque é um clássico da cultura pop, é incontornável. E porque é um livro que ecoa um mundo que está morrendo. E não estou falando dos aspectos complicados do livro, estou falando que ele simboliza um mundo que está no fim, as pessoas que têm este livro como referência estão acabando. C’est la vie. Mas aproveitem enquanto ainda.


A maior história de amor do século XX, que deu origem ao premiado filme com Vivien Leigh e Clark Gable. Ano de 1861. O sul dos Estados Unidos está prestes a ingressar na sangrenta Guerra Civil norte-americana. Na fazenda Tara, na Geórgia, a bela jovem impetuosa e mimada Scarlett O’Hara transforma-se em mulher prática e disposta a tudo para conquistar o que deseja. Frustrada por não conseguir se casar com Ashley Wilkes, Scarlett acaba se envolvendo com o aventureiro Rhett Butler, com quem viverá uma das histórias de amor mais célebres e conturbadas da literatura. A guerra é intensa e o cerco dos ianques, incisivo, levando a fazenda a uma situação desastrosa de fome e desespero. Margaret Mitchell descreve de maneira impressionante a Guerra Civil norte-americana e retrata as grandes mudanças que pavimentaram a história dos Estados Unidos. E o vento levou é uma das obras mais notáveis da literatura norte-americana. Publicado originalmente em 1936, o romance ganhou o Prêmio Pulitzer no ano seguinte. Os dois volumes retratam uma das histórias de amor mais famosas da literatura mundial, um clássico imortalizado no cinema por Vivien Leigh e Clark Gable, ganhador de oito Oscars.


Documentário

Pina – Wim Wenders – 2012. Hoje faz aniversário da morte de Pina Bausch, que nos deixou cedo demais. Indico esse documentário pelo aniversário e porque para recomeçar e ajustar o rumo nada melhor do que uma dose cavalar de beleza. E é isso que esse documentário proporciona. É lindo, sobre uma figura que proporcionou genialidade e muita beleza ao mundo. Assistir a esse documentario só pode encher a alma de força para qualquer recomeço. Não só pela beleza em si, mas pela força extraordinária da bailarina e coreógrafa que foi Pina Bausch. E porque é Wim Wenders.


O documentário “Pina”, dirigido por Wim Wenders, é uma obra cinematográfica que homenageia a coreógrafa alemã Pina Bausch. Lançado em 2011, o filme apresenta uma visão única e emocionante do trabalho da artista, conhecida por revolucionar a dança contemporânea. Wenders utiliza sua habilidade como diretor para capturar a essência e o impacto das coreografias de Pina Bausch. O documentário oferece ao espectador uma imersão profunda no universo da dança, revelando a genialidade e a sensibilidade de Pina. Ao longo do filme, somos apresentados a algumas das obras mais marcantes de Pina Bausch, como “Café Müller” e “Kontakthof”, que são apresentadas de forma deslumbrante e envolvente. A maneira como Wenders utiliza a linguagem cinematográfica para traduzir a energia e a emoção das coreografias é verdadeiramente impressionante. “Pina” é mais do que um simples documentário sobre dança. É uma celebração da arte, da paixão e da expressão humana. Wim Wenders consegue transmitir a essência do trabalho de Pina Bausch de uma forma que emociona e inspira, mesmo para aqueles que não são familiarizados com o mundo da dança contemporânea.


Filme

Hoje eu quero voltar sozinho – Daniel Ribeiro – 2014. Porque estamos no último dia do mês do orgulho lgbtqiapn+. É um filme que fala sobre começar. Começar a tomar as rédeas da vida, começar a viver, recomeçar sem proteção e se jogando em direção ao viver. Além de ser um filme muito bom, diferente, nacional, e bonito.


Leonardo é um adolescente cego que, como qualquer adolescente, está em busca de seu lugar. Desejando ser mais independente, precisa lidar com suas limitações e a superproteção de sua mãe. Para decepção de sua inseparável melhor amiga, Giovana, ele planeja libertar-se de seu cotidiano fazendo uma viagem de intercâmbio. Porém a chegada de Gabriel, um novo aluno na escola, desperta sentimentos até então desconhecidos em Leonardo, fazendo-o redescobrir sua maneira de ver o mundo.


Série

Série Heart Break High – 2022 – Hannah Carroll Chapman. Essa série eu não vi, é indicação da Lina, minha filha. Quando soube que o tema era recomeço, ela imediatamente lembrou dessa série, que viu e adorou. Segundo ela a primeira temporada, especificamente tem como um dos temas principais o recomeço da amizade entre duas das personagens principais. E também, pelo que pesquisei, é sobre o recomeço da personagem principal, depois de ter cometido um erro muito grande, que afetou muita gente. 


Heartbreak High é uma série de televisão australiana de comédia dramática criada para a Netflix, por Hannah Carroll Chapman. É um reboot da série de 1994 exibida pela primeira vez na Network Ten. O programa estreou em 14 de setembro de 2022. Um mês depois de seu lançamento, o programa foi renovado para uma segunda temporada. A primeira temporada foi recebida com críticas positivas e recebeu 15 indicações ao AACTA Awards, incluindo Melhor Série Dramática, ganhando seis prêmios. Em 2023 Heartbreak High recebeu uma indicação ao prêmio de Melhor Série Live-Action no 51º International Emmy Awards.

Na série, Amerie (Ayesha Madon) acaba cortando laços de forma dramática com sua melhor amiga Harper (Asher Yasbincek). Tudo começa quando ela decide revelar os segredos sexuais e românticos de todos os colegas de classe criando um mapa sobre quem ficou com quem. A princípio, as pessoas levam a situação na brincadeira, mas rapidamente as coisas fogem do controle quando segredos pessoais são expostos. Estressada com a situação, Harper se ressente da amiga pela atitude e decide encerrar sua amizade. Logo, todos da escola também rejeitam Amerie e, agora, ela precisará encontrar uma forma de reverter o que causou para retomar sua amizade com a amiga.


♫ Playlist

Straight From The Heart – Bryan Adams
Onde Você Mora – Cidade Negra
Começo, Meio e Fim – Roupa Nova
Giz – Legião Urbana
My Silver Lining – First Aid Kit
Começaria tudo outra vez – Gonzaguinha
Non, je ne regrette rien – Edith Piaf
Frejat – Amor pra recomeçar
O Sol – Jota Quest
Hasta La Raíz – Natalia Lafourcade
Mais uma vez – Legião Urbana
Me Adora – Pitty
Tempos Modernos – Lulu Santos
Disritmia – Martinho da Vila
Não enche – Caetano Veloso
Começar de novo – Ivan Lins
Rolling in the Deep – Adele
Bilhete – Fafá de Belém
Olhos nos Olhos – Chico Buarque
Gostava Tanto de Você – Tim Maia


Ela vestiu seu chapéu-de-sol,
E pôs o seu mais verde vestido;
Virou-se para o vento austral
E prestou-lhe o cortejo devido.
Virou-se então para a luz do sol
E os cabelos louros agitou,
E sussurrou para o seu vizinho:
“O inverno acabou”

A. A. Milner

P. S. Não tem como lidar com esse tema recomeços e não lembrar de todo o povo do Rio Grande do Sul que está sendo obrigado a recomeçar, e de maneira extremamente violenta e cruel. Sem querer, sem pedir por por isso e apenas como vítimas dos acontecimentos. Não há nada a ser falado sobre isso que não seja fútil, o único possível, depois de ajudar de fato, é se indignar e sinceramente desejar que se recuperem como for possível. 


Post com a colaboração de @laismeralda, que é a melhor cartomante do pedaço, marque sua consulta com ela.


Se você leu até aqui, obrigada! Esse é o meu almanaque particular. Um pedaço do meu diário, da minha arca da velha, um registro de pequenas efemérides, de coisas que quero guardar, do tempo, do vento, do céu e do cheiro da chuva. Os Vestígios do Dia, meus dias. Aqui só tem referências, pois é disso que sou feita.

© Nalua – Caderninho pessoal, bauzinho de trapos coloridos, nos morros de Minas Gerais. E esse inverno infernal?

30 de junho é o 181.º dia do ano no calendário gregoriano (182.º em anos bissextos). Faltam 184 dias para acabar o ano.