Mês: outubro 2024

eu durmo no chão

Cataguases, 20 de Outubro de 2024

☔21º-24º


20 de Outubro é Dia Nacional do Poeta e Dia Nacional da Filantropia. Neste dia em 1854 nasceu Arthur Rimbaud. Em 1882 Béla Lugosi, em 1946 Elfriede Jelinek, em 1952 Eliane Giardini, em 1953 Maria Zilda Bethlem, em 1958 Viggo Mortensen e em 1964 Kamala Harris 🍀. Em 2015 morreu Yoná Magalhães.


“O prazer é abrir as mãos e deixar escorrer sem avareza o vazio-pleno que estava encarniçadamente prendendo.
E de súbito o sobressalto: ah, abri as mãos e o coração, e não estou perdendo nada!
E o susto: acorde, pois há o perigo do coração estar livre!
Até que se percebe que nesse espraiar-se está o prazer muito perigoso do ser.
Mas vem uma segurança estranha: sempre ter-se-á o que gastar.
Não ter pois avareza com esse vazio-pleno: gastá-lo”.

Clarice Lispector



Em 20 de outubro de 1942 escreveu Miguel Torga em seu diário:

Coimbra, 20 de Outubro de 1942 – Isto da minha falta de saúde aperta, e é pena. Já agora gostava de ver o fundo ao saco. Sempre queria assistir ao final deste esbracejar do mundo, e verificar se da noite de angústia em que vivemos sai na verdade a esperada flor de lótus duma cultura adulta, ou acaba tudo na desilusão dum parto monstruoso. No primeiro caso, a coisa era tão bela que me recompensava das mil deceções que tenho tido; no segundo, que Deus arrede, salvava-se pelo menos a originalidade do fenómeno. Até aqui as civilizações caíram de esgotamento; pois estaríamos diante da primeira exceção. Em vez de homens gastos, antropopitecos. O fim seria o princípio. Dum Einstein, dum Unamuno, dum Gide, dum Pavlov, sairiam suas excelências Orangotango pai, Orangotango filho, Orangotango espírito santo.

Miguel Torga – Diário II – Editora Coimbra


Muito, pouco, ou muito pouco

O que amar o dinheiro nunca se fartará de dinheiro; e quem amar a abundância nunca se fartará da renda; também isso é vaidade.

Eclesiastes 5:10

Domingo com o Quatro de Ouros. Que belo conselho vem nos dar essa carta. É o Avarento, e ele espalha rodinhas. O avarento tem um cheiro característico, um cheiro de miséria e de ranço. Que é justamente o que ele rechaça. O Avarento teme a miséria. Teme a falta, teme o vazio. E vive nele. Não é tão difícil de perceber. Avareza, um dos pecados capitais, é sobre ela que vem falar esse arcano miserento.

Na carta clássica, com desenho de Pamela Colman Smith, vemos uma pessoa agarrada a uma moeda, alguém que parece apegado a uma moeda de ouro. Esse apego é importante na carta, mas não está sozinho. O que vemos aqui não é somente apego a algo. É um apego avarento, um apego mesquinho. É dessa faceta do Quatro de Ouros que queremos extrair uma lição hoje. O Livro do Tarô fala, como já dissemos várias vezes, das coisas da vida, das coisas cotidianas e também das extraordinárias. Mas em geral com um senso próprio, que não é religioso, nem psicanalítico, nem filosófico, é um senso mundano, responde a questões imediatas, que estão nos atingindo no momento. É com esse espírito que temos que pensar hoje na avareza e mesquinhez do Quatro de Moedinhas. Pensar em nossa própria avareza e mesquinhez.

Um dia desses eu vi o seguinte segredo no site post secret: alguém comprou um cartão de feliz aniversário para a avó da namorada e a tal avó morreu uns dias antes de fazer anos, e portanto o cartão não foi enviado. A pessoa escreve que é para a gente não esperar e mandar sempre os cartões antes. Esse arcano é sobre isso, sobre algo tão simples. E que pode ser tão complicado.

É sobre o que guardamos para nós, com esse medo desesperado da perda, da falta e do vazio. Com qual sentimento você anda sendo assim tão mesquinho, tão avarento? O que você acumula tanto, mas tanto que sempre falta na sua vida? Avareza é um dos sete pecados capitais. E o que temos nós com isso, que não somos cristãos? Pecado é como chamou a cristandade a essa ética. Mas ela opera desde… Caim? (risos)Ensina o dito popular:

Do faminto avarento o mundo ri, pois nada do que junta é para si

Avareza é uma ética sim, e uma ética que, segundo alguns pensadores, norteia todo capitalismo, e portanto norteia e dirige nossa vida. Vivemos sob o signo da avareza, e avareza é um afeto capitalista. Não vamos nos alongar nisso, mas a lógica da falta, da acumulação e do lucro estão imbricadas com a avareza e são partes moventes do sistema que nos envolve e governa a todos. Mas aqui não é isso que nos importa.

Na nossa semana, é outro aspecto da avareza que vai nos assombrar. É o aspecto emocional. Se ao avarento falta amor, o que falta para nós, que estamos agarrando sabe-se lá o que? O que você não quer soltar, o que você regula, o que você nega, qual amor você não dá para o seu semelhante? Onde você precisa colocar muito mais generosidade? Todos nós somos avaros com alguma coisa, e o Quatro de Moedas apareceu para nos ajudar com esse apego mesquinho. Sejamos generosos. Com nosso afeto, com nosso tempo, com nossas palavras, nossas posses.

O mundo vai acabar, nem que seja no espaço de sua vida. E essa vida é tão curta para viver nessa lógica da falta, do apego, da mesquinharia. É isso, preste atenção nestes dias quando a avareza aparecer. E de preferência, jogue ela por algum ralo. A generosidade alonga e melhora a vida.

Boa semana queridos Patinhas.

Quatro de Ouro

O quatro de ouro é uma carta do tarô que está associada ao tema da avareza. Esta carta representa a energia de segurar, acumular e proteger recursos materiais, como dinheiro, bens materiais e até mesmo conhecimento. Quando esta carta aparece em uma leitura de tarô, ela pode indicar uma mentalidade de avareza, ganância ou apego excessivo aos bens materiais. A avareza é um tema que tem sido explorado ao longo da história da humanidade, sendo frequentemente retratada como uma característica negativa. Na literatura, na religião e na filosofia, a avareza é frequentemente associada a comportamentos egoístas, falta de generosidade e apego excessivo aos bens materiais. A carta do tarô quatro de ouro reflete essa ideia, mostrando uma figura segurando firmemente quatro moedas, com uma expressão de apego e proteção. Essa carta pode servir como um lembrete para avaliar nossas atitudes em relação aos recursos materiais. Pode nos alertar para os perigos de nos tornarmos excessivamente apegados. Além disso, o quatro de ouro também pode nos desafiar a examinar nossas motivações por trás do desejo de acumular riquezas. Será que estamos buscando segurança e estabilidade, ou estamos agindo por medo da escassez? Por outro lado, o quatro de ouro também pode nos alertar para os perigos de ser excessivamente generoso ou descuidado com nossos recursos. Ele pode nos lembrar da importância de cuidar bem do que temos e de não nos deixarmos levar pela impulsividade ou pela pressão externa para gastar além de nossos meios.

Avareza

Diz o texto sagrado que o Espírito levou Jesus ao deserto para ser testado pelo Demônio. Essa é a missão dos Demônios: são ministros de Deus encarregados de testar os materiais de que a alma é feita.
A tentação, que é a ferramenta dos demônios para o cumprimento de sua missão, só acontece no lugar onde mora o desejo. O santo que resiste à tentação está confessando: “Em mim mora esse desejo, que me tenta”. Ninguém é tentado a comer tijolos. Porque ninguém deseja comer tijolos. É preciso que haja o desejo para que a tentação aconteça.
No deserto, o Demônio começou seu teste pelo desejo mais inocente, mais natural. Jesus estava com fome, depois de jejuar por 40 dias. Queria comer. Com certeza estava tendo visões de pães. O Demônio sugere:
_ “Um pequeno milagre vai resolver tudo. Você tem poder. É só falar e as pedras se transformarão em pães.”
Que Deus bom esse, à nossa disposição para atender aos nossos desejos. Mas o Deus de Jesus não era assim. Ele não pode ser invocado para nos livrar dos apertos.
_ “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus …”, Jesus respondeu.
O Demônio percebeu que aquele não era o lugar. Mudou-se para o lugar onde moram desejos mais sutis. Os piores pecados não são os da carne; são os do espírito.
_ “Imagine-se na torre do templo. Lá embaixo a multidão gritando: ‘Pula! Pula!’. Aí você pula. Mas então o inesperado acontece: os anjos vêm e o carregam pelos ares! Será o triunfo, a consagração! Todos acreditarão em você e o seguirão!” Jesus responde que não se deve testar Deus para a realização dos nossos desejos.
Aí o Demônio lança mão do mais profundo desejo que existe na alma humana: o poder! Leva Jesus a um alto monte e lhe mostra todos os reinos do mundo e suas riquezas e lhe diz:
_ “Tudo isso lhe darei se prostrado me adorares!”
Quem tem dinheiro tem todas as coisas. O dinheiro é o deus do mundo. O Vinícius inicia o seu poema “O Operário em Construção” citando esse texto do evangelho. O operário, no alto do monte, tentado pelas riquezas! Porque o fascínio pelo dinheiro não mora apenas no coração dos ricos. Mora também no coração dos pobres.
Esqueça as imagens corriqueiras do avarento como aquele que guarda e junta dinheiro. Esse avarento é um coitado. Faz mal a pouca gente. Ele é o maior prejudicado. De sua companhia todos fogem. Ele é ridículo. Avareza não é isso. É uma qualidade espiritual. Avareza é uma doença dos olhos. Bernardo soares disse que não vemos o que vemos, e sim o que somos. O avarento não vê as coisas; eles vê o que elas valem como dinheiro – a casa, o carro, o filho. E não pense que isso é coisa só de rico… Os pobres avarentos também veem as pessoas em função do dinheiro que dela se pode extrair.
Todos os seus sentidos estéticos e éticos foram destruídos. Beleza, ternura, amor, honestidade, justiça – essas coisas não entram na sua contabilidade.
Por que o avarento se entrega ao amor ao dinheiro? Porque ele sabe que o dinheiro é um deus que tem poderes para operar as mais fantásticas transformações. Marx era bom teólogo; ele sabia que dinheiro é um deus dinheiro que opera os mais extraordinários milagres. Vejam os comentários de Goethe e Shakespeare que ele transcreveu em seus Manuscritos econômicos-filosóficos de 1844.
“Eu sou feio, mas posso comprar a mulher mais bonita para mim mesmo. Consequentemente eu não sou feio, porque o efeito da feiura, o seu poder para repelir, é anulado pelo dinheiro. Como individuo sou um aleijado, mas o dinheiro me dá vinte e quatro pernas. Portanto eu não sou aleijado. Eu sou um homem detestável, sem honra, sem escrúpulos e estúpido, mas o dinheiro é objeto de admiração universal e, portanto eu, que tenho dinheiro, sou admirado. Sou curto de inteligência, mas desde que o dinheiro é o espírito de todas as coisas, como poderia aquele que o possui não ser inteligente? Eu, que pelo poder do dinheiro posso possuir tudo aquilo que o coração humano deseja, não serei também possuidor de todas as virtudes humanas.”
[..]
Quem é movido pela avareza não tem olhos nem coração para sentir o sofrimento dos outros, porque estes lhe são apenas um valor econômico. A avareza tira a capacidade de compaixão. E, com isso, nossa condição de seres humanos.

Atribuído a Rubem Alves, mas não encontrei a origem.

Olhai os Lírios do Campo

Avareza também rende boa arte.

Livro

A Pérola – John Steinbeck. Deve ser um dos livros mais lembrados quando se pensa em avareza. Uma fábula linda sobre as consequências da ganaância e da avareza. Livro curto, marcante, como costumam ser os livros do Steimbeck. Me impactou demais essa história aparentemente simples. Aliás, é uma história simples, e ao mesmo tempo não é. Dá pra ler de uma vez. Steinbeck é mestre demais.


Um casal de pescadores descobre uma pérola perfeita. valiosa e brilhante. que desperta neles e nas pessoas que vivem em um povoado no litoral do México sentimentos e desejos hostis. Há metáforas bíblicas nessa história emocionante de Steinbeck. que flui como uma parábola ao estilo de “quem tudo quer nada tem”. Uma narrativa que enfoca os anseios comuns de imigrantes e trabalhadores: a esperança por uma vida melhor. O herói descrito com maestria pelo norte-americano John Steinbeck é o índio Kino. homem comum. e sua jornada é a clássica jornada do herói em busca de sorte. Há nesta aventura bem contada crescente emoção. uma das melhores escritas até hoje.


Filme


Sangue Negro – Paul Thomas Anderson – 2007. Um dos melhores filmes que eu já vi. Virou referência de pensamento, é espetacular. História atuação, filme, é tudo sensacional. E fala diretamente ao nosso tema da semana. As consequencia s da avareza. Mas não tem economia de beleza nem de arte, é um filmaço.


 Sangue Negro (There Will Be Blood)é um filme norte-americano, do gênero drama, dirigido e escrito por Paul Thomas Anderson, baseado no romance Oil!, de Upton Sinclair. A trilha sonora do filme foi composta pelo músico Jonny Greenwood, da banda Radiohead, e a fotografia é de Robert Elswit, que trabalhou com Paul Thomas Anderson em Magnolia, Boogie Nights e Punch-Drunk Love. No início do século XX, na fronteira da Califórnia, Daniel Plainview (Daniel Day-Lewis) é um mineiro derrotado que ocupa seu tempo cuidando do filho. Um dia ele fica sabendo que no vilarejo de Little Boston o petróleo jorra do solo, e decide partir para lá. Daniel e seu filho se arriscam e logo encontram um poço de petróleo, que lhes traz riqueza mas também muitos conflitos.


Mais um filme 

Feios, sujos e Malvados – Ettore Scola – 1976. Acabei de ver esse filme, para esse post. Muito interessante, tem tudo a ver com a carta da semana. Em 2024 é um filme desconcertante e que jamais seria feito. Mas é provocação pura, e mesmo sem apreciar tudo, mesmo com o sobressalto e alguma discordância, é um filme de um tempo em que não era necessário nem mimar nem tratar o espectador como idiota. Bons tempos. Assistam


Giacinto (Nino Manfredi) mora com a esposa, os dez filhos e vários parentes num barraco de uma favela de Roma. Todos querem roubar o dinheiro que ele ganhou do seguro, por ter perdido um olho quando trabalhava. A situação fica ainda pior quando ele decide levar uma amante para dentro de casa. Vencedor do Prêmio de Melhor Direção no Festival de Cannes.


Série

Succession -Andrij Parekh – Jesse Armstrong – 2018-2023. Já indiquei essa série. Mas não dá pra falar de avareza e não pensar nela. O bom dela é que você tem um cardápio de bilionários escrotos pra odiar, a gente torce para o que quer que esteja contra eles. Avareza em estado bruto. E vou repetir aqui o que escrevi no outro post: É impossivel ser bilionário e ter uma gota de generosidade nas veias, ainda mais quando é tão claro o dano que eles estão causando ao mundo, como o planeta está sendo destruído por causa de bilionários. Que existam bilionários é indecente. E se você discorda procure saber a diferença de dinheiro que tem um milionário e um bilionário. E Succession mostra esse bando de parasitas feios, vazios e descolados da realidade fazendo coisas ridículas que os bilionários devem fazer. Enfim, uma classe pavorosa, nociva, que realmente não deveria existir. Mas a série é muito boa 🙂


Uma anti indicação

Uma série que eu detesto. Vi uns 2 ou 3 episódios só porque fui basicamente obrigada pela Laís :o) e sinceramente cruz credo. Não quero mais ver nenhum episódio pois é nojento. Mas é justamente sobre avareza, é seu tema principal. Muquiranas – Fábio Ock – 2024. Tem a estrangeira e a nacional, rs. Fique longe das duas :0)


A série acompanha 14 brasileiros que levam suas práticas de economia ao extremo, muitas vezes afetando suas vidas pessoais e relações. Produzida nacionalmente, a série revela os hábitos nada convencionais e as motivações destas pessoas, que desafiam a criatividade para maximizar suas economias. Entre as estratégias inusitadas estão a reutilização de água do banho para lavar roupas, o escambo de serviços por benefícios estéticos, a criação de ecossistemas que reaproveitam água da chuva, a fabricação própria de aparelhos de musculação e o aproveitamento de roupas de parentes falecidos. Ao documentar essas práticas extremas, Muquiranas Brasil expõe os costumes, rotinas e desafios enfrentados por essas pessoas, proporcionando um olhar único sobre a economia obsessiva. Inspirada no formato original lançado em 2012 pelo canal TLC, a série destaca a vida daqueles que vivem na contramão do desperdício comum na sociedade moderna.

Existe gente que, mesmo sem precisar, transforma a economia em obsessão, submetendo família e amigos a seus hábitos bizarros, como procurar comida e mobília no lixo, dividir pratos nos restaurantes e lavar roupa na água do banho. Serão eles visionários, engajados em minimizar o desperdício desnecessário ou serão simplesmente… sovinas?


Revista

Coordenado pela filósofa Marcia Tiburi, o dossiê Filosofia da avareza investiga os sentidos da avareza em campos diversos do saber, da religião à psicanálise, da filosofia à economia. Se na tradição cristã o egoísmo afasta a humanidade da virtude da comunhão, no pensamento social clássico o ter em excesso não obedece à simples paixão, mas, sim, ao cálculo e à lógica da acumulação de capital. O avarento ama o dinheiro – não por seu mero valor de transação, mas como fim em si mesmo. Ora tomado como objeto de desejo e fetiche, ora compreendido como fundamento do capitalismo, o acúmulo da riqueza impõe questões éticas, sociológicas e políticas.


Link

Cultura Inútil: Sobre a avareza e os avarentos


♫ Playlist

Pão Duro – Luiz Gonzaga
Lucro – Baiana System
Pra que dinheiro – Martinho da Vila
Money – Pink Floyd
Asi soy yo – Cuarteto de Nos
Money – Pink Floyd
Boca Aberta – Pitty
Dinheiro – Rita Lee
Não quero Dinheiro – Tim Maia
Material Girl – Madonna
Me dá um dinheiro aí – Moacir Franco
You Never Give Me Your Money – Beatles
O vendedor de bananas – Jorge Benjor
Pecado Capital – Paulinho da Viola
Esmola – Skank
Pobre Menina – Leno & Lílian
Eat the Rich – Aerosmith


“A quem não basta o pouco, nada basta”.

Epicuro

Post com a colaboração de @laismeralda, que é a melhor cartomante do pedaço, marque sua consulta com ela.


Se você leu até aqui, obrigada! Esse é o meu almanaque particular. Um pedaço do meu diário, da minha arca da velha, um registro de pequenas efemérides, de coisas que quero guardar, do tempo, do vento, do céu e do cheiro da chuva. Os Vestígios do Dia, meus dias. Aqui só tem referências, pois é disso que sou feita.

© Nalua – Caderninho pessoal, bauzinho de trapos coloridos, nos morros de Minas Gerais. Primavera e muita gente estranha.

20 de outubro é o 293.º dia do ano no calendário gregoriano (294.º em anos bissextos). Faltam 72 dias para acabar o ano.