na sexta viajo pra veranear

Belo Horizonte, 17 de dezembro de 2023

🌤️ 20° – 31°


Dia Internacional de Combate à Violência contra Profissionais do Sexo. Dia de São Lázaro. Em 497 a.C. foi celebrado na Roma antiga o primeiro festival Saturnalia. Em 1531 o Papa Clemente VII publica uma bula papal que instaura a Inquisição em Portugal nas cidades de Évora, Lisboa e Coimbra, onde morava parte da minha família. 1790: A pedra do calendário asteca é descoberta em El Zócalo, na Cidade do México. Em 1819 Bolívar declara a independência da Colômbia. Em 1961 acontece a tragédia do do Gran Circus Norte-Americano, um incêndio criminoso ocorrido em  Niterói, que deixou 503 pessoas mortas e mais de 800 feridas. Em 1971 foi lançado o 7º filme de James Bond, Os Diamantes São Eternos. Em 1989 estreia o primeiro episódio de Os Simpsons. Em 1770 nasceu Beethoven. Em 1905 Érico Veríssimo, em 1956 Gilliard. Em 1987 morreu Marguerite Yourcenar, em 2011 partiu Cesária Évora e em 2022 nos deixou Nélida Piñon.

“Restaurarei o exausto e saciarei o enfraqueci­do“.
Jeremias 31:25


Depois das treze poderei sofrer:
antes, não.
Tenho os papéis, tenho os telefonemas,
tenho as obrigações, à hora-certa.

Depois irei almoçar vagamente
para sobreviver,
para aguentar o sofrimento.

Então, depois das treze, todos os deveres cumpridos,
disporei o material da dor
com a ordem necessária

para prestar atenção a cada elemento:
acomodarei no coração meus antigos punhais,
distribuirei minhas cotas de lágrimas.

Terminado esse compromisso,
voltarei ao trabalho habitual.

♦️

Cecília Meireles


Um dia depois de 17 de dezembro de 2019, escreveu Ricardo Lísias no seu diário catastrófico:

18 de dezembro (muito tarde)

O governo do mito anunciou nos últimos dois dias que pretende mutilar a reserva indígena Raposa Serra do Sol e o orçamento do Sistema S, que compõe entidades de capacitação profissional, de produção cultural e de espaços de lazer. Os motivos seriam a necessidade de extração de bens naturais nas terras dos índios e de economia por parte das empresas, no caso do Sesc, Sesi e Senai.

Muitos estudiosos já demonstraram que reacionários têm medo do desconhecido.11^1 Uma reserva indígena é sobretudo um local onde a gente não pode entrar a qualquer hora, a não ser que a invadamos. Depois, deveremos seguir regras diferentes das nossas. São lugares amplos, muitas vezes com natureza intocada, espécies preservadas e ausência de dispositivos poluentes – mais ou menos o que a gente se acostumou a chamar de civilização.

De um lado então, contempla-se o desejo da multidão de neofascistas conscientes que continua apoiando esse governo. Não pode haver mistério: uma reserva indígena é algo distante demais do mundo deles. Sem falar que essas pessoas precisam entrar agora em todas as festas de que se sentem excluídas. Do outro lado do fio está o poder financeiro, que será contemplado com o que conseguir retirar da terra dos índios. De novo, o governo criou algo que agrada a todos os espectros de seu público, sacrificando com isso uma minoria vilnerável.

O caso do Sesc é parecido. Estou esgotado. Continuo amanhã. Boa noite.

Ricardo Lísias – Diário da Catástrofe Brasileira II – A Pulsão de Morte No Poder. Ebook Amazon


Cavaleiro de Ouros

Em 17 de dezembro nos chega um cavaleiro cansado. O Cavaleiro de Ouros, que às vezes é também a Princesa de Ouro, que está mais cansada ainda que o Cavaleiro, pois em geral, sobra muito mais pra ela.

Ele está como todos nós, querendo muito descansar, dar uma pausa. Ele contempla à frente toda sua realização, ele está a caminho de casa, a caminho do castelo de seu amo. E leva presentes para alguém, afinal, é Natal. Mas o nosso cavaleiro está exausto, ele precisa parar antes de seguir. Por um momento ele duvida de si mesmo e pensa, será que vou conseguir continuar? Será que eu vou aguentar? Por um segundo parece que tudo que conseguiu e conquistou desvanece em vista do seu cansaço e que ele vai sucumbir.

O Cavaleiro de Ouros é o único dos cavaleiros do tarô que está parado. Ele é um ser extremamente responsável, cumpridor de seus deveres e sempre faz o que acha certo. Ele vai colher os louros do seu esforço, algum dia, mas ainda não, só mais um pouco de trabalhoMuitas vezes ele não sabe a hora de parar. Ele sempre, ou quase sempre, coloca o dever acima de seu bem-estar. O Cavaleiro de Ouro neste instante sofre de estafa, ou de burnout, para usar uma palavra mais moderna. E chega um momento, em 17 de dezembro, em que ele realmente precisa parar e respirar para conseguir chegar até ao final do ano. Ele trabalhou como um mouro, ele é o anti Bartleby, o anti Agostinho Carrara. O cavaleiro de Ouros é estável e consegue seus intentos, mas em dezembro até ele precisa parar para seu cavalo beber água.

 Muitas vezes o Cavaleiro de Pentáculos passa a vida e não percebe que deveria ter aproveitado mais. Ele trabalhou demais e os momentos passaram, parece que restou pouco. Ele é muito consciente de suas responsabilidades, ele é confiável. Mas agora, depois de não olhar para si, quase não adianta muito mais chorar. Essa face do Cavaleiro de Ouros me lembra um conselho que Carl Jung deu para um correspondente anônimo, já entrado em anos, e que se queixava desesperado de ter vivido mal a sua vida. Jung responde:

Prezado senhor,

Não é possível consertar com umas poucas palavras uma desastrada conduta de vida. Mas não existe buraco tão fundo do qual não possa sair, quando se emprega o esforço correto no lugar certo.

Quando se está no atoleiro como o senhor, não se tem mais o direito de se preocupar com a estupidez de sua própria psicologia, mas é preciso fazer com empenho e dedicação o que estiver ao alcance e merecer a estima dos outros. Na menor coisa que fizer desta forma, o senhor encontrará a si mesmo. O mesmo aconteceu com X. Também ele teve de fazer isso arduamente, e sempre nas coisas mais imediatas, mais insignificantes e mais penosas. Com especial consideração

(C.G. Jung)

Nós todos aqui já sabemos que não deveria ser assim. Que temos que saber viver, estamos interessados em arte, beleza; em magia, na natureza e na espera de uma vida com significado. Mas o Cavaleiro veio não foi à toa, vamos pensar se não estamos deixando as obrigações nos sufocarem. Será que não estamos colocando em suspenso a vida mais importante? As pausas são muito necessárias, respiremos. O conselho hoje é curto, é simples, nossas retinas estão tão fatigadas…

Mas, ao mesmo tempo, neste momento, a recomendação do Cavaleiro Dourado é que precisamos aguentar só mais um pouco; as férias, o recesso, a praia, o mato, o sofá com as séries está logo ali. O Natal e o Ano Bom estão perto, aguentemos. Mas não vamos esquecer que de qualquer modo, a pausa é necessária. É isso que ele vem nos falar, para respirar fundo, olhar o campo verde que plantamos, se plantamos, notar o que está além do campo e ainda vamos conquistar, pois o cavaleiro de Ouro em sua face positiva sempre alcança coisas boas. Se ele supera a estagnação, ou se sai de um modo obtuso de enxergar suas responsabilidades, ele alcança seu lar confortável. Ele nos diz para recuperarmos o fôlego e seguirmos caminho. Vamos aprumar o corpo em cima deste cavalo, respirar fundo e seguir agradecidos, pois cansaço também é vida, por mais paradoxal que pareça aqui. Algo de bom deve ter ali na frente. Afinal o espírito natalino deveria garantir algum alívio não é? Não vamos rir, as crianças estão na sala.

Aguentar não é garantia de nada, sabemos, mas Natal é tempo de ao menos simularmos alegria e esperança, quiçá até que elas se transformem em realidades.

Respirem fundo, e pé na tábua. O tempo é aos iluminados. Falta pouco.

(Para quê?)

Boa semana, tratem de ter esperança.

O Cavaleiro de Ouros é uma carta do tarô que representa a busca pela estabilidade e realização material. Ele é um símbolo de determinação, responsabilidade e comprometimento em fazer a coisa certa. Quando esta carta aparece em uma leitura, ela sugere a necessidade de agir com foco para alcançar os objetivos desejados. O Cavaleiro de Ouros é conhecido por sua abordagem prática e realista diante dos desafios. Ele nos lembra da importância de sermos persistentes em nossas empreitadas, buscando construir um alicerce sólido para o futuro. Esta carta nos encoraja a agir com responsabilidade. Fazer a coisa certa, de acordo com o Cavaleiro de Ouros, envolve tomar decisões ponderadas e conscientes, baseadas em princípios éticos. Ele nos lembra que, muitas vezes, o caminho mais longo e árduo é o mais gratificante, é o que nos permite construir algo duradouro e significativo. Portanto, ao enfrentar dilemas ou escolhas difíceis, o Cavaleiro de Ouros nos incentiva a seguir o caminho da ética e a sermos sempre muito compromissados.

O Cavaleiro de Ouros também nos encoraja a ser prudentes em nossas finanças, saúde e a buscar segurança e estabilidade em todas as áreas de nossa vida. Fazer a coisa certa, segundo esta carta, envolve também cuidar do corpo e do espírito, para um maior equilíbrio, o que é importante se precisamos sempre aguentar um pouco mais neste mundo atual. Em um contexto mais amplo, o Cavaleiro de Ouros também pode representar a necessidade de agir com responsabilidade em relação ao meio ambiente e aos recursos naturais.  Fazer o que precisa ser feito, de acordo com esta perspectiva, envolve também assumir um compromisso com a preservação do meio ambiente e a promoção de um mundo mais equilibrado e saudável para as gerações futuras. O Cavaleiro de Ouros nos convida a agir com responsabilidade em todas as áreas de nossa vida. Precisamos buscar estabilidade, segurança e realização material, ao mesmo tempo em que cuidamos do nosso bem-estar e do bem estar coletivo. Ao seguir os princípios do Cavaleiro de Ouros, podemos construir um futuro mais significativo para nós mesmos e para o mundo ao nosso redor.


Um texto que não espera ninguém e cansa todos nós

Há momentos em que tudo cansa, até o que nos repousaria. O que nos cansa porque nos cansa; o que nos repousaria porque a ideia de o obter nos cansa. Há abatimentos da alma abaixo de toda a angústia e de toda a dor; creio que os não conhecem senão os que se furtam às angústias e às dores humanas, e têm diplomacia consigo mesmos para se esquivar ao próprio tédio. Reduzindo-se, assim, a seres couraçados contra o mundo, não admira que, em certa altura da sua consciência de si-mesmos, lhes pese de repente o vulto inteiro da couraça, e a vida lhes seja uma angústia às avessas, uma dor perdida.

Estou em um desses momentos, e escrevo estas linhas como quem quer ao menos saber que vive. Todo o dia, até agora, trabalhei como um sonolento, fazendo contas por processos de sonho, escrevendo ao longo do meu torpor. Todo o dia me senti pesar a vida sobre os olhos e contra as têmporas — sono nos olhos, pressão para fora nas têmporas, consciência de tudo isto no estômago, náusea e desalento.

Viver parece-me um erro metafísico da matéria, um descuido da inacção. Nem olho o dia, para ver o que ele tem que me distraia de mim, e, escrevendo-o eu aqui em descrição, tape com palavras a chícara vazia do meu não me querer. Nem olho o dia, e ignoro com as costas dobradas se é sol ou falta de sol o que está lá fora na rua subjectivamente triste, na rua deserta onde está passando o som de gente. Ignoro tudo e dói-me o peito. Parei de trabalhar e não quero mexer-me daqui. Estou olhando para o mata-borrão branco sujo, que alastra, pregado aos cantos, por sobre a grande idade da secretária inclinada. Fito atentamente os rabiscos de absorção e distracção que estão borrados nele. Várias vezes a minha assinatura às avessas e ao invés. Alguns números aqui e ali, assim mesmo. Uns desenhos de nada, feitos pela minha desatenção. Olho a tudo isto como um aldeão de mata-borrões, com uma atenção de quem olha novidades, com todo o cérebro inerte por detrás dos centros cerebrais que promovem a visão.

Tenho mais sono íntimo do que cabe em mim. E não quero nada, não prefiro nada, não há nada a que fugir.

Livro do Desassossego por Bernardo Soares, semi heterônimo de Fernando Pessoa – Cia das Letras

Um urubu pintado de verde

Só a arte para fazer a gente esperar o inesperado. A arte para fazer a gente aguentar essa vida estranha, cansativa e muitas vezes sem sentido. Mas ela, a arte, vem e transforma tudo em beleza e vivacidade e de repente tudo tem sentido e está cheio de vontade de continuidade.

Livro

Os Resíduos do dia – Kazuo Ishiguro (existe outra versão chamada Os Vestígios do Dia). Esse livro mostra a trajetória de um Cavaleiro de Ouros. Um personagem que esperou demais, que trabalhou demais, que entregou a vida para o seu ofício e num determinado momento é obrigado a se confrontar com o fato de que mais trabalhou do que viveu, que não sabe direito quem é sem o trabalho. E é obrigado a se deparar com as consequencias de ter vivido assim, as perdas e ganhos que acumulou trabalhando como mordomo em uma grande casa inglesa e fazendo disso seu principal mote. É um livro muito bom, tocante, que levanta questões íntimas e profundas. Indico demais. O filme talvez eu indique mais ainda, é maravilhoso, e as atuações são impecáveis. O clima, tudo, é um dos filmes da minha vida. 


Neste livro do ganhador do prêmio Nobel de Literatura de 2017, o mordomo Stevens, já próximo da velhice, rememora as três décadas dedicadas à casa de um distinto nobre britânico, lord Darlington, hoje ocupada por um milionário norte-americano. Por insistência do novo patrão, Stevens sai de férias em viagem pelo interior da Inglaterra. O mordomo vai ao encontro de miss Kenton, antiga companheira de trabalho, hoje mrs. Benn. No caminho, recorda passagens da vida de lord Darlington e reflete sobre o papel dos mordomos na história britânica. Num estilo contido, o narrador-protagonista acaba por revelar aspectos sombrios da trajetória política do ex-patrão, simpatizante do nazismo, ao mesmo tempo que deixa escapar sentimentos pessoais em relação a miss Kenton, reprimidos durante anos. O romance de Ishiguro recebeu o Booker Prize 1989 e virou filme de prestígio


Filme

Viver (Ikiru) – Akira Kurosawa -1952. Um dos melhores filmes que eu já vi. Uma delicadeza, um deleite para os olhos e para o coração. Um filme profundo, sensível, que me marcou demais também, e que dá vontade de sair e ir viver o mais plenamente que a gente conseguir. Mostra um Cavaleiro de Ouro também, que percorre uma trajetória agridoce. Assistam, é muito bom, talvez seja o meu Kurosawa preferido. 


VIVER — IKIRU – um filme de Akira Kurosawa com Takashi Shimura, Nobuo Kaneko, Kioko Seki, Makoto Kobori | Ikiru | 1952 | JAPÃO | 2h23 | M/12. Viver é não só uma das maiores obras de Kurosawa, como também um dos mais importantes filmes da história do cinema. Descrevendo-o como “o mais belo, o mais sábio e o mais comovente filme japonês”, André Bazin escreveu sobre Viver que “a sua universalidade não é geográfica mas geológica; ela surgiu nas profundezas do lençol moral subterrâneo onde Kurosawa a soube ir procurar”. Kanji Watanabe, um incógnito funcionário municipal, é informado que padece de uma doença terminal e restam-lhe poucos meses de vida. Reconhecendo o vazio da sua existência, Watanabe empenha-se na transformação de um terreno baldio num parque onde as crianças possam brincar, um projecto ao qual destina todas as suas forças.


Série

Mr. Robot – 2015 – Sam Esmail. Aqui vou exercitar a indicação selvagem, aquele modo de indicar perigosamente. Mr. Robot, uma série da qual eu só vi a primeira temporada. Mas o meu Tariq viu e ele tem muito bom gosto e uma perceção muito boa, então sei que posso indicar. Quando pensei em “aguentar”, além da música deliciosa do Calle 13, Aguante, a primeira coisa que me veio à mente foi a primeira temporada dessa série, e tive a impressão de que era isso, o personagem principal no limite do aguentar, no dilema de agir como o Cavaleiro de Ouros, fazendo o que é certo. A série é muito absorvente, prende muito a atenção, é bem escrita e bem atuada. Pensar nela me deu vontade de continuar. Mas é tanta coisa, e eu tô tão cansada…


Elliot (Rami Malek) é um jovem programador que trabalha como engenheiro de segurança virtual durante o dia, e como hacker vigilante durante a noite. Elliot se vê numa encruzilhada quando o líder (Christian Slater) de um misterioso grupo de hacker o recruta para destruir a firma que ele é pago para proteger. Motivado pelas suas crenças pessoais, ele luta para resistir à chance de destruir os CEOs da multinacional que ele acredita estarem controlando – e destruindo – o mundo.


Documentário

Estou me guardando para quando o carnaval chegar. Marcelo Gomes 2018. Uma cidade feita de cavaleiros de ouro. Gente que trabalha sem parar, que não para, que só descansa muito pouco. é um documentário muito interessante, mostra como uma cidade foi totalmente transformada pela produção de roupas jeans. Mostra como seus moradores trabalham incansavelmente esperando poder parar e curtir a vida. É muito interessante ver um Brasil que o sudeste classe média não conhece, não se relaciona e não faz ideia de como seja. 


A pequena cidade de Toritama, no Agreste pernambucano, é considerada a capital nacional do jeans. A cada ano, mais de 20 milhões de jeans são produzidos em fábricas de fundo de quintal pelos moradores da cidade. Quando chega o Carnaval, eles vendem seus eletrodomésticos e outros pertences e fogem para as praias. O diretor Marcelo Gomes, que nos anos 1980 visitava a cidade de Toritama com seu pai, conta que ficou surpreso ao descobrir que a pequena comunidade rural de sua infância hoje vive em função da indústria têxtil com rotinas de trabalho tão intensas. Exibido na mostra competitiva do 24º festival de documentários É Tudo Verdade, o filme recebeu menção honrosa do júri oficial e da Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-Metragistas, além de ser escolhido como melhor filme pelo júri da Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Pode ser visto aqui.


♫ Playlist

Samba do trabalhador – Martinho da Vila
Aguante – Calle 13
Esperança – Banda de pau e corda
Canção da Esperança – Flávia Wenceslau
Fábrica – Legião Urbana
Esperando na Janela – Gilberto Gil
Sentado à beira do Caminho – Erasmo Carlos
Retrovisor – Fagner
Espere um pouco… um pouquinho mais – Nilton Cesar
Criança não trabalha – Palavra Cantada
Aguenta a mão, João – Adoniram Barbosa
Aguentem-se os fracos – Trêsporcento
Faz um pouco mais – Gilliard
Vida tem um so vida – Cesária Évora


Pedro Vinicio ❤️


Post com a colaboração de @laismeralda, que é a melhor cartomante do pedaço, marque sua consulta com ela.

Estou cansada. Meu cansaço vem muito porque sou pessoa extremamente ocupada: tomo conta do mundo.

Clarice Lispector

17 de dezembro é o 351.º dia do ano no calendário gregoriano (352.º em anos bissextos). Faltam 14 dias para acabar o ano.


Se você leu até aqui, obrigada! Esse é o meu almanaque particular. Um pedaço do meu diário, da minha arca da velha, um registro de pequenas efemérides, de coisas que quero guardar, do tempo, do vento, do céu e do cheiro da chuva. Os Vestígios do Dia, meus dias. Aqui só tem referências, pois é disso que sou feita.

© Nalua – Caderninho pessoal, bauzinho de trapos coloridos, nos morros de Minas Gerais. Primavera infernal.

Esta é a 38ª de 78 páginas que terá este almanaque.