não tem carranca, nem trator, nem alavanca

Belo Horizonte, 16 de junho de 2024.

☀️ 13°- 26°


Hoje é Bloomsday. Um dia depois do aniversário da Isa, o Sol ainda está em gêmeos, neste ano tão geminiano. A temperatura está amena, Gilead se aproxima com velocidade assustadora e pra onde é que vamos fugir? Hoje é aniversário de Joyce Carol Oates, Ivan Lins, Ariano Suassuna, Tupac Shakur e Gerônimo.


Uma pedra no meio do caminho
ou apenas um rastro, não importa.
Estes poetas são meus. De todo o orgulho,
de toda a precisão se incorporaram
ao fatal meu lado esquerdo. Furto a Vinícius
sua mais límpida elegia. Bebo em Murilo.
Que Neruda me dê sua gravata
chamejante. Me perco em Apollinaire. Adeus, Maiakovski.
São todos meus irmãos, não são jornais
nem deslizar de lancha entre camélias:
é toda a minha vida que joguei.

Estes poemas são meus. É minha terra
e é ainda mais do que ela. É qualquer homem
ao meio-dia em qualquer praça. É a lanterna
em qualquer estalagem, se ainda as há. 

♦️

Carlos Dummond de Andrade



Procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho mais excelente.
1 Coríntios 12:31


Em 16 de junho de 1986 escreveu Josué Montello em seu diário:

Embora eu soubesse que Jorge Luis Borges, gravemente enfermo, tinha decidido morar em Genebra, com intenção de que sua vida se fechasse na mesma cidade onde transcorrera uma parte de sua juventude, deixei de espantar-me ao ler nos jornais desta manhã que o grande escritor faleceu no último sábado, na cidade natal de Rousseau, como se a vida houvesse sido para ele, até o seu termo, um ato de vontade. Morrendo onde morreu Calvino.
Por alguns momentos fico a interrogar-me, repassando-lhe a obra vasta e surpreendente, se Borges, como personalidade humana, não obstante as limitações de sua cegueira, não terá sido mais importante do que essa obra, filha dileta de suas leituras e de suas meditações.
A cegueira tende a limitar o cego, isolando-o a um canto, com a escuridão e seus pensamentos. No caso de Borges, não foi assim. Em vez de prendê-lo a um canto, fê-lo andar, mover-se, mudar de cidade, escolher o lugar para morrer, como se os olhos ainda o guiassem, já inúteis para o gosto e a reflexão da leitura.
Que era Genebra para o mestre argentino? Ali vivera na adolescência, estudando no mesmo colégio em que estudou Calvino, frequentando a mesma igreja protestante onde vai ser velado. Ao que suponho, Borges não se limitou a comprar, na Velha Genebra, tão grata às suas emoções de juventude, a casa onde iria morar, na companhia de Maria Kodama, amiga, olhos e secretária também teria escolhido o cemitério do Plainpalais como chão eletivo, dentro da cidade antiga, entre velhas árvores na luz da primavera.
Sempre a vontade firme do escritor comandando-lhe os atos da vida: alongando essa vontade firme além da morte. Nunca tive qualquer contato pessoal com ele, não obstante as muitas vezes em que se cruzaram nossos caminhos. Sempre preferi, à sua figura humana, por mais singular que fosse e a obra em que ela sempre se projetou. Um livro de Borges era o próprio Borges, na singularidade de seu modo de ser e de existir.
A morte, no seu caso, não altera, assim, meu relacionamento com ele, senão na medida em que o silêncio da figura humana passa a corresponder ao silêncio dos livros que não poderá mais escrever. Poucos escritores, como homens, como seres vivos, como personalidades se transferiram de modo tão autêntico para o instantâneo da fotografia quanto Jorge Luis Borges. Mesmo os momentos mais fugazes, ou as fotografias mais sofisticadas, sempre tiveram o poder imediato de nos obrigar a olhar Borges, para reconhecer que, na sua pessoa, havia sempre um elemento próprio, que nos levaria à comunhão de seus livros.
Agora mesmo, sem ter qualquer retrato seu diante dos olhos, estou a
Ver Borges, com uma pálpebra levemente caída, a outra levantada, enquanto as mãos finas se cruzam sobre o cabo da bengala. Lembro-me de ter visto a fotografia de outro mestre, Perez Galdós, já cego, acompanhado por um grande cão que o levava pelas ruas de Madri. Mas não lhe vi na figura o traço forte da individualidade literária. Era um cego como os outros cegos, debaixo de seu boné.
Borges era diferente. Olhem de novo os seus retratos: tem uma expressão loquaz o seu rosto; não há indiferença pelo mundo, no seu semblante afirmativo. Pelo contrário: de seus retratos não se poderá dizer que só faltam falar. Eles falam, realmente, transmitindo-nos algo que os livros não disseram e que exprimem uma visão pessoal.
Borges, sem a luz dos olhos, reteve no semblante enérgico a claridade que os olhos lhe recusavam.

Josué Montello – Diário Completo Volume II. Ed. Nova Aguilar


A Quem Mais Tem, Mais Será Dado

A carta que vai reger esta semana é o Ás de Ouro. Esse arcano chega suave, como todos os ases. Ele traz consigo vários dons. No nível divinatório, ele fala de recompensas, de ganhos por esforços. Seremos recompensados com algum ganho advindo de algum trabalho que executamos, ou de algo que nos custou muito. Em geral essa carta tem um caráter de materialidade, então é mais provável que venhamos a lidar com algum ganho material por esforços empreendidos. Tomemos este presente nas mãos. As recompensas de que fala o Ás de Ouro em geral são recompensas mais cotidianas, mais miúdas, recompensas do cotidiano. Seremos pagos por alguma coisa, receberemos algum presente inesperado, mas nada tão grandioso. Ele também anuncia que estamos num período muito bom para iniciar algum projeto que tenha a possibilidade de nos trazer ganhos materiais. Além disso, também diz que é uma fase em que provavelmente termos sorte material, e que é um momento propício para tratar da saúde.
Mas em um nível reflexivo, o Ás de Ouro fala sobre talentos, e cobra de nós o uso dos dons que nos foram entregues. Ele nos leva a pensar sobre o que estamos fazendo com os talentos que trouxemos e desenvolvemos ao longo da vida.
Os talentos pessoais podem ser aqueles para os quais não temos uma explicação lógica, que seriam os que se chamavam “inatos” e também os adquiridos, que cultivamos e aprendemos.
Seja como for, os talentos, caso desejemos ter uma vida significativa, precisam ser cultivados, precisam da nossa atenção. Precisamos saber quais talentos não estamos usando e estamos deixando escorrer pelo ralo. Nunca é tarde para exercitar um talento, nunca, acreditem. Entretanto, os talentos não se criam sozinhos, precisamos de exercitá-los e mandá-los para o mundo. Também é preciso lembrar que não é suficiente somente ter talento. Já dizia James Baldwin:

“O talento é insignificante. Conheço muitos fracassados talentosos. Além do talento, contam também a disciplina, o amor, a sorte, mas, acima de tudo, a persistência.”

O sociólogo Max Weber também escreveu:

“As ideias nos chegam quando lhes apraz, e não quando queremos. As melhores ideias ocorrem realmente à nossa mente da forma que Ihering descreve: ao fumarmos um charuto no sofá; ou, como Helmholtz diz de si mesmo, com exatidão científica: quando caminhamos por uma rua que sobe lentamente; ou de qualquer outra forma semelhante. De qualquer modo, as ideias chegam quando não as esperamos, e não quando estamos pensando e procurando em nossa mesma de trabalho”

Daí podemos concluir que precisamos usar nossos dons. Já sabemos disso, não é nenhuma novidade, mas precisamos ser lembrados que somos seres de talentos, que nossos dons são um presente para nós mesmos, mas também são um presente para o universo. Vamos pensar em entregar nossos talentos para a coletividade, deixar esse mundo menos feio, jogar a beleza de nosso macarrão delicioso ou de nossa linda bolsa de patchwork para o mundo. Vamos usar nossa aptidão para aprender línguas e traduzir belos poemas ou ensinar alguém.
O Ás de Ouro não está nos falando de virtuoses, de genialidades. Está falando de talento para fazer bem alguma coisa. Não precisamos ser geniais para entregar beleza ao mundo. Vocês não acham que podemos tornar o mundo um pouco menos frio, árido e feio? Permaneçam talentosos, meus queridos. Boa semana.

P.S. Encerro com meu autor preferido, e essa frase, que coloquei na bio do meu WhatsApp:

“A beleza aqui é como se a gente a bebesse, em copo, taça, longos, preciosos goles servida por Deus. É de pensar que também há um direito à beleza, que dar beleza a quem tem fome de beleza é também um dever cristão.”

Ás de Ouro

A carta de tarô Ás de Ouros representa o início de algo novo e promissor, especialmente no que diz respeito a questões materiais e financeiras. Quando esta carta aparece em uma leitura, ela indica que existe a possibilidade de sucesso e prosperidade. O Ás de Ouros simboliza a semente de uma grande oportunidade, que se apresenta de forma clara e concreta. Está associada à estabilidade financeira, segurança e conquistas materiais. Ela também pode indicar a concretização de um projeto ou empreendimento, o início de um novo negócio ou a obtenção de recursos financeiros. Além disso, o Ás de Ouros também está relacionado à segurança e solidez. Representa a base sólida sobre a qual o consulente pode construir um projeto material e financeiro. Esta carta sugere que o consulente está no caminho certo para alcançar seus objetivos no plano material e que pode contar com uma base sólida para sustentar suas conquistas. No aspecto emocional, o Ás de Ouros pode indicar que o consulente está se sentindo seguro e confiante. Também pode sugerir que o consulente está pronto para investir em seu próprio bem-estar material e emocional, buscando segurança e estabilidade em suas relações afetivas. O Ás de Ouros é uma carta bastante positiva, que indica sucesso, prosperidade, estabilidade e segurança material. 

O Alento de Clarice

ESCREVER

Escrever para jornal não é tão impossível: é leve, tem que ser leve, e até mesmo superficial: o leitor, em relação a jornal, não tem nem vontade nem tempo de se aprofundar.
Mas escrever o que se tornará depois um livro exige às vezes mais força do que aparentemente se tem. Sobretudo quando se teve que inventar o próprio método de trabalho, como eu e muitos outros. Quando conscientemente, aos 13 anos de idade, tomei posse da vontade de escrever – eu escrevia quando era criança, mas não tomara posse de um destino – quando tomei posse da vontade de escrever, vi-me de repente num vácuo. E nesse vácuo não havia quem pudesse me ajudar.
Eu tinha eu mesma que me erguer de um nada, tinha eu mesma que me entender, eu mesma inventar por assim dizer a minha verdade. Comecei, e nem sequer era pelo começo. Os papéis se juntavam um ao outro – o sentido se contradizia, o desespero de não poder era um obstáculo a mais para realmente não poder. A história interminável que então comecei a escrever (com muita influência de O lobo da estepe, Hermann Hesse), que pena eu não a ter conservado: rasguei, desprezando todo um esforço quase sobre-humano de aprendizagem, de autoconhecimento. E tudo era feito em tal segredo. Eu não contava a ninguém, vivia aquela dor sozinha. Uma coisa eu já adivinhava: era preciso tentar escrever sempre, não esperar por um momento melhor porque este simplesmente não vinha. Escrever sempre me foi difícil, embora tivesse partido do que se chama vocação. Vocação é diferente de talento. Pode-se ter vocação e não ter talento, isto é, pode-se ser chamado e não saber como ir.

Clarice Lispector – Todas as Crônicas – Ed. Rocco

As Parábolas e os Talentos

Se tem algo que ajuda a realizar os nossos talentos é a arte. Muita arte, sempre arte, todo dia arte. Talentos e privilégios. E se não ajudar nisso valeu à pena mesmo assim. E quase toda arte já diz de si: talento.

Livro

Leonardo da Vinci – Walter Isaacson. Falar de talentos e não lembrar de Leonardo da Vinci é impossível. Na verdade aqui vai a indicação muito mais de uma pessoa do que de um livro. O ser humano mais genial que já habitou a terra foi Leonardo, é preciso beber da genialidade dele para conseguir que nossos talentos tão parcos aflorem melhor. Eu não sei se essa biografia é boa, não sei explicar porque tenho algum pé atrás com ela. Mas é a mais famosa, então está aqui para lembrar do cara que foi Leonardo.


Com base em milhares de páginas dos impressionantes cadernos que Leonardo manteve ao longo de boa parte da vida e nas mais recentes descobertas sobre sua obra e sua trajetória, Walter Isaacson, biógrafo de Einstein e Steve Jobs, tece uma narrativa que conecta arte e ciência, revelando faces inéditas da história de Leonardo. Desfazendo-se da aura de super-humano muitas vezes atribuída ao artista, Isaacson mostra que a genialidade de Leonardo estava fundamentada em características bastante palpáveis, como a curiosidade, uma enorme capacidade de observação e uma imaginação tão fértil que flertava com a fantasia. Leonardo criou duas das mais famosas obras de arte de todos os tempos, A Última Ceia e Mona Lisa, mas se considerava apenas um homem da ciência e da tecnologia ― curiosamente, uma de suas maiores ambições era ser reconhecido como engenheiro militar. Com uma paixão que às vezes se tornava obsessiva, ele elaborou estudos inovadores de anatomia, fósseis, o voo dos pássaros, o coração, máquinas voadoras, botânica, geologia, hidráulica, armamentos e fortificações. A habilidade para entrelaçar humanidades e ciência, tornada icônica com o desenho do Homem vitruviano, fez dele o gênio mais criativo da história. Filho ilegítimo, à margem da educação formal, gay, vegetariano, canhoto, distraído e, por vezes, herético, o Leonardo desenhado nesta biografia é uma pessoa real, extraordinária pela pluralidade de interesses e pelo prazer que tinha em combiná-los.


O livro que estou lendo

Autobiografia – Rita Lee. Outra pessoa talentosa. Colocou seu talento no mundo e alegrou muitas vidas até a sua viagem de volta. Eu ainda não terminei, mas é muito interessante, para mim que não leio muita biografia, ver a história de uma personagem tão nossa, que ocupou a trilha sonora, literária, imagética da minha vida.  Que pessoa interessante e cheia de cor. Que pena não estar mais. O mundo ficando mais pobre. Por isso também, temos que colocar o talento na praça. Não tentem ser virtuoses, só não vamos deixar essa gente feia e má ocupar todos os espaços, por favor. Mais Rita, menos Lira.


“Do primeiro disco voador ao último porre, Rita é consistente. Corajosa. Sem culpa nenhuma. Tanto que, ao ler o livro, várias vezes temos a sensação de estar diante de uma bio não autorizada, tamanha a honestidade nas histórias. A infância e os primeiros passos na vida artística; sua prisão em 1976; o encontro de almas com Roberto de Carvalho; o nascimento dos filhos, das músicas e dos discos clássicos; os tropeços e as glórias.
Está tudo lá. E você pode ter certeza: essa é a obra mais pessoal que ela poderia entregar de presente para nós. Rita cuidou de tudo. Escreveu, escolheu as fotos e criou as legendas e até decidiu a ordem das imagens , fez a capa, pensou na contracapa, nas orelhas… Entregou o livro assim: prontinho. Sua essência está nessas páginas. E é exatamente desse modo que a Globo Livros coloca a autobiografia da nossa estrela maior no mercado.”


Filme

Como Água para Chocolate – Alfonso Arau – 1992. Baseado em livro homônimo de Laura Esquivel.  Um filme mexicano lindo, sobre uma moça pra lá de talentosa. Uma moça que tem um dom especial e inusitado. É a belíssima história de amor desta moça.  Filme bonito, daqueles que vi bem jovem e que formou meu caráter. Tem uma história muito boa de acompanhar e é um ótimo filme. Dá pra ver o que um talento é capaz de fazer numa família, numa aldeia, no mundo…


Dois jovens perdidamente apaixonados têm que se separar por decisão da mãe da moça. Entre cheiros e sabores da comida mexicana, o sofrimento acaba sendo enorme e prolongado. Como Água para Chocolate é um filme mexicano de 1992, do gênero drama, dirigido por Alfonso Arau. O roteiro foi escrito por Laura Esquivel, baseado no romance homônimo de sua autoria. Em 1994, a revista mexicana Somos incluiu Como água para chocolate na lista dos 100 melhores filmes do cinema mexicano.

Tita nasceu na cozinha da casa da família, enquanto sua mãe cortava cebolas. Logo em seguida, seu pai morreu de um ataque cardíaco ao ter sua paternidade questionada. Por essa razão, Tita tornou-se vítima de uma tradição local, que dizia que a filha mais nova não poderia casar para cuidar de sua mãe até a morte. Ao crescer, Tita se apaixona por Pedro Muzquiz, que corresponde ao sentimento e deseja se casar com ela, mas a mãe da moça proíbe o casamento, e sugere que ele se case com Rosaura, a irmã dois anos mais velha de Tita. O rapaz aceita, pois essa é a única maneira de se manter perto de Tita.


Série

Midnight Dinner – Joji Matsuoka – 2016. Para a logoterapia um dos pilares de uma existência significativa e satisfatória é o ato de doar algo ao mundo. Essa atitude é o que quis mostrar um pouco quando falei de desenvolvermos talentos e colocarmos a serviço do mundo. Isso é um tema que é mostrado de maneira tão delicada e tão linda e tão suspirante nesta série. Que delícia de série, que maravilha ver o Mestre. Ele é dono e cozinheiro do restaurante que só abre nas madrugadas de Tóquio é um personagem que entrega ao mundo seus maiores talentos, cozinhar, acolher e ouvir. E ele faz com maestria e mágica todas essas coisas. A série é um deleite, eu não canso de falar dela pra todo mundo, é um encanto. 


“Midnight Diner: Tokyo Stories” é uma série de televisão japonesa que ganhou popularidade internacional ao ser transmitida pela Netflix. A série é baseada no mangá “Shinya Shokudō” de Yarō Abe e foi adaptada para a televisão em 2009 no Japão e em 2016 pela Netflix. A trama se desenrola em um pequeno restaurante de Tóquio, que abre da meia-noite às sete da manhã, e é comandado por um misterioso chef conhecido como “Mestre”.Cada história é centrada em um prato específico, e os clientes do restaurante compartilham suas experiências de vida enquanto desfrutam de uma refeição tardia. O ambiente acolhedor do restaurante proporciona um espaço seguro para os personagens revelarem suas histórias pessoais, e o Mestre muitas vezes desempenha um papel crucial ao oferecer conselhos sábios e compreensão. Cada episódio apresenta um elenco diferente de personagens, o que permite explorar uma ampla gama de histórias emocionantes e comoventes. Além disso, a série oferece uma visão única da vida cotidiana em Tóquio, mostrando a diversidade cultural e as tradições culinárias da cidade. Um dos aspectos mais interessantes de “Midnight Diner: Tokyo Stories” é a maneira como a comida é usada como um fio condutor para conectar as histórias dos personagens. Cada prato tem um significado simbólico e emocional, e muitas vezes desencadeia memórias e emoções profundas nos clientes do restaurante.


Documentário

A Vida e Arte de Stanisław Szukalski – Irek Dobrowolski – 2018. “Eu coloco Rodin em um bolso e Michelangelo no outro e ando em direção ao sol”. Esse é um dos melhores documentários que já vi na vida. O melhor do ano, e um dos melhores de todos os tempos. Mostra a vida e o talento desse escultor polonês esquecido, mas tão peculiar, tão estranho que é impossível ficar indiferente diante da história dele. Eu fiquei completamente perturbada com esse documentário, minha cabeça explodiu, como se diz hoje em dia. A história é interessante demais e vale à pena ser conhecida. Fora que a arte do cara é simplesmente espetacular. Assistam, assistam. É uma tremenda história sobre o uso do talento. E sobre como a vida pode ser louca e fugir de qualquer roteiro.


Artistas em Los Angeles descobrem o trabalho do esquecido escultor polonês Stanislav Szukalski, um gênio louco com uma história mais louca ainda. O documentário “Struggle – A vida e a arte de Stanislaw Szukalski” é uma obra que mergulha na vida e na obra do artista polonês Stanislaw Szukalski, um dos mais controversos e enigmáticos artistas do século XX. Dirigido por Irek Dobrowolski e produzido por Leonardo DiCaprio, o filme apresenta uma visão abrangente da vida e da arte deste artista singular. Stanislaw Szukalski nasceu na Polônia em 1893 e desde cedo demonstrou um talento excepcional para as artes visuais. Ao longo de sua vida, ele desenvolveu um estilo único, influenciado por diversas correntes artísticas, como o expressionismo e o cubismo. Sua obra abrange uma variedade de temas, desde retratos e paisagens até esculturas monumentais, sempre marcadas por uma intensa carga emocional e um profundo senso de humanidade. No entanto, a vida de Szukalski foi marcada por uma série de tragédias e controvérsias. Durante a Segunda Guerra Mundial, ele foi forçado a deixar a Polônia e se refugiar nos Estados Unidos. O documentário “Struggle” mergulha profundamente nesse contexto, explorando não apenas a obra de Szukalski, mas também sua vida pessoal e as circunstâncias que moldaram sua visão de mundo.



♫ Playlist

A Violeira – Monica Salmaso
Cantar – Paulinho Pedra Azul
Mais uma vez – Legião Urbana
Tocando Em Frente – Almir Sater
Maria Maria – Milton Nascimento
Aquarela – Toquinho
Se liga aí – Gabriel O pensador
Express Yourself – Madonna
Meninos e Meninas – Legião Urbana
Tente outra vez – Raul Seixas
Eu Quero É Botar Meu Bloco Na Rua – Sérgio Sampaio
Amor Pra Recomeçar – Frejat
Quando O Sol Bater Na Janela Do Seu Quarto – Legião Urbana
O Sol Nascerá – Cartola
I Feel Good – James Brown
Um Homem Também Chora – Gonzaguinha
Bem Vindo – Luiza Caspary & Jair de Oliveira
Meu Mundo E Nada Mais – Guilherme Arantes
De volta ao começo – Gonzaguinha
Traumas – Roberto Carlos


Para o Bloomsday:

Mrs Dalloway – Virginia Woolf. Um dos melhores livros da história da literatura. Porque ela comprava as próprias flores. 


Link

Ariano Suassuna, aniversariamente do dia, que Deus o tenha em bom lugar, também pintava, e tinha bastante talento.

Talento é uma faca cega que não corta nada.

Stephen King

16 de junho é o 167.º dia do ano no calendário gregoriano (168.º em anos bissextos). Faltam 198 dias para acabar o ano.


Post com a colaboração de @laismeralda, que é a melhor cartomante do pedaço, marque sua consulta com ela.


Se você leu até aqui, obrigada! Esse é o meu almanaque particular. Um pedaço do meu diário, da minha arca da velha, um registro de pequenas efemérides, de coisas que quero guardar, do tempo, do vento, do céu e do cheiro da chuva. Os Vestígios do Dia, meus dias. Aqui só tem referências, pois é disso que sou feita.

© Nalua – Caderninho pessoal, bauzinho de trapos coloridos, nos morros de Minas Gerais. Outono, e o mundo tá caindo.