Belo Horizonte, 11 de agosto de 2024
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Dia dos pais, do estudante e do advogado. Em 1827, D. Pedro I instituiu os dois primeiros cursos de ensino superior no Brasil, por isso se celebra o dia do estudante. Em 1827, foram criadas as duas primeiras faculdades de Direito no Brasil – a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo, e a Faculdade de Direito de Olinda, e por isso se celebra o dia do advogado. Em 1938 foi fundada a União Nacional dos Estudantes. Em 1942 Hedy Lamarr recebe a patente para um sistema de comunicação que se tornou a base para os telefones sem fio e Wi-Fi. Em 1979 Led Zeppelin se apresentou pela última vez na Inglaterra. Em 1744 nasceu Tomás Antônio Gonzaga, em 1897 Enid Blyton, em 1921 Alex Haley, em 1959 Gustavo Cerati, em 1965 Viola Davis, em 1983 Tatá Werneck. Em 1253 morreu Clara de Assis e em 2014 se foi Robin Williams.
Pai
Meu pai tem Alzheimer
e todo dia me pergunta
que dia é hoje.
Eu digo que é Dia dos Pais
e tasco-lhe mais um abraço.
♣️
Carlos Edu Bernardes
Em agosto de 1950 anotou Jack Kerouac em seu diário:
DA CIDADE DO MÉXICO A NOVA YORK: AGOSTO DE 1950
Ferrocarril de México. Vagão-leito para Laredo, Texas – então ônibus para San Antonio – para Baltimore – para N.Y. (com um quilo de maconha tratada preso à cintura por um cachecol) – –
: – CANÇÃO – :
Deixei Nova York
Em quarenta e nove
Para cruzar o país
Sem sequer um cobre.
Foi em Butte Montana
No frio, frio outono
— Encontrei meu pai
em um cassino jogando.
_________
“Pai, pai
Por onde andaste;
Perdido está quem não é amado,
Quando você é tão pequeno.”
_________
“Querido filho”, falou,
“Não vá se preocupar,
“Pois a pleurisia em breve
Vai me matar.”
_________
Seguimos juntos para o Sul
Em um velho trem de carga,
Na noite em que morreu meu pai
Na noite fria, fria.
_________
“Querido filho”, falou,
“Não vá se preocupar;
“Deite-me para que
A miséria venha me matar.”
_________
Pai, pai
Por onde andaste;
Perdido está quem não é amado,
Quando você é tão pequeno.”
Jack Kerouac – Diários de Jack Kerouac – 1947-1954 – Ed. L&PM
Vós, pais, não irriteis a vossos filhos, para que não percam o ânimo.
Colossenses 3:21

No Dia dos Pais, dos estudantes, dos advogados era mister nos aparecer um Rei! Os pais e as figuras paternas são reis, para o bem e para o mal. Por isso nascemos todos na realeza, todo menino é um rei. É o princípio paterno que nos introduz no mundo e nos mostra como andar sem cair. A energia de uma carta real no dia dos pais mostra essa face, a face daquele que abre o caminho para gerações mais novas, que é o pioneiro. O Rei de Paus é um pioneiro, é um desbravador. O Rei de Paus tem o epíteto da coragem. Ele é o arcano que aprende com os erros, o Rei de Paus tem a coragem de saber-se errado e de admitir que errou. Essa é uma das suas maiores lições. Se as figuras paternas da sua vida souberam fazer isso e te mostraram o caminho de errar e admitir o erro, você é um privilegiado. Mas muitas vezes as figuras paternas que atravessam a nossa vida são de uma natureza bem menos benevolente do que o Rei de Paus. Se é esse o caso, existe outra lição que ele traz: é sempre necessário ser pai de si mesmo, desbravar sozinho esse caminho, e limpar o terreno para florescer de si mesmo. Tarô é manual de vida e ensina isso. É preciso ser senhor da própria casa, em algum momento. Mesmo que os bárbaros sempre venham, afinal.
Nesse 11 de agosto, o Rei de Paus aparece para nos lembrar também que todos viemos de algum lugar, estamos todos interconectados uns aos outros e ao todo que nos propiciou a existência. Foi necessária toda uma cadeia de pessoas, de vontades e de acontecimentos para que estivéssemos aqui nessa hora e lugar e aqui é sempre melhor do que não estar. Essa reverência ao que nos antecedeu é o que nos diz hoje o Rei de Paus. Ele nos lembra que podemos ser pioneiros, mas que viemos de algum lugar e que sempre geramos vida, que nossa intervenção nesse mundo sempre deixa uma marca, sejamos ou não genitores de humanos, não é sobre isso. É a lição de que não passamos impunes nem incólumes por tudo isso, que precisamos deixar tudo melhor e precisamos levar em conta a hierarquia do Holístico (oi Fê), que nos gerou e nos faz gerar. O Rei de Paus é coragem de ser, é a força da lei que nos empurra para crescer, que nos empurra do ninho e da caminha quente rumo ao viver, que é tão pequeno diante do Tempo.
Nesta semana, sejamos nossos próprios pais, criemos coragem, pensemos em deixar um mundo melhor para quem vem depois. Vamos prover, como bons pais, um lugar de conforto. E sem esquecer que o mundo existe para ser desbravado com coragem e hombridade. E não esqueçamos que: noblesse oblige. Todo Rei digno desse nome só faz as coisas com nobreza. Paternar é dádiva de Reis.
Alice Walker conta uma história linda sobre esse paternar nobre:
Quando eu tinha três ou quatro anos, quebrei um jarro, e como eu tinha irmãos, poderia ter dito que eles o tinham quebrado, ou poderia ter dito que tinha escorregado. Lembro que meu pai me perguntou se eu tinha feito isso, e eu olhei para ele e pensei, nossa, essa é uma pessoa que eu realmente amo e ele ficaria feliz se eu não tivesse quebrado essa coisa. Por outro lado, ele estava olhando para mim com tanta expectativa que eu me vi indo ao encontro de sua expectativa com uma necessidade real de expressar a verdade, porque esse é o sentimento mais maravilhoso que existe. Então eu disse: “Sim, eu quebrei o jarro.” Sua resposta não foi gritar nem me bater, nem nada parecido, mas sim irradiar esse amor incrível para mim, e essa foi sua maneira de me ensinar sobre dizer a verdade e o que é possível. É possível que se você disser a verdade, não apenas você será libertado da prisão da mentira, mas a pessoa que ouve a verdade também será aberta e poderá se deliciar.
Nesta semana, para florescer, peçamos ao arquétipo de Pai que todos carregamos: meu pai/ dá-me a tua pequena/ chave das grandes portas/ dá-me a tua lamparina de rolha, /estranha bailarina das insônias /meu pai, dá-me os teus velhos sapatos.*
Boa semana, voem do ninho.
* Vinícius de Morais
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Um texto que não foi amparo
Querido pai,
Tu me perguntaste recentemente por que afirmo ter medo de ti. Eu não soube, como de costume, o que te responder, em parte justamente pelo medo que tenho de ti, em parte porque existem tantos detalhes na justificativa desse medo, que eu não poderia reuni-los no ato de falar de modo mais ou menos coerente. E se procuro responder-te aqui por escrito, não deixará de ser de modo incompleto, porque também no ato de escrever o medo e suas conseqüências me atrapalham diante de ti e porque a grandeza do tema ultrapassa de longe minha memória e meu entendimento.
Para ti a questão sempre se apresentou bem simples, pelo menos enquanto falaste dela diante de mim e, sem cuidar a quem, diante de muitos outros. Para ti as coisas pareciam ser mais ou menos assim: tra-balhaste pesado durante tua vida inteira, sacrificaste tudo pelos teus filhos, e sobretudo por mim, enquanto eu “vivi numa boa” por conta disso, gozei de toda a liberdade para estudar o que bem quisesse, não precisei ter nenhuma preocupação com meu sustento e portanto nenhuma preocupação, fosse qual fosse; não exigiste gratidão em troca disso, tu conheces “a gratidão de teus filhos”, mas pelo menos um pouco de boa vontade, algum sinal de simpatia; em vez disso eu sempre me encafuei de ti em meu quarto, com meus livros, com amigos malucos, com idéias extravagantes; falar de maneira aberta contigo eu jamais falei, no templo jamais fui ao teu encontro, em Franzensbad jamais te visitei e aliás jamais tive senso de família, não me importei com o negócio nem com teus demais assuntos, a fábrica eu joguei às tuas costas e depois te abandonei, apoiei Ottla em sua teimosia e, enquanto não movo um dedo por tua causa (nem sequer uma entrada de teatro eu trago a ti), faço tudo por estranhos. Se resumires teu veredicto a meu respeito, te darás conta de que não me acusas de nada indecoroso ou mau, é verdade (excetuado talvez meu último propósito de casamento), mas sim de frieza, estranheza, ingratidão. E tu me acusas de tal modo, como se fosse culpa minha, como se eu pudesse, com uma guinada no volante, por exemplo, conduzir tudo para outra direção, ao passo que tu não tens a menor culpa a não ser talvez pelo fato de ter sido demasiado bom para comigo.
Essa tua maneira usual de ver as coisas eu só considero certa na medida em que mesmo eu acredito que não tenhas a menor culpa em nosso alheamento. Mas também eu não tenho a menor culpa. Se eu pudesse te levar a reconhecê-lo, então seria possível, não uma nova vida – que para isso estamos ambos velhos demais -, mas uma espécie de paz, não a cessação, mas pelo menos um abrandamento das tuas intermináveis acusações.
Curiosamente tu tens alguma noção a respeito daquilo que estou querendo dizer. Assim, por exemplo, disseste há algum tempo: “Eu sempre gostei de ti, mesmo que na aparência eu não tenha te tratado como outros pais costumam tratar seus filhos, justamente porque não sei fingir como eles”. Ora, pai, no que diz respeito a mim, jamais cheguei a duvidar de tua bondade para comigo, mas considero esta observação incorreta. Tu não consegues fingir, é verdade, mas afirmar, apenas por esse motivo, que os outros pais fingem é ou pura mania de mostrar razão a fim de acabar com a discussão ou – e é isso que de fato acontece, na minha opinião – a expressão disfarçada de que as coisas entre nós não estão em ordem e de que tu ajudaste a provocá-las, mas sem culpa. Se de fato pensas assim, então estamos de acordo.
Naturalmente, não quero dizer que me tornei o que sou apenas através da tua ascendência. Isso seria por demais exagerado (e eu até me inclino a esse exagero). É bem possível que eu, mesmo se tivesse crescido totalmente livre da tua influência, não pudesse me tornar um ser humano na medida em que o teu coração o desejava. É provável que mesmo assim eu me tornasse um homem débil, amedrontado, hesitante, inquieto, nem um Robert Kafka nem um Karl Hermann, mas de todo diferente do que hoje sou, e nós poderíamos suportar um ao outro de forma maravilhosa. Eu teria sido feliz em ter a ti como amigo, como chefe, como tio, como avô, até mesmo (embora já mais hesitante) como sogro. Mas justamente como pai tu foste demasiado forte para mim, sobretudo porque meus irmãos morreram ainda pequenos, minhas irmãs só vieram muito depois e eu tive, portanto, de suportar por inteiro e sozinho o primeiro golpe, e para isso eu era fraco demais. (…)
Franz Kafka – Carta ao Pai – Ed. L&PM
ArteterapiaQue aqueles de nós que não pudemos contar com um pai efetivo sejamos consolados, porque a arte é consolo, é cura e abertura. Que no seu caminho de autopaternidade você possa ser pleno e que a arte ajude a tornar menos duro o fardo da ausência de qualquer Pai. Com as bençãos do Rei de Paus, que a coragem seja encontrada na arte e na vida. |
Livros
A Estrada – Cormac McCarthy – Tradução de Adriana Lisboa. Esse livro é sensacional. Eu gostei demais, acho uma belíssima história sobre pai e filho, sobre o que significa cuidar, desbravar caminho para um filho num mundo desolado. É muito bonita a metáfora para nossa condição e é mais atual agora nesse cenário meio apocalíptico que estamos vendo.
Num futuro não muito distante, o planeta encontra-se totalmente devastado. As cidades foram transformadas em ruínas e pó, as florestas se transformaram em cinzas, os céus ficaram turvos com a fuligem e os mares se tornaram estéreis. Os poucos sobreviventes vagam em bandos. Um homem e seu filho não possuem praticamente nada. Apenas uns cobertores puídos, um carrinho de compras com poucos alimentos e um revólver com algumas balas, para se defender de grupos de assassinos. Estão em farrapos e com os rostos cobertos por panos para se proteger da fuligem que preenche o ar e recobre a paisagem. Eles buscam a salvação e tentam fugir do frio, sem saber, no entanto, o que encontrarão no final da viagem. Essa jornada é a única coisa que pode mantê-los unidos, que pode lhes dar um pouco de força para continuar a sobreviver. A Estrada representa uma mudança surpreendente na ficção de Cormac McCarthy e talvez seja sua obra-prima. Mais que um relato apocalíptico, é uma comovente história sobre amadurecimento, esperança e sobre as profundas relações entre um pai e seu filho.
Um livro que ainda não li, mas que quero ler.
Meu Pai Voava – Tânia Ganho. Continuando a tradição de livros que eu quero ler, esse livro, que nem saiu no Brasil, mas que pode ser adquirido em e-book. Li as primeiras páginas e já me cativou.
A consciência do fim é algo que, por muito que achemos que estamos preparados para a enfrentar, a nossa condição de humanos não nos deixa nunca encarar de ânimo leve. Depois do fim, o luto é um lugar a que chegamos sem contar. Há uma verdade muito íntima com que Tânia Ganho nos fala do período de luto pela morte do seu pai. Ninguém nos diz que vai ser assim, e por isso a ideia de que cada processo de luto é inigualável. A autora vai-nos contando cenas da sua vida ao lado de um pai muito presente, e a mácula que deixa essa ausência. Embora idoso e já num processo demencial avançado, a verdade é que nada disso interessa perante a ideia do desaparecimento, sempre súbito, sempre abrindo portas a uma divisão da casa que não conhecíamos. O livro, que se lê como uma respiração profunda, mostra-nos momentos de grande comoção e outros que conseguem ser divertidos, quando nos conta alguns aspetos do feitio do seu pai. No fim, a filha, a “menina do papá”, um retrato de uma beleza incrível sobre um momento triste, o tempo mais triste de todos.
Um belíssimo livro nacional
Caderno de Um ausente – João Anzanello Carrascoza – Eu gostei demais desse livro. É um livro curto, muito bonito de se ler, que me deixou pensativa durante semanas. Carrascoza escreve muito bem, eu adoro tudo que li dele, mas talvez este seja o meu preferido.
Como o título traz, o narrador desta história, um homem de cinquenta e tantos anos, escreve em um caderno anotações de vida para sua filha recém-nascida, Beatriz. Temeroso de que não acompanhará a maturidade da filha, uma vez que a diferença de idade é muito grande, o homem se põe a narrar a história da família entremeando com impressões filosóficas e poéticas sobre a trajetória de uma vida. A intenção do pai, porém, não é mostrar uma verdade, mas sim a delicadeza — “e eu só sei, Bia, que, em breve, não estaremos mais aqui, e, enquanto estivermos, eu quero, humildemente, te ensinar umas artes que aprendi, colher a miudeza de cada instante, como se colhe o arroz nos campos, cozinhá-la em fogo brando, e, depois, fazer com ela um banquete”. Mas mesmo essas palavras, que compõem pequenos trechos escritos ao longo do primeiro ano de vida da criança, não são suficientes para satisfazer o pai — “eu ia te contar o segredo do universo como quem sussurra uma canção de ninar, mas eu não posso, filha, eu só posso te garantir, agora que chegaste, a certeza da despedida”. No texto deste “caderno”, o leitor pode acompanhar também a inquietação do pai, ao longo de um ano, pela saúde da mãe de Bia, que vive doente e requer cuidados tanto quanto a criança. O leitor irá reparar que o texto diagramado apresenta espaços em branco — além de expressarem os vazios que a ausência já ocupa, são hesitações deste pai ao tentar escrever a educação sentimental para a filha.
Quadrinho
Fun Home – Alison Bechdel – Tradução de André Conti. Ah, essa HQ. Tocante, diferente, bem humorada e ao mesmo tempo, triste. Um retrato da marca que um pai deixa numa filha. Uma reflexão comovente sobre sexualidade, morte, relações familiares. Soa clichê, mas é realmente sobre isso tudo e é realmente uma história em quadrinhos muito boa. Com a elegância da escrita de Alison Bechdel, com sua profundidade e visão e traço bonito. Vale a pena demais a leitura e tem toda razão de estar sempre entre os melhores livros que falam de paternidade.
Fun Home é um marco dos quadrinhos e das narrativas autobiográficas, além de uma obra-prima sobre sexualidade, relações familiares e literatura. Um labirinto da memória trazido à tona com graça, humor e a força das maiores realizações artísticas. Pouco depois de revelar à família que é lésbica, Alison Bechdel recebe a notícia de que seu pai morreu em circunstâncias que poderiam indicar um suicídio. Nesta aclamada autobiografa em quadrinhos, ela explora a difícil, dolorosa e comovente relação com o pai. A autora retraça também os próprios passos, da criança que cresceu entre os cadáveres da funerária da família à jovem que se encontrou nos livros e na arte. Num trabalho imensamente poderoso e sutil, Bechdel trilha o caminho de sua vida em busca de um pai tão enigmático quanto incontornável.
Filme
(uma capa horrível para um filme maravilhoso)
Pai Patrão – Paolo e Vittorio Taviani – 1977. Nossa, nunca mais vou esquecer o impacto que esse filme teve em mim. É uma mostra tão perfeita e dolorosa do que ainda podem ser as relações entre pais e filhos… Talvez ele machuque as sensibilidades dos anos 20, mas eu ainda vou defendê-lo, pois ele é arte pura e não é papel da arte, nos deixar confortáveis. A arte também tem que nos deixar sem ar, nos deslocar do nosso eixo, nos perturbar. E esse filme faz isso bem, talvez faça melhor ainda hoje do que nos anos 70. E nos faz refletir por muito tempo sobre as relações de autoridade e as relações pais e filhos. e sobre a vida, a existência e tudo o mais…
Pai Patrão é um dos filmes mais aclamados dos anos 70, obra-prima dos irmãos Taviani. Adaptação do relato autobiográfico de Gavino Ledda, mostra a trajetória de um menino que é obrigado pelo pai a abandonar os estudos para trabalhar no campo, cuidando de ovelhas na Sardenha, sul da Itália. Todas as suas tentativas de mudar de vida são frustradas pela ignorância e pela violência do patriarca. Com o tempo, Gavino descobre que sua única saída é estudar. Ter a arma que seu pai não possui: a cultura.
Festival de Cannes – Palma de Ouro e Prêmio da Crítica – Melhor Filme e Festival de Berlim – Vencedor do Interfilm Grand Prix – Melhor Filme.
Filme
Capitão Fantástico – Matt Ross – 2016. Coloco este filme aqui porque se O Labirinto do Fauno é meu filme materno, esse é o meu filme paterno. Esse filme, controverso, que muita gente interessante não gosta, é um dos meus filmes queridos, que me faz sorrir só de pensar nele. É um filme no qual meu coração se alegra e se refugia, Adorei, adoro e acho que além de uma linda história, é uma bela reflexão, principalmente para quem tem um pouco de alma hippie. Adoro esse pai do filme, embora ele possa ser deplorável às vezes, como todos nós.
Capitão Fantástico é um filme de 2016 cuja história gira em torno de Ben, interpretado por Viggo Mortensen, um pai que decidiu criar seus seis filhos longe da civilização, em meio às florestas do noroeste do Pacífico.É sobre um pai não convencional, que cria seus seis filhos nas florestas do Noroeste do Pacífico, isolados da sociedade. Quando é forçado a tirar sua família do isolamento e ir para o mundo real, ele entra em confronto com seu sogro que quer que os netos tenham uma vida normal. Agora Ben começa a questionar se seus métodos são os melhores para sua família. A trama se desenrola quando a família precisa deixar sua vida isolada e enfrentar o mundo real devido a uma tragédia familiar. A partir desse momento, somos levados a questionar se o estilo de vida adotado por Ben é realmente o melhor para seus filhos. A obra nos faz refletir sobre o equilíbrio entre a liberdade e a responsabilidade, sobre como encontrar um meio termo entre viver em harmonia com a natureza e se encaixar na sociedade. Além disso, o filme também aborda temas como a perda, o luto e a busca pela felicidade, mostrando como cada membro da família lida de forma diferente com essas questões.
Dois pais, duas séries
Ned Stark – Game of Thrones – Um ótimo exemplo de Rei de Paus, alguém que abriu caminho e deixou um legado, dando espinha dorsal para os filhos. O Rei de Paus é aquele que estrutura os súditos, os filhos. É aquele que segura o reino pelo chifre para que os filhos tenham sua vez em paz. É claro que ele nem sempre consegue, mas sua missão é tentar, com coragem, nobreza e honradez.
Jack, This Is Us – O pai quase perfeito, o pai ideal, que todos mereciam, e que talvez por ser tão próximo do ideal (a não ser porque era um estadunidense branco 😂) não viveu tanto. Mas é outro exemplo de pai que deu espinha dorsal e estrutura para os filhos.
♫ Playlist
Velha infância – Tribalistas
Pai – Fabio Jr.
Naquela Mesa – Nelson Gonçalves
Coisa de Preto – Martinho da Vila
Brucia La Terra – The Godfather 3
Coisinha do pai – Beth Carvalho
Como nossos pais – Elis Regina
Quem sabe isso quer dizer amor – Milton Nascimento
Father and son – Cat Stevens
Where do the children play – Cat Stevens
O Divã – Roberto Carlos
Meu querido, meu velho, meu amigo – Roberto Carlos
Muito Orgulho, Meu Pai – Gabriel o Pensador
Sina – Djavan
Casa de Bamba – Martinho da Vila
Pai e Mãe – Gilberto Gil
Espelho – João Nogueira e Paulo César Pinheiro
Pedro, Meu Filho… – Vinicius de Moraes
Meu pai – Renato Braz
Todo menino é um rei – Renato Braz
Esse post é para os pais da minha vida. Akio e Sr. Waldemiro.
Cuidadoso, o pai ♣️ Lena Jesus Ponte |
Post com a colaboração de @laismeralda, que é a melhor cartomante do pedaço, marque sua consulta com ela.
Se você leu até aqui, obrigada! Esse é o meu almanaque particular. Um pedaço do meu diário, da minha arca da velha, um registro de pequenas efemérides, de coisas que quero guardar, do tempo, do vento, do céu e do cheiro da chuva. Os Vestígios do Dia, meus dias. Aqui só tem referências, pois é disso que sou feita.
© Nalua – Caderninho pessoal, bauzinho de trapos coloridos, nos morros de Minas Gerais. E esse inverno infernal? |
11 de agosto é o 223.º dia do ano no calendário gregoriano (224.º em anos bissextos). Faltam 142 dias para acabar o ano.